quinta-feira, 23 de abril de 2020

Bombardier reconhce erro de projeto nos trens do monotrilho, diz Baldy

Transportes sobre Trilhos  🚄

A informação foi passada pelo Secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, durante entrevista na manhã desta quarta-feira, 22 de abril de 2020, para a Rádio Bandeirantes.Ao ser questionado sobre a demora para retomar a operação do monotrilho, Baldy disse que a linha já pode voltar a funcionar parcialmente.

Diário do Transporte
foto - ilustração/Pregopontocom
A Bombardier reconheceu que o monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo tem um erro de projeto nos trens quanto à possibilidade de suportar a demanda.
A informação foi passada pelo Secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, durante entrevista na manhã desta quarta-feira, 22 de abril de 2020, para a Rádio Bandeirantes.
Ao ser questionado sobre a demora para retomar a operação do monotrilho, Baldy disse que a linha já pode voltar a funcionar parcialmente. Entretanto, com as medidas de contingenciamento social e afastamento de funcionários do Metrô causados pelo coronavírus, esta ação foi adiada, conforme já noticiado pelo Diário do Transporte.

Relembre: Governo diz que monotrilho da Linha 15-Prata está pronto para voltar a funcionar parcialmenteO secretário explicou também que a Bombardier, fabricante dos trens, já emitiu um relatório preliminar das causas do estouro de um pneu que provocou a interrupção de toda a linha.
Relembre: Estouro de pneus do monotrilho foi real motivo de paralisação da linha 15-Prata no fim de semana, diz sindicato.
No documento, a empresa constatou uma falha de projeto no sistema de rodas dos trens, não preparados para a demanda crescente de passageiros, que só em dezembro de 2019, atingiu a marca de 130 mil pessoas transportadas por dia.
Além disso, também foram encontrados 195 pontos na via que precisaram sofrer intervenções. Por isso, foi necessária a troca de peças que compõem o jogo de rodas dos 27 trens da linha, reconhecendo que o projeto não estava "adequado".
"Foi necessário fazer a troca de parte de peças do jogo de rodas que não suportaram o volume de passageiros neste sentido. Portanto houve sim o reconhecimento que o projeto não estava adequado", explicou Alexandre Baldy.
O monotrilho está com as operações paralisadas há quase dois meses. Um jogo de pneus da composição M20 estourou no dia 27 de fevereiro de 2020, uma quinta-feira.
O Metrô paralisou a linha no fim de semana e "a incidência de danos em outros pneus dos trens do monotrilho", suspendendo assim as operações por tempo indeterminado.

Histórico de problemas do Monotrilho)Adamo Bazani)O monotrilho da linha 15-Prata coleciona uma série de problemas, além do atraso na conclusão das obras, que deveriam ter sido entregues em 2014, ainda para a Copa do Mundo.
27 de fevereiro de 2020: Um jogo de pneus da composição M20 estourou no dia 27 de fevereiro de 2020, uma quinta-feira. O Metrô paralisou a linha no fim de semana e"a incidência de danos em outros pneus dos trens do monotrilho", suspendendo assim as operações por tempo indeterminado. O Metrô disse que cobrou da Bombardier e do Consórcio CEML - que construiu a via - providências urgentes para a identificação da causa da ocorrência, a sua correção e que eles arquem com todos os prejuízos decorrentes desta paralisação junto ao Metrô de São Paulo.
A Bombardier disse, por sua vez, que recomendou a paralisação de toda a linha por excesso de cautela para as análises. Ônibus atenderam aos passageiros do monotrilho.
No dia 03 de março de 2020, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, em entrevista coletiva, reiterou que sempre se mostrou contrário à escolha de monotrilho para São Paulo. A entidade trabalhista disse que estuda acionar juridicamente os responsáveis pela implantação do monotrilho no sistema.
"O monotrilho é uma aventura mal planejada para esta demanda. Além da escolha do modal, não concordamos com o modelo de licitação do Metrô. O Estado compra produtos e não tecnologia. Não se pode fazer nada. Até para apurar um problema como este do estouro do pneu, não dá nem pra investigar de forma autônoma. Sempre tem de depender do fornecedor", disse o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo.
Também diretor do sindicato, Altino dos Prazeres afirmou que umas das recomendações da entidade é que, mesmo com impactos para os passageiros, por segurança, a velocidade das composições na operação comercial deve ser reduzida.
"Essa ligação tinha de ser metrô, sempre defendemos isso. Mas agora não tem como demolir as vigas, é necessário respeitar as limitações do monotrilho. Não pode circular com alto carregamento e velocidade nas condições atuais. Não temos garantia que todos os problemas da linha 15 serão sanados", disse.
Fonte - Revista Ferroviária  23/04/2020

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