Começou a brotar lama na grama da barragem, no talude. Não foi pouca, não. Foi muita. Do centro para a ombreira esquerda. Se vazou, era porque, por dentro, já estava tudo comido", disse Fernando Barbosa.Cristina Malheiros teria mandado corrigir essa corrosão da barragem com areia, brita e manta geotêxtil. Olavo comentou com os filhos que a solução era insuficiente e que a barragem estava definitivamente condenada.
Agência Câmara de Notícias
Divulgação/Portogente |
"Começou a brotar lama na grama da barragem, no talude. Não foi pouca, não. Foi muita. Do centro para a ombreira esquerda. Se vazou, era porque, por dentro, já estava tudo comido", disse Fernando Barbosa.
Cristina Malheiros teria mandado corrigir essa corrosão da barragem com areia, brita e manta geotêxtil. Olavo comentou com os filhos que a solução era insuficiente e que a barragem estava definitivamente condenada. Segundo Fernando Barbosa, a partir daí a Vale intensificou as simulações de emergência com a comunidade do Córrego do Feijão, mas não removeu o refeitório nem a parte administrativa, onde morreu a maior parte das vítimas.
"Foi a Cristina Malheiros que deu o treinamento. Ela mostrou para nós o mapa certinho de onde a lama iria passar. E ela falou: 'se estourar agora, aqui não sobra nenhum'. Por que não mudou o pessoal lá para cima, em Jangada, sendo que lá já tinha escritório e tudo?”, questionou ele. E completou: “Não sei porque ainda não prenderam essa Cristina. Por que ela não comunicou isso e isolou o pessoal do Córrego do Feijão?”.
Fernando Barbosa passou à CPI os nomes de outros funcionários que trabalharam com o pai dele na tentativa de corrigir a corrosão da barragem e sugeriu à CPI uma acareação entre eles e Cristina Malheiros.
A engenheira chegou a ser presa provisoriamente em fevereiro. Ela depôs à CPI em maio, disse que vistoriou a barragem dois dias antes do rompimento e negou a existência de sinais iminentes de desastre.
Para o presidente da CPI, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), não será preciso fazer acareação entre os funcionários porque a situação de Cristina Malheiros já está definida. Falta apenas provar a corresponsabilidade de gerentes e diretores da Vale.
"Aqui, a gente já chegou à conclusão de que a Cristina está enrolada até o fundo do poço e vai ser presa de novo. Só que a Vale está querendo jogar a bucha só para cima dela. Ela vai ser indiciada. O problema é que ela não é responsável sozinha", disse.
Fonte - Portogente 21/06/2019
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