quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Indústria ferroviária supera expectativas

Transportes sobre trilhos

Segundo Vicente Abate, presidente da ABIFER e diretor do SIMEFRE, os volumes de vagões de carga superaram as previsões mais otimistas.O mercado de carros de passageiros também foi positivo, explica o vice-presidente do SIMEFRE Luiz Fernando Ferrari. Foram entregues 320 carros até outubro, com previsão de fechar o ano em 394, superando em 23% a previsão de 320 carros para 2014

Abifer
AZM Comunicações e Eventos
foto - ilustração
O ano de 2014 foi um ano atípico em função da realização da Copa do Mundo e das eleições no País, eventos que, de certa forma, impactaram as atividades da indústria. Ainda assim, a indústria ferroviária teve um desempenho além das expectativas.
Carga - Segundo Vicente Abate, presidente da ABIFER e diretor do SIMEFRE, os volumes de vagões de carga superaram as previsões mais otimistas. Até outubro foram entregues 4.067 vagões e prevê-se um fechamento do ano em 4.500 vagões contra uma previsão de 3.500, representando um aumento de 28%. Comparado com 2013, o volume quase que dobrou, tendo em vista a base de comparação muito baixa, de 2.280 vagões.
Nas locomotivas, o desempenho foi acima do esperado, porém com um volume ainda muito baixo. Até outubro foram entregues 52 locomotivas, prevendo-se um total de 80 no ano, 33% acima da previsão de 60 locomotivas. Em relação a 2013 (83 locomotivas), o volume foi mantido.
Passageiros - O mercado de carros de passageiros também foi positivo, explica o vice-presidente do SIMEFRE Luiz Fernando Ferrari. Foram entregues 320 carros até outubro, com previsão de fechar o ano em 394, superando em 23% a previsão de 320 carros para 2014. Comparado a 2013, o aumento será de 80% em relação ao volume de 219 carros.
Via Permanente - O setor de materiais para Via Permanente teve um ano forte de fornecimento em função de compras governamentais para ferrovias de carga, bem como pelos investimentos da VALE na E. F. Carajás (renovação e duplicação da via) e da renovação de vias na E.F.V.M., VLI e MRS, cujos volumes serão mantidos para 2015.
Serviços - A indústria continua executando serviços de reparação e modernização de vagões, locomotivas e carros de passageiros, destacando-se um volume de 102 carros modernizados entregues à CMSP (Companhia do Metropolitano de São Paulo) dentro do programa de modernização da frota antiga das Linhas 1 e 3, que continuará no mesmo ritmo em 2015.
Exportações - As exportações de vagões e locomotivas em 2014 se mantiveram em volumes muito baixos, de 10 vagões (1 vagão em 2013) e 3 locomotivas (13 locomotivas em 2013). Já as exportações de carros de passageiros cresceram para 60 carros, contra os 20 em 2013. Os fabricantes de rodas, grampos de fixação e peças fundidas de truque e engate exportaram altos volumes em 2014.

Investimentos e Faturamento
Segundo os diretores do SIMEFRE a indústria ferroviária brasileira continua investindo fortemente em toda a sua cadeia produtiva, tanto na aplicação de tecnologia de ponta e no treinamento de sua mão de obra, quanto na expansão e modernização de suas fábricas e na construção de novas. Os investimentos previstos para 2014/2016 situam-se entre R$ 400 e R$ 600 milhões. A inovação tecnológica contida em todos os seus produtos tem colaborado para aumentar a produtividade e a competitividade de seus clientes.
"Esperamos fechar 2014 com um faturamento total de aproximadamente R$ 5,6 bilhões, com aumento de 24% em relação a 2013, que fechou em R$ 4,5 bilhões. Os volumes adicionais de veículos entregues foram responsáveis pelo crescimento acima do previsto", diz Abate.

Incentivos
O governo manteve os incentivos já concedidos anteriormente, como Desoneração da Folha de Pagamentos, PSI do BNDES e REINTEGRA. Entretanto, não se espera a manutenção dos financiamentos em condições tão competitivas para 2015. No setor de carga, espera-se que o Governo Federal implemente o Programa de Renovação da Frota de Vagões e Locomotivas, que dará sustentabilidade aos fabricantes destes veículos ao longo dos próximos dez anos.
Quanto à competitividade da indústria nacional, explica Ferrari, é importante que o setor tenha isonomia tributária em relação à indústria estrangeira, de qualquer país. "A indústria ferroviária instalada no Brasil é competitiva. Há, entretanto, outras variáveis que têm que ser levadas em consideração, como a valorização excessiva do Real e a instabilidade na flutuação do câmbio".
Ele explica que o País precisa aumentar sua produtividade, que depende em parte da própria indústria, e ela já está trabalhando neste sentido. Passa também por outras questões, como melhorias na infraestrutura de transporte e na burocracia excessiva.

2015
As previsões de elevados investimentos por parte das concessionárias ferroviárias de carga, assim como os esforços dos governos para melhoria da mobilidade urbana, continuam no foco para os próximos anos, ainda que se preveja um ano de mudanças em 2015, principalmente na área econômica.
A indústria ferroviária acredita nos resultados positivos destas mudanças e continua otimista, garante Vicente Abate. "Dessa forma, estimamos para 2015 uma produção e entrega de cerca de 4.000 vagões (75 para exportação), 90 locomotivas (10 para exportação) e 420 carros de passageiros (90 para exportação), levando a um faturamento ligeiramente superior ao de 2014".
Fonte - Revista Ferroviária  06/01/2015

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