Trata-se de um recurso a que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) tem direito pelos usuários do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) que chegam às plataformas pelas integrações com ônibus. A transferência, intermediada pelo Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT), está atrasada.O acumulado já ultrapassa R$ 9 milhões.
Folha de Pernambuco - RF
foto - ilustração/arquivo |
O acumulado já ultrapassa R$ 9 milhões. Pode parecer pouco, mas é um dinheiro que representa mais de 15% da receita do metrô e que faz falta num sistema que tem a tarifa congelada em R$ 1,60 há cinco anos e que é bancado quase que por completo por subsídios do Governo Federal.
A situação foi exposta num ofício que chegou ao conhecimento do Blog da Folha. No documento, a Coordenadoria Operacional de Arrecadação da CBTU diz que os valores deixaram de ser repassados à empresa a partir da segunda quinzena de fevereiro.
Também estão em aberto as parcelas de março, abril, maio e junho, uma média de R$ 2,3 milhões por mês. Além desse montante, outros R$ 52 milhões ainda não foram quitados. São referentes aos repasses do VEM dos anos de 2013, 2014 e 2015. Só os pagamentos de 2016 foram feitos de forma regular.
“Em maio do ano passado, quando assumimos, encontramos o metrô numa degradação muito grande. Temos feito uma recuperação e qualquer recurso que deixa de entrar gera um impacto negativo”, diz o superintendente regional da CBTU, Leonardo Villar Beltrão.
Ele explica que se o usuário entrar pela bilheteria do metrô, a CBTU fica com 100% da tarifa, mas se forem utilizados os validadores do VEM para fazer as integrações, a parte da verba que fica com o metrô depende do anel tarifário do ônibus.
No fim de 2015, a própria direção nacional da CBTU expôs a dívida do Estado com o sistema. Na época, disse que os atrasos, somados aos problemas financeiros da companhia, contribuíam para um cenário em que, num futuro próximo dali, não se poderia garantir o funcionamento dos trens em todos os dias da semana.
Em junho de 2016, o Ministério das Cidades anunciou um reforço de R$ 33 milhões no orçamento e deu novo fôlego ao modal. Desde lá, o desafio tem sido o setor de manutenção. Dezenas de trens não têm mais condições de operar, o que levou à redução da frota e ao aumento dos intervalos entre as viagens. “Fizemos licitações e as peças estão chegando. Já recebemos 20 motores, rodas para trens, dormentes. Estamos fazendo nossa parte”, afirma Villar.
Em nota, o GRCT informou que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) é o responsável pelo repasse tarifário dos valores do VEM para a CBTU e que a entidade se comprometeu a apresentar um cronograma de pagamento ainda nesta semana.
Fonte - Revista Ferroviária 05/07/2017
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