quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Haddad rebate Doria e chama monotrilho de desastre urbanístico

Política 🚧

Haddad sobre o monotrilho.Veja há quantos anos as duas estações estão fazendo teste. Já são mais de dois anos em teste e não temos nenhum horizonte de solução desse problema”, afirmou.O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015, um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9 quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata, estão em operação.

Diário do Transporte - RF
foto - ilustração/arquivo
O prefeito de São Paulo Fernando Haddad elevou nesta terça-feira, 6 de dezembro de 2016, o tom das críticas às declarações do prefeito eleito João Doria, que classificou a cidade como um “lixo vivo”, em evento na Fecomercio, federação que reúne os comerciantes, na última segunda-feira.
Haddad não teve uma reação nominal a Doria, mas criticou políticas do governo estadual.
Geraldo Alckmin é considerado padrinho político de João Doria.
Haddad classificou de desastrada a ação da polícia em 2012 que, segundo ele, teria possibilitado o espalhamento da “Cracolândia” pela cidade.
O atual prefeito disse também que as obras do monotrilho degradam as regiões onde estão instaladas e possibilitam o aumento de usuários de crack e moradores de rua no entorno das vigas e estações dos trens elevados.
“O monotrilho é um pequeno desastre urbanístico e econômico. É uma tecnologia que não foi adotada por nenhum país civilizado”. Haddad também classificou os monotrilhos de erro urbanístico “gravíssimo”, que formam “novos Minhocões na cidade”. E que representam um transporte “extremamente ineficiente”.
“Veja há quantos anos as duas estações estão fazendo teste. Já são mais de dois anos em teste e não temos nenhum horizonte de solução desse problema”, afirmou.
O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015, um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9 quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata, estão em operação.
Em nota, segundo o jornal O Estado de São Paulo, a Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que, “ao contrário do que informou o prefeito Haddad, o sistema monotrilho foi implantado e opera há décadas em países como Japão, China, Austrália e Estados Unidos exatamente pelos benefícios do modal”.
Na mesma nota, a pasta estadual ainda defende o meio de transporte, destacando “a utilização de via elevada, sem necessidade de escavação e construção de túnel; os custos menores com menos desapropriações; as estruturas de concreto pré-moldado instaladas em canteiros centrais de avenidas, gerando pouca interferência no viário; o transporte elétrico, ecologicamente limpo e com impactos ambientais e sonoros reduzidos”.

SITUAÇÃO DOS MONOTRILHOS DE SÃO PAULO:
O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015, um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9 quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata estão em operação duas linhas, a 15- Prata e a 17 – Ouro, que somam 44 quilômetros estão em construção, sendo que 21,9 quilômetros foram descartados dos cronogramas iniciais.
Na linha 15-Prata são 16 quilômetros e oito estações a menos. A linha 17-Ouro perdeu 10 quilômetros e 11 estações. A linha 18 do ABC está indefinida

Confira abaixo:
A linha 15 Prata deveria ter 26,7 quilômetros de extensão, 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes ao custo R$ 3,5 bilhões com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, orçamento ficou 105% mais alto, com o valor de R$ 7,2 bilhões. O custo por quilômetro sairia em 2010 por R$ 209 milhões, em 2015 por R$ 260 milhões e, no primeiro semestre de 2016, subiu para R$ 354 milhões. A previsão de 9 estações agora é para 2018. Está congelado o trecho entre Hospital Cidade Tiradentes e Iguatemi e Vila Prudente-Ipiranga. O governo do estado promete atendimento a uma demanda de 550 mil passageiros por dia.
A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região do Estádio do Morumbi ao custo de R$ 3,9 bilhões com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, o orçamento ficou 41% mais caro somando R$ 5,5 bilhões e a previsão para a entrega de 8 estações até 2018. Em 2010, o custo do quilômetro era de R$ 177 milhões. Em 2015, o custo por quilômetro seria de R$ 310 milhões e no primeiro semestre de 2016 foi para R$ 325 milhões. O monotrilho, se ficar pronto, não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas. Assim, os trechos entre Jabaquara e a Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras congeladas. Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a linha 4 Amarela do Metrô na futura estação São Paulo – Morumbi, e nem com estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417 mil e 500 passageiros por dia.
A linha 18 Bronze deveria ter 15,7 quilômetros de extensão, com 13 estações entre a região do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, até a estação Tamanduateí, na Capital Paulista ao custo de R$ 4,5 bilhões com previsão de entrega total em 2015. Em 2015, orçamento estava 14% mais caro, chegando a R$ 4,8 bilhões, sem previsão de entrega. A previsão de demanda é de até 340 mil passageiros por dia, quando completo. O custo hoje por quilômetro em 2015 seria de R$ 305 milhões. Como as obras não começaram, outro meio de transporte para a ligação, como um corredor de ônibus BRT, que pode ser até cinco vezes mais barato com capacidade de demanda semelhante, é uma das alternativas.
Fonte - Revista Ferroviária  07/12/2016

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