A fase de testes vai durar dois meses, período em que serão avaliadas estabilidade, velocidade e segurança do meio de transporte. A ideia original era que a linha fosse até Luziânia (GO), mas a atual malha ferroviária não chega até lá. Não há previsão para estender a linha até o outro município goiano.
Metrópoles
foto - ilustração/arquivo |
“Estou depositando muitas fichas nesse projeto do Ministério das Cidades porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse o governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) ao Metrópoles.
O projeto será tocado pela Secretaria da Região Metropolitana, que deve ser criada a partir de 1º de janeiro. O nome anunciado pelo emedebista para a pasta é de Paulo Roriz, que já comandou órgão similar em 2005, durante o governo de Joaquim Roriz.
Apoio do governo federal
Há 15 dias, uma reunião com representantes do governo de transição e o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Silvani Alves Pereira, selou o acordo. É a pasta federal que abriga a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão responsável pela nova linha. O projeto é paralelo ao chamado “expresso pequi”, trem de alta velocidade que ligará Brasília a Goiânia. A proposta ainda está em estudo pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O VLT foi escolhido para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural. A velocidade pode chegar a 76 km/h e combustível usado é o diesel.
O governo ainda analisa o valor da passagem, mas pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos: os dois vagões farão duas viagens diárias.
Convênio
Segundo o futuro secretário do Entorno, Paulo Roriz, o convênio com o governo federal prevê a operacionalização da linha até 30 de janeiro, caso tudo ocorra no prazo trabalhado pelo Ministério das Cidades.
“Os dois vagões já estão prontos e a caminho do DF. O ministro colocou outros veículos à disposição, sem contrapartida. Estamos trabalhando para que essa fase experimental ocorra e o transporte de passageiros comece ainda no primeiro semestre de 2019”, ressaltou.
A ideia original será reativar a Rodoferroviária, localizada no fim do Eixo Monumental, hoje sede da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa). Com a arquitetura horizontal assinada por Oscar Niemeyer e suas fileira de janelas – as quais sugerem um longo trem de passageiros –, a estação tem estrutura de ligação para cinco plataformas e permite o embarque e desembarque de uma dezena de trens ao mesmo tempo.
Brasília – Luziânia
Para a ampliação até Luziânia, o governo local terá parceria com o Governo Federal e o Governo de Goiás. A obra consiste na reestruturação de um trecho concedido à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), interligando a Rodoferroviária de Brasília e a Rodovia GO-010, em Luziânia. A linha tem potencial de encurtar o tempo gasto pelos moradores da cidade goiana no trajeto até o centro da capital federal, que, no horário de pico, pode chegar a duas horas.
O corredor será uma das obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que também vai financiar a modernização e a ampliação do Metrô do Distrito Federal – incluindo compra de novos trens e a extensão até a Asa Norte.
De acordo com a ANTT, o valor da linha ferroviária Brasília-Luziânia ainda não pode ser calculado ou sequer garantido. A ampliação ainda está em fase de discussão. “As tecnologias ferroviárias deverão ser apresentadas com suas especificações, vantagens e desvantagens, limitações, custos e prazos relativos ao fornecimento, instalação e manutenção, dentre outros aspectos considerados relevantes”, observa o chamamento da agência.
Fonte - Abifer 01/01/2019
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