A proposta surgiu em razão de um alerta feito a Madri pela União Europeia após o bloco de países constatar que a cidade espanhola “supera sistematicamente os limites de poluição permitidos, e assim põe em risco a saúde dos cidadãos”, explicou ao jornal El País Inés Sabanés, vereadora do Ambiente da Câmara de Madri.
Público - Jéssica Rocha
créditos: Reuters/Paul Hanna |
Três das medidas que devem gerar polêmica são a criação de zonas de estacionamento prioritárias para aqueles que residem na cidade, a redução das vias abertas ao transporte privado e a redução da velocidade na estrada M-30, que passa de 90 km/h para 70 km/h.
A intenção é aprovar o plano no início de 2017 para que as novas medidas entrem em vigor em janeiro de 2018.
A proposta surgiu em razão de um alerta feito a Madri pela União Europeia após o bloco de países constatar que a cidade espanhola “supera sistematicamente os limites de poluição permitidos, e assim põe em risco a saúde dos cidadãos”, explicou ao jornal El País Inés Sabanés, vereadora do Ambiente da Câmara de Madri.
José Manuel Calvo, delegado da Área de Desenvolvimento Urbano Sustentável, afirmou por sua vez que a apresentação do plano foi “um passo fundamental” para reduzir as emissões provenientes do tráfego rodoviário. “Apenas 25% (das pessoas) utilizam o veículo privado a motor como meio de transporte nos seus deslocamentos, no entanto o carro ocupa 60% do espaço público”, alegou, referindo-se aos espaços de estacionamento.
Por isso, a ideia é converter o centro de Madri em área para a circulação e estacionamento prioritariamente voltada aos automóveis dos moradores da região. Isso deve ocorrer no perímetro delimitado pelas ruas Alberto Aguilera, Carranza, Sagasta e Génova, o Paseo de Recoletos, o Paseo del Prado, as Rondas de Atocha, Valencia e Toledo, a Gran Via de São Francisco, a rua de Bailén e o cruzamento das ruas San Vicente e Princesa.
Além disso, a proposta é que a velocidade máxima permitida em alguns bairros da zona central seja de 30 km/h. As pessoas que vêm de fora deste perímetro teriam então de deixar seus veículos em estacionamentos públicos e prosseguir viagem usando bicicletas, ônibus, trem e metrô, os modos de transporte possíveis de circular dentro desta área de Madri.
Distribuir o tráfego
A Câmara de Madri aposta que, com estas medidas, o tráfego poderá “redistribuir-se” por outras vias paralelas e estradas menos utilizadas da capital. A Gran Via de Madrid, a principal artéria que liga a cidade de este a oeste, e onde passam diariamente cerca de 50 mil carros, também não está excluída do plano já que no próximo ano a Câmara quer “estudar” a sua inclusão na área do tráfego limitado.
A ideia suscitou críticas do Partido Popular (PP) que considera que o plano irá gerar um “colapso” do tráfego. “A restrição massiva no interior da M-30 vai provocar um colapso e um problema para todos os madrilenhos que necessitam de se deslocar”, acusou Borja Carabante, vereador do PP. O vereador Sergio Brabezo, do partido Ciudadanos, disse que o Plano de Qualidade do Ar é “oportunista”, “pouco ambicioso” e “tardio".
Por outro lado, Miguel Capó Martí, professor da Universidade Complutense de Madri e autor do livro Principios de Bioética Global, garantiu ao site de notícias ABC.es que, apesar das críticas da oposição, no geral as medidas estruturantes propostas pela Câmara são positivas. “A uma menor velocidade, e com a marcha adequada, consome-se menos e, por conseguinte, polui-se menos”, afirmou.
Fonte - Mobilize 04/11/2016
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