quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Pantanal em chamas: crime hediondo

 Meio ambiente/Sustentabilidade  🌱 🐒

Para o representante do Inpe, Alberto Setzer, a estrutura oferecida pelo poder público não é suficiente. O engenheiro ambiental explica que a situação no Pantanal é “quase impossível de ser administrada” com o cenário de estiagem, temperatura alta, umidade baixa e ventos fortes.
 
Agência Senado
Pantanal em chamas mostra País despreparado.
 Crédito-Mayke Toscano/Agência Senado.
O poder público precisa enviar mais homens e equipamentos para o combate às queimadas no Pantanal. A avaliação é de especialistas que participaram de audiência pública virtual promovida pela comissão temporária externa do Senado que acompanha as ações de enfrentamento aos incêndios no bioma. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), são quase 18 mil focos de chamas em 2020 — um aumento de 200% em relação ao ano passado. O combate às queimadas é realizado por 500 brigadistas, com o apoio de 500 militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea. De acordo com o subchefe de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Eduardo Leal de Oliveira, mais de 14 aeronaves foram empregadas no enfrentamento ao fogo desde julho. Para o representante do Inpe, Alberto Setzer, a estrutura oferecida pelo poder público não é suficiente. O engenheiro ambiental explica que a situação no Pantanal é “quase impossível de ser administrada” com o cenário de estiagem, temperatura alta, umidade baixa e ventos fortes. "De um lado, temos essas frentes avançando de maneira descontrolada, cobrindo dezenas de quilômetros quadrados. De outro lado, temos apenas algumas centenas de brigadistas. Mesmo combinando as Forças Armadas com os brigadistas e voluntários, temos cerca de mil pessoas. Esse número obviamente está subdimensionado. Precisaríamos de 10 vezes mais. Muito possivelmente, 100 vezes mais pessoas lutando para conseguir enfrentar uma situação descontrolada como essa, que já perdura por meses", afirmou. A presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Mauren Lazzaretti, destaca a dificuldade para a aquisição de insumos usados no combate às chamas. Ela explica que o fato de o Pantanal ser o bioma mais preservado no Brasil dificulta o acesso a áreas remotas, o que exige uma “situação de guerra” para o enfrentamento ao fogo. "As chamas no pantanal têm alcançado mais de 25 metros de altura, o que inclusive impossibilita os homens de fazerem esse combate. Isso mostra que uma outra estratégia precisa ser adotada: o combate aéreo e a utilização de outros produtos que busquem retardar (os incêndios) ou melhorar a eficiência do combate aéreo. Além do intenso calor e da seca, temos dificuldade de adquirir os insumos para fazer esse combate", afirmou. Responsabilidades A audiência pública interativa contou com a participação de internautas, que enviaram perguntas aos debatedores. Um dos questionamentos frequentes foi sobre a responsabilização dos causadores das queimadas. De acordo com o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional de Mato Grosso, o fogo no estado é causado pela ação humana — como a queima de áreas para o pasto, o uso de fogo para a retirada de mel em colmeias e a incineração de equipamentos agrícolas. Em Mato Grosso do Sul, cinco fazendeiros são investigados pela Polícia Federal por queimadas supostamente intencionais.
Fonte - Portogente  07/10/2020

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