Em vídeo publicado em redes sociais, Pimentel se disse estarrecido com a notícia e garantiu que não vai aceitar a suspensão do serviço. O governador ainda reclamou da ausência de ministros mineiros na gestão de Temer e de “descaso” da União com o Estado.A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pela gestão do metrô, reconheceu nesta segunda-feira (5) a necessidade de recomposição do Orçamento, que sofreu redução de cerca de 40% em relação ao ano passado, para que o sistema não seja afetado.
O Tempo
foto - ilustração/arquivo |
Em vídeo publicado em redes sociais, Pimentel se disse estarrecido com a notícia e garantiu que não vai aceitar a suspensão do serviço. O governador ainda reclamou da ausência de ministros mineiros na gestão de Temer e de “descaso” da União com o Estado.
“Se não bastasse tudo isso, agora querem parar o metrô de Belo Horizonte. É impossível, Minas vai reagir. Já pedi audiência com o presidente Temer, vou falar com o prefeito (Alexandre) Kalil (de BH), nós vamos juntos lá. É impraticável esse tipo de atitude com Minas. Não vamos aceitar”, disse.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pela gestão do metrô, reconheceu nesta segunda-feira (5) a necessidade de recomposição do Orçamento, que sofreu redução de cerca de 40% em relação ao ano passado, para que o sistema não seja afetado.
A CBTU confirmou, em nota, que “necessita de uma recomposição na Lei Orçamentária Anual”. A companhia informou que busca, com o Ministério das Cidades, a recuperação do Orçamento para manter “níveis adequados de operação” e que tem “confiança e determinação” para superar as adversidades e garantir os investimentos necessários.
Entenda. Em ofício assinado em 31 de janeiro, o diretor-presidente da CBTU, José Marques de Lima, afirmou que, devido aos cortes orçamentários feitos pela União, estão sendo adotadas medidas, como a suspensão de contratos de serviços e a restrição do funcionamento apenas aos horários de pico – de segunda a sexta-feira, das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30, a partir de 5 de março.
O Ministério das Cidades declarou que tem buscado, junto com as pastas de Fazenda e Planejamento, ampliar o Orçamento destinado à operação do sistema em cinco capitais – além de BH, Recife, Natal, João Pessoa e Maceió –, dos R$ 139,7 milhões aprovados para cerca de R$ 200 milhões, com o intuito de “assegurar a prestação do serviço com segurança e confiabilidade ao usuário”.
A reportagem tentou nesta segunda-feira contato com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), mas ele estaria em reuniões. A assessoria de imprensa da prefeitura afirmou que, até o fechamento desta edição, Kalil não havia sido contactado por Pimentel, mas ressaltou que o prefeito tem boas relações com Temer e com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, e que está se informando sobre o assunto para intervir e garantir o serviço.
Mobilidade vai ficar comprometida
A possibilidade de redução do funcionamento e de suspensão da circulação do metrô preocupa usuários e especialistas, que preveem prejuízos à mobilidade na região metropolitana. O ourives Adão Antônio dos Santos, 52, usa o metrô todos os dias para ir trabalhar. “Vou ter que pegar mais dois ônibus, e meu trajeto vai demorar ao menos mais uma hora”, disse.
Vai haver queda no conforto e aumento no tempo de viagem dos usuários, que devem recorrer a ônibus no período sem metrô, prevê o coordenador do departamento de transportes e trânsito da Fumec, Márcio Aguiar. “Da estação Central até a Eldorado, são 17 minutos de metrô. De ônibus ou carro, demora mais de uma hora. Em vez de haver ampliação no transporte, que é tão limitado, ele está sendo restringido”, completou.
“Sem mobilidade, não há escola, trabalho, lazer e saúde”, pontuou o engenheiro especialista em transportes Francisco Magalhães da Rocha. (Pedro Ferreira/RM)
Falta de recurso é problema que se repete
Não é a primeira vez que o funcionamento do metrô de Belo Horizonte é ameaçado por falta de recursos. Em junho de 2016, devido à redução de R$ 39 milhões no Orçamento do custeio do sistema, a CBTU não renovou os contratos de manutenção dos equipamentos e trens e de limpeza dos pátios e da sede.
Em 2017, houve necessidade de recomposição do Orçamento e ampliação do limite disponível para custeio da companhia, o que permitiu à CBTU empenhar R$ 233 milhões no funcionamento dos sistemas, segundo o Ministério das Cidades.
Conforme a pasta, o Orçamento da CBTU é proposto pelo Executivo e aprovado pelo Congresso, e a limitação ocorre pela necessidade de adequação das despesas à meta de resultado primário e ao limite de gasto do Novo Regime Fiscal.
Fonte - Revista Ferroviária 06/02/2018
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