Arquiteto espanhol Francesc Ventura i Teixidor falou sobre o tema durante o III Seminário Internacional Mobilidade e Transporte, realizado em Brasília (DF).Outro desafio, segundo ele, é reduzir os conflitos pelo espaço nas ruas, garantindo que todos possam utiliza-lo de forma equânime e com menos riscos: pedestres, ciclistas, transporte motorizado coletivo e individual.
Natália Pianegonda
Agência CNT de Notícias
foto - Sergio Alberto |
Segundo o especialista, isso passa por melhorias na sinalização e iluminação noturna. O passo seguinte, diz ele, é reduzir a sensação de insegurança no transporte público, tanto para o usuário do serviço quanto ao próprio sistema, alvo de ameaças criminais e de vandalismo. "Se as pessoas se sentem inseguras, se deslocarão com medo. Ou entre sair e não sair, ou usar transporte ou o privado ou o público, optam por ficar em casa, utilizar o carro, o que implica em não relacionar-se, não conviver", destaca. O resultado é a diminuição da quantidade de pessoas nas ruas, o que também implica em mais riscos aos que transitam a pé, além do aumento de veículos nas vias, cujo efeito é a maior probabilidade de acidentes.
Outro desafio, segundo ele, é reduzir os conflitos pelo espaço nas ruas, garantindo que todos possam utiliza-lo de forma equânime e com menos riscos: pedestres, ciclistas, transporte motorizado coletivo e individual. Para isso, ele lembra que todos devem ter consciência de que quem está a pé e de bicicleta tem prioridade, mas todo mundo possui responsabilidades para redução de acidentes.
Tornar os itinerários a pé mais seguros também demanda uma readaptação dos espaços da cidade, segundo o arquiteto. Ele cita a redução dos limites de velocidade nas ruas, o impedimento de alguns usos - como para estacionamentos - de vias públicas a melhoria dos sistemas de informação e sinalização, calçadas mais largas e com menos desníveis. "Itinerários seguros são uma mistura do desenho urbano com a relação dos indivíduos com o espaço urbano", complementa Francesc. Para isso, diz ele, também são necessárias vias largas, pavimentos bem conservados e com menos desníveis. Os tempos dos semáforos também precisam ser pensados para pedestres.
A disposição do mobiliário urbano é outro fator que ajuda a atrair mais pedestres para as ruas, em detrimento do uso dos carros, explica o arquiteto. O ideal é oferecer ao cidadão uma condição para que ele também se sinta responsável e confortável no espaço público. "Incrementando a beleza e a personalidade do espaço transitado faz você identificá-lo como algo seu. Quando você reconhece o espaço como algo seu, é o primeiro a cuidar, e faz você sentir-se melhor. Quanto mais a rua é um lugar de estar e menos de passar, mais humana e segura será", completa.
Em Barcelona, o Plano de Mobilidade Urbana 2013-2018 tem como objetivo fazer do espaço público um lugar confortável e tranquilo para a mobilidade coletiva e compartilhada, protegendo especialmente os usuários mais frágeis e minimizando os riscos de sua complexa coexistência. Além disso, há o Plano Local de Segurança 2013-2018, que estabelece a meta de reduzir 30% das mortes e 20% dos feridos graves no trânsito até 2020.
O arquiteto espanhol Francesc Ventura i Teixidor foi um dos palestrantes do III Seminário Internacional de Mobilidade e Transportes, realizado pela UnB (Universidade de Brasília) na Câmara dos Deputados. O evento começou no dia 13 e termina no dia 16 de outubro.
Fonte - Agência CNT de Notícias 15/10/2015
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