Ainda ontem, o juiz Paulo Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo desqualificou a justificativa da PM. A prisão foi considerada ilegal. “O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação policial de praticar verdadeira ‘prisão para averiguação’
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O responsável pelas ações da PM naquele dia, coronel Dimitrius Syskatoris, afirmou que a abordagem policial aos manifestantes, incluindo adolescentes, foi "tranquila" e que a prisão foi decretada somente após os mesmos terem revelado aos policiais que iriam cometer atos de violência. Segundo o coronel, diante destas revelações, os "entrevistados" pelos soldados acabaram sendo levados para o Deic (Departamento estadual de investigações criminais), órgão responsável por investigações de crime organizado.
De acordo com os Jornalistas Livres, os detidos fizeram essa afirmação sem um advogado e não há registro gravado em vídeo da "entrevista". Além disso, depois de libertos, os presos falaram de diversos constrangimentos impostos pela polícia na abordagem "tranquila". As mulheres, por exemplo, foram revistadas, nuas, num banheiro público próximo ao local.
Ainda ontem, o juiz Paulo Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo desqualificou a justificativa da PM. A prisão foi considerada ilegal. “O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação policial de praticar verdadeira ‘prisão para averiguação’ sob o pretexto de que estudantes reunidos poderiam, eventualmente, praticar atos de violência e vandalismo em manifestação ideológica. Esse tempo, felizmente, já passou" – declarou o juiz, em clara alusão aos tempos da ditadura militar. De acordo com os organizadores, o ato contra o presidente Michel Temer e pela realização de eleições diretas reuniu 100 mil pessoas. O protesto transcorreu pacífico, porém ao final a polícia lançou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e jatos de água.
Fonte - Sputnik 06/09/2016
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