segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Usuários questionam novo sistema de transporte por ônibus em Salvador

Ônibus/Salvador

Novo sistema de ônibus é questionado por usuários.Prova disso é que, exatamente um mês e nove dias após o início das mudanças prometidas, prefeitura, passageiros, rodoviários e especialistas no assunto fazem análises divergentes sobre a questão.

Yuri Silva - A Tarde
Raul Spinassé | Ag. A TARDE
Consenso é uma palavra que não existe no dicionário quando o sistema de transporte por ônibus de Salvador entra em discussão. Prova disso é que, exatamente um mês e nove dias após o início das mudanças prometidas, prefeitura, passageiros, rodoviários e especialistas no assunto fazem análises divergentes sobre a questão.
Se o titular da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota, afirma que pesquisas apontam a aceitação popular das mudanças, os usuários ouvidos pela equipe de A TARDE continuam insatisfeitos com o serviço oferecido.
A maioria deles até elogia a incorporação dos 700 veículos novos, mas muitos não perdem a oportunidade de listar outros problemas históricos do sistema, como superlotação, longa espera nos pontos, diminuição da frota em circulação aos domingos e trajetos longos.
"O ônibus continua demorando, vindo cheio, e ainda tem esse letreiro eletrônico que mal dá pra enxergar direito a letra", reclama a operadora de caixa Alcicleide Rocha, 30 anos.
"Não mudou muito. Gostei porque tem ônibus novo e limpo, mas podia ser confortável", opina a autônoma Ana Lúcia Santos, 50.
Os idosos, que agora têm acesso aos coletivos pela porta dianteira, junto com os outros passageiros, se incomodam com a fila enfrentada diariamente.
O aposentado Antônio Gomes, 78, relata que as catracas estão sendo liberadas pelos cobradores para a entrada do público da terceira idade, mas os assentos são ocupados rapidamente. "O jeito é esperar a fila esvaziar e pegar o próximo", diz.
Já os rodoviários reclamam da falta de informação para os passageiros, o que, segundo eles, dificulta o trabalho da categoria.
"Não há comunicação sobre as mudanças, sobretudo para os idosos. Então nós recebemos a culpa, porque temos o contato direto com o usuário", desabafa um motorista, pedindo para não ser identificado. "O passageiro acha que é má vontade nossa", diz outro, também solicitando anonimato.

Bom começo
Para a prefeitura, porém, as alterações implantadas até agora "representam um grande começo". É essa a análise do secretário Fábio Mota. Segundo o gestor, janeiro teve o menor registro de ônibus quebrados nas vias da cidade, pelo menos nos últimos 10 anos.
"O serviço está ágil, quase não tivemos problemas com ônibus, implantamos o aplicativo para celulares (com mais de 10 mil usuários na versão Android) e os totens nos pontos com informações. A prefeitura está no caminho certo", considera.
De acordo com ele, todas as mudanças implementadas até agora foram antecipadas em relação às datas previstas no contrato firmado com os consórcios. O início da operação se dará oficialmente apenas no dia 23 de abril, quando o documento começa a ter validade.
Mudanças mais significativas só poderão ser notadas, segundo Fábio Mota, após a conclusão do estudo de otimização das linhas, que promete reorganizar completamente o sistema. Realizado pela empresa paulista Oficina Consultores, com orientação dos técnicos da Semob, o plano de otimização tem prazo de conclusão fixado em abril de 2016.
Um ano antes, em abril de 2015, as três concessionárias e a prefeitura terão que entregar seus próprios CCOs (Centro de Controle de Operação). Será a partir desses espaços que tanto as empresas quanto o poder público vão poder controlar o sistema por meio de GPSs instalados nos ônibus.
Até este domingo, 8, apenas a bacia C (miolo), controlada pelo consórcio Salvador Norte, havia concluído a montagem da estrutura, mas 100% da frota da cidade já têm os GPSs instalados. "Para o funcionamento desses centros, três mil pontos já foram georreferenciados. Assim vamos ter controle sobre as linhas", afirma Mota.

Lucro
O professor de Economia dos Transportes da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ihering Alcoforado, considera que "as mudanças feitas pela prefeitura possuem a ótica privada, privilegiando a eficiência técnica e o lucro, em vez da eficácia do sistema".
Para Alcoforado, o ideal seria um modelo construído coletivamente, que promovesse equilíbrio entre lucro e eficácia. "Aumentar a eficiência técnica leva ao aumento do lucro dos operadores, mas não significa um aumento da eficácia do sistema ", argumenta.
Fonte - A Tarde  09/02/2015

COMENTÁRIO Pregopontocom

""Fábio Mota, afirma que pesquisas apontam a aceitação popular das mudanças"".....Que pesquisas?????????.......

Bom começo.....Para quem?????........

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