Transportes sobre trilhos 🚄
O povo percebeu que o VLT representa uma evolução na mobilidade urbana, é uma tendência mundial. Já existem 402 cidades funcionando com sucesso, por ser ecologicamente correto, mais rápido, eficiente, seguro, confortável e que pode transportar de 400 a 600 pessoas sem a super lotação, que acontece nos dias de hoje, nos ônibus poluentes
Diário de Cuiabá - Vicente Vuolo*
Após um ano e quatro meses de intenso trabalho de esclarecimento do Movimento Pró-VLT, sobre a necessidade da retomada imediata das obras do Veículo Leve sobre Trilhos de Cuiabá e Várzea Grande, o número de adesões cresceu extraordinariamente. Existe quase uma unanimidade: o povo quer VLT já! O povo percebeu que o VLT representa uma evolução na mobilidade urbana, é uma tendência mundial. Já existem 402 cidades funcionando com sucesso, por ser ecologicamente correto, mais rápido, eficiente, seguro, confortável e que pode transportar de 400 a 600 pessoas sem a super lotação, que acontece nos dias de hoje, nos ônibus poluentes. O povo percebeu que saúde e o meio ambiente são fundamentais. A fumaça preta dos ônibus poluentes causa danos gravíssimos à saúde como asma, bronquite, câncer de pulmão. O que é mais grave no calor da Cuiabá, cujos termômetros chegam a 43 graus. Por isso, precisa ser amenizado. A temperatura só tende a aumentar ainda mais por causa dos veículos movidos a combustíveis fósseis que injetam gases tóxicos diariamente, fazendo a nossa capital bater recordes de calor. O povo percebeu o vultoso investimento realizado na construção de 3,5 km de trilhos eletrificados, dois viadutos, estação de passageiros em Várzea Grande, a ponte de concreto de 224 metros sobre o rio Cuiabá e mais três viadutos na capital para a passagem do VLT. Só em Várzea Grande, 70% das obras estão prontas. O povo percebeu que existe uma mega estrutura de 132 mil metros quadrados ao lado do aeroporto Marechal Rondon (área doada pela União por meio da Infraero) instalada para o Centro de Controle, Manutenção e Operação do VLT contendo: 40 trens, 240 vagões, que foram comprados da Espanha, 40 km de cabos para linha de energia, 22 km de trilhos, Aparelho de Mudança de Via (AMV), 9 subestações completas, todos os controladores de pista, todos os postes com catenárias, semáforos e câmeras de controle de tráfego. Ou seja, todo esse dinheiro investido não pode ser jogado no lixo. O povo percebeu que o Estado contraiu um empréstimo de R$ 1 bilhão e que o povo está pagando por ele juros de R$ 4 milhões por mês, mesmo o VLT não funcionando. E que o pagamento do VLT foi alongado até 2047. E que caso o governo não queira terminar o VLT, o Estado terá que devolver todo o dinheiro emprestado. Tendo em vista o descaso do Governo do Estado de Mato Grosso para retomar a obra, a 4ª Promotoria de Justiça Cível de Várzea Grande ajuizou Ação Civil Pública (ACP), com pedido de liminar, contra o Estado de Mato Grosso por degradação ambiental na área de 132 mil metros quadrados onde está o Centro de Controle, Manutenção e Operação do VLT. O MP pede que o Estado seja condenado a pagar indenização civil pecuniária pelos danos ambientais e materiais no valor de R$ 3,6 milhões, bem como a fixação de indenização pelo dano moral coletivo. O povo quer o VLT porque não suporta mais andar nos ônibus poluentes e superlotados. Respirar o ar sujo traz doenças gravíssimas. Não é mais possível fechar os olhos para a questão ambiental. Existe um movimento mundial para a priorização do transporte público sem emissão de poluentes e gases de efeito estufa em detrimento dos veículos particulares e os ônibus poluentes.
Vicente Vuolo |
*Vicente Vuolo é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró-VLT.
Fonte - Revista Ferroviária 18/09/2020
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