Curitiba recebeu na sexta-feira, 30 de setembro de 2016, três propostas de redes de transportes limpos no âmbito da PMI – Pesquisa de Manifestação de Interesse lançada em maio pelo poder público municipal.
Adamo Bazani* - Ponto de Ônibus
Ônibus elétrico foi testado entre Curitiba e Fazenda Rio Grande na região Metropolitana. Também há testes somente na capital de outros modelos. foto - Divulgação COMEC |
Havia a expectativa de propostas de VLTs – Veículos Leves sobre Trilhos, no entanto, todas os três projetos envolvem soluções para modernizar os transportes sobre pneus na capital paranaense.
Além da implantação dos sistemas de transportes, os projetos também levaram em consideração custos de operação, modelos de contrato, integração com a Região Metropolitana e estimativa de crescimento populacional para os modais não nascerem saturados. Até o final do ano, a prefeitura de Curitiba deve lançar um edital para escolher essas propostas. Outros projetos poderão ser enviados.
Confira cada uma delas:
VLP – Veículo Leve sobre Pneus
Uma delas diz respeito ao VLP – Veículo Leve sobre Pneus, sugerido pelo consórcio das empresas JMaluceli Construtora, M4 Consultoria e Pontoon Participações.
A tecnologia proposta deve ser da empresa francesa NTL, que e já administra sistemas semelhantes em cidades como, Paris na França; Medellín, na Colômbia; e Xangai, na China.
O trajeto seria o mesmo do BRT da cidade e haveria rede elétrica aérea. Os veículos teriam capacidade para 358 passageiros. O projeto teve base a tarifa técnica atual de R$ 3,66, com uma média de 8 a 12 mil passageiros hora sentido nos horários de pico. Mas o sistema teria muita margem para expansão, defende o consórcio. Foi considerada uma taxa de crescimento de 1,36% por ano na demanda de passageiros, tendo como base a taxa de crescimento da população da região metropolitana de Curitiba.
City Vehicles Interconnectd (Civi)/BRT 2.0
A outra proposta é do consórcio formado pela Nórdica Volvo (resentante da rede de vendas de veículos pesados da Volvo no Paraná), pela Cesbe Engenharia (construtora paranaense que atua em projetos de infraestrutura) e pela Associação Metrocard (que reúne as empresas de ônibus da região metropolitana de Curitiba).
Chamada de City Vehicles Interconnectd (Civi) ou ainda o BRT 2.0, é mais abrangente de todas do ponto de vista territorial porque, além de envolver os quatro trechos sugeridos pela prefeitura, também leva em consideração o eixo Norte-Sul e engloba parte da Região Metropolitana.
Seriam ônibus articulados e híbridos, cujo motor a combustão já estaria baseada nas normas Euro 6 de restrição à poluição, além do motor elétrico.
O sistema teria 300 novas estações. Todas elas seriam conectadas por fibra ótica, haveria monitoramento por câmera em todo o sistema e informações disponíveis em tempo real, usando painéis, internet e aplicativos. A pavimentação seria feita de concreto, haveria pontos de ultrapassagem e a velocidade operacional poderia subir em cerca de 50 % ultrapassando a de um VLT por causa da eficiência operacional, garantem os idealizadores. O custo por quilômetro seria de R$ 27 milhões, sendo dois terços para infraestrutura e um terço para compra dos veículos. A tarifa média estimada é de R$ 3,80, se estive em operação hoje. Seriam requalificados 106 quilômetros de vias exclusivas para ônibus. Também foi levada em consideração a taxa de crescimento da população de Curitiba. A chamada Linha Verde poderia pular, dentro das estimativas de crescimento populacional, dos atuais 31 mil passageiros por dia para 120 mil passageiros por dia. O modelo proposto de contrato seria uma PPP – Parceria Público-Privada.
Cooperativa de Ônibus Elétricos:
Já a Sociedade Peatonal, representada pelo engenheiro André Caon, propõe ônibus elétricos com baterias no trajeto entre a CIC e o Parque da Imigração Japonesa.
Foi usado como base o modelo de negócio da empresa chinesa BYD, que testou ônibus elétricos em Curitiba e, pela Leblon Transporte, na região metropolitana, pelo qual o ônibus seria adquirido, mas a baterias seriam financiadas. Isso, segundo o projeto, faria o investimento inicial cair de R$ 45 milhões para R$ 12,7 milhões.
O investimento seria privado e o retorno para o investidor, como lucro livre, seria de R$ 5 milhões.
Um dos diferenciais é que o projeto prevê uma cooperativa de trabalhadores de transportes para operação. A sociedade também levou em conta a possibilidade de tarifa zero na linha, desde que houvesse a Cide Municipal, imposto sobre as vendas dos combustíveis direcionados para este sistema.
Agora a prefeitura de Curitiba vai analisar essas propostas e comparar com os resultados da pesquisa de origem e destino que devem ficar prontos até o final do ano.
Após o procedimento, será lançado o edital para a implantação do sistema escolhido, prevê administração municipal.
Na licitação, mais propostas de outros grupos ou consórcios podem ser apresentadas.
*Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte - Blog Ponto de Ônibus 03/10/2016
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