terça-feira, 2 de outubro de 2012

Poluição do ar diminui expectativa de vida


Partículas como as emitidas por Tubarão afetam a saúde

As partículas em suspensão são o tipo de poluição atmosférica que mais riscos apresentam para a saúde na União Europeia, causando mortalidade prematura, segundo a Agência Europeia Ambiental (AEA). Estudo feito pela entidade aponta que há redução da vida humana em dois anos para as pessoas que vivem nas cidades onde há maior poluição na Europa.
O estudo aponta como principais responsáveis por essa redução as partículas em suspensão (PS10, PS2,5), classificadas como as que representam mais risco à saúde, além de ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2), benzeno, monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NO2).
A AEA cobra a diminuição dos limites estipulados para a emissão desses poluentes, assim como é feito no Espírito Santo, onde a população vem lutando para reduzir os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Segundo as entidades da sociedade civil capixaba, o mínimo esperado para o Estado é a redução dos limites aos valores previstos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo o estudo da AEA, as partículas em suspensão (PS10, PS2,5), que possuem padrões menos rigorosos na Europa, penetram em partes sensíveis do sistema respiratório e causam mortalidade prematura, assim como o ozônio, responsável também por doenças respiratórias. Essas partículas são emitidas diariamente pela Vale e pela Arcelor Mittal, na Ponta de Tubarão, em Vitória, conforme denunciam os ambientalistas.
Já o dióxido de nitrogênio, também emitido na região, foi considerado pelo estudo como um dos agentes da eutrofização (crescimento excessivo de algas e plantas na água) e o benzeno classificado como cancerígeno.
Todos esses poluentes, segundo o estudo, continuam sendo emitidos fora dos padrões aceitáveis para a garantia da qualidade de vida da população europeia que vem adoecendo devido ao grande volume de poluentes no ar. A AEA ressalta que apenas a emissão do dióxido de enxofre e o monóxido de carbono diminuíram, apresentando um caráter esporádico e localizado.
Além do impacto sobre a saúde, a diretora-executiva da AEA, Jacqueline McGlade, afirmou que a poluição custa ao bloco 1 trilhão de euros (US$ 1,30 trilhão) por ano em cuidados com saúde e impactos mais amplos sobre os ecossistemas.
Apesar dos debates para reduzir os limites para as emissões de poluentes no Estado, o ar da cidade de Vitória, por exemplo, continua entre os mais poluídos do País. E o material particulado que chega ao bairro Ilha do Boi, também em Vitória, aumentou 46% de 2009 a 2012, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Poluição x saúde
No Brasil, estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas tenham a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Em 2010, foram 116.680 mil internações, que custaram ao Ministério da Saúde R$ 83,6 milhões. Em 2011, o número de internações subiu para 116.707, custando R$ 87,1 milhões aos cofres públicos. Até julho deste ano, já são 57.881 registros, que custaram ao governo R$ 45,1 milhões.
Na Europa, segundo a AEA, o material particulado é visto como o mais grave risco de poluição atmosférica. Depois de passar por reações químicas no ar, ele entra na água, no solo e na cadeia alimentar, e podem reduzir a produção agrícola.
Séculodiário.com – Flávia Bernardes - 25/09/2012
Fonte -  São Paulo Trem Jeito ( Sinferp) 02/10/2012

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