sábado, 9 de novembro de 2013

Prefeitura dá licença para desmatamento

Meio Ambiente

Foto - Reginaldo Ipê
A área verde sumiu, no Stiep, com licença ambiental da Prefeitura

Raylanna Lima
Uma área importante para moradores do bairro de Stiep está sendo desmatada para a construção de uma instituição que, segundo moradores, em quase nada irá contribuir para quem mora na região. Moradores da Rua Augusto Lopes Pontes alegam que o terreno era protegido ecologicamente e foi doado por gestões anteriores do Governo do Estado para a Convenção Estadual da Assembleia de Deus.
O local, que é público, foi cedido pelo Estado à Igreja. A principal indignação dos moradores é que em 2006, eles já haviam tentado solicitar a área para a construção de uma creche que beneficiaria muitos que por ali moram, mas tiveram o pedido negado. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) negou o pedido afirmando ser área de proteção ambiental, mas para a construção de uma instituição privada a Prefeitura de Salvador concedeu licença ambiental.
“A comunidade de Paraíso Azul já havia solicitado a área para a construção de uma creche, mas o Governo negou afirmando ser área de proteção ambiental. Depois do último protesto que fizemos contra a construção da obra, uma semana depois, às 6h da manhã, começaram a desmatar, e às 8h já estava tudo pronto. Não deu tempo de fazer nada”, desabafou José Schleu, 44. Ele, que é morador do bairro há 40 anos, ainda informou que os vereadores Aladilce Souza e Everaldo Augusto tentaram intervir e apoiaram as manifestações.
“Os vereadores assumiram o compromisso de cobrar do governador a suspensão da cessão do terreno. Eles fizeram uma denúncia ao IMA. Não consigo entender como a igreja evangélica conseguiu o alvará se a área tinha proteção ambiental”, disse Jose Schleu.
“É uma controversa. O que antes era ecologicamente protegido foi doado para uma instituição que irá trazer engarrafamento para nossa rua. Já houve várias manifestações contra essa obra, mas continuam dando seguimento”, disparou Gildo Mendez, morador do bairro há 9 anos.
“O que está acontecendo é um crime ecológico. O bairro tinha uma área verde linda e agora está virando só cimento. Fui passar um tempo fora do país e estava tudo normal, quando voltei, 32 dias depois, já haviam desmatado toda a área. Eu gosto de árvore, eu quero respirar, mas estão destruindo a natureza” desabafou um morador que, por ser músico, preferiu não se identificar.
Segundo informações no Ministério Público da União, há uma apuração conduzida pelo ofício do meio ambiente, através da empresa Caroline Queiroz, que entrou com procedimento para apurar a construção e constatar se a área tem ou não proteção ambiental. Ainda segundo o MPU, a Caroline Queiroz está averiguando a situação com os órgãos competentes
Enquanto isto, os moradores da área continuam rejeitando a ideia de uma igreja no local, numa tentativa de preservar o meio ambiente ou construir algo como uma creche, que para todos seria muito mais útil à comunidade local. Por enquanto, todos aguardam, com ansiedade, o desfecho final dessa estória, mas as obras continuam. Consultados sobre o assunto, tanto a prefeitura como o Ministério Público Estadual disseram que não estavam informados sobre o assunto.
Fonte - Tribuna da Bahia 09/11/2013

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