quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Revitalizar Salvador....é preciso

Mobilidade/Sustentabilidade  🚄

O velho que agora é o novo, foi apenas esquecido,abandonado e desprezado ao longo do tempo em nossa cidade.Considerado um trambolho que apenas servia para atrapalhar o trânsito,mais especificamente a vida dos motoristas e seus "automóveis",o velho bonde de Salvador foi esquecido e trocado pelos ônibus e nem ao menos teve a sorte de ter uma das suas unidades preservadas para contar ao longo do tempo uma parte da história da nossa cidade.Mais eles,os bondes estão mais vivos do que nunca e estão de olho nela.

Da Redação
foto ilustração - Web/William Jansen
Lá pelo ano de 1864 surgia a 1ª Cia de Bondes com tração animal e em março de 1897 era inaugurada em Salvador a segunda linha de bondes elétricos do Brasil chegando a ter 129 Km de linhas.Os bondes se espalhavam por vários bairros de Salvador,na Cidade Baixa e na Cidade Alta e reinaram soberanos até a sua desativação total no final da década de 1960.
Ao contrário do que aconteceu aqui,em Salvador e em outras cidades brasileiras,não só na Europa mais também em muitas outras cidades ao redor do mundo,eles resistiram,sobreviveram ao tempo,ganharam ares de modernidade e tecnologia,tornaram-se VLTs,e em varias delas, eles,os antigos bondes,se misturam com o seu irmão mais novo o VLT,correndo juntos na mesma linha compartilhando democraticamente o mesmo espaço.
Bonde antigos de Roma
Desfilam imponentes,emprestam a sua beleza a paisagem urbana,misturam-se,harmonizam-se,são partes da cidade,cumprem a sua função transportando pessoas,são sustentáveis,amigáveis,se integram ao conceito das "Cidades para Pessoas" e "Cidades Calmas", agregam valor a mobilidade e a urbanidade nas cidades onde correm pelos trilhos.Os Bondes,os VLTs,carregam no seu charme um elemento cativante e atraente que os tornam especiais.
Trazer os "Bondes" de volta a Salvador não será somente resgatar uma parte da história da cidade,desconhecida ainda por algumas gerações,é também valorizar as suas áreas urbanas tradicionais e históricas tornando-as mais amigáveis e mais próximas da população,além de proporcionar um meio de transporte confortável,seguro e sustentável.Adotar em Salvador o VLT no seu sistema de transporte público,é muito mais do que uma necessidade de suprir carências na sua mobilidade,e o resgate de uma parte importante da história da nossa cidade,além de torna-la mais amigável e mais democrática.Ganham todos,a cidade,a população e os nossos visitantes.

Como revitalizar o centro de Salvador



Centro da Cidade Alta
A revitalização e a humanização do centro Histórico de Salvador terá que dar uma quinada na direção da mobilidade com sustentabilidade e de uma convivência pacífica e harmônica com a sua história e a sua população.A implantação de um sistema de VLT no centro da cidade,ligando a Pça. da Sé ao C.Grande/Canela, usando todo o percurso em via dupla na Rua Chile e na Av. Sete no corredor compreendido entre a Praça Castro Alves até próximo ao Campo Grande (Casa D'Itália) proibindo o estacionamento e restringindo-se a circulação de veículos no local no período compreendido entre as 7:00hs e as 21:00hs,sendo permitido nesse horário apenas a circulação de táxis bicicletas,veículos de serviços (excluído operações de carga e descarga),e moradores cadastrados e autorizados,melhorando-se as condições para a circulação de pedestres com o alargamento e modernização das calçadas,revitalizando-se o degradado centro da cidade com intervenções urbanas voltadas para a sua restauração (digo,restauração e não reformas,demolições e descaracterizações)de maneira abrangente,comercio,moradias e sua conseguente recuperação devolvendo a sua real importância no contexto urbano da cidade,garantindo e preservando também dessa forma a sua identidade histórica. Poderia se criar também a expl. do que já foi feito na década de 80, estacionamentos periféricos em áreas fora do centro com alimentadores entre os estacionamentos e o terminal do VLT no C.Grande.A operação desse tipo de veículo movido a energia elétrica atualmente,devido ao seu alto grau de evolução tecnológica,não implica mais na necessidade da implantação de uma rede aérea de alimentação elétrica contínua,ou então o sistema APS (Alimentação Pelo Solo),sem prejuízos para o aspecto visual e sem impactar o ambiente urbano no local,podendo ser a mesma fracionada ficando a sua instalação restrita apenas nos locais das paradas dos veículos,em ambos os casos,que em apenas 25 segundos recarregam os seus acumuladores com uma autonomia de 1.200 metros,As distâncias entre as paradas do VLT urbano por padrão internacional oscilam entre 600 e 1000 metros.No Campo Grande se faria a integração com um sistema de ônibus destinados aos bairros da região,(Como já foi feito na década de 80 com a implantação da linha de ônibus circular Pça,da Sé/Campo Grande e os estacionamentos periféricos),com as linhas transferidas do centro (Rua Chile) para o C.Grande e as linhas que já usam o local como ponto final. - O comercio informal existente na região seria beneficiado com a implantação do "centro de comercio popular" na estação do Arquidabã,ver no capitulo seguinte.

A Baixa do Sapateiros
Esse tradicional e histórico centro comercial de Salvador poderá contar com um sistema de Bondes Modernos (VLT) trafegando nos dois sentidos, (em via dupla) Barroquinha,Arquidabã,Sete Portas, chegando até a antiga Estação Rodoviária que seria transformada num "terminal de integração" passando a atender as linhas que hoje se destinam ao terminal da Barroquinha (Ou estação da Lapa interligada a Barroquinha por um túnel),e do Arquidabã,além de um sistema alimentador para os bairros do entorno e mais próximos.Uma boa parte do comercio hoje ali existente (Na antiga rodoviária) seria transferido para uma área atualmente ocupada e sub utilizada pela Limpurb próxima ao Mercado da Sete Portas previamente reformada e preparada com infraestrutura própria e adequada para o funcionamento do novo centro comercial. O estacionamento e a circulação de veículos ao longo de toda via na Baixa dos Sapateiros (No trecho Barroquinha/Arquidabã) sofreria restrição total no período das 7:00hs até as 21:00hs.Nesse horário apenas circulariam além do VLT, veículos de serviços (excluídos operações de cargas e descargas),táxis,bicicletas e moradores cadastrados e autorizados.O alargamento das calçadas em toda extensão da via,com dispositivos para melhorar a acessibilidade e circulação de pedestres irá possibilitar uma melhoria no fluxo das pessoas com mais conforto e segurança além de trazer também consequentemente,benefícios para o comercio local.A estação do Arquidabã subutilizada atualmente como terminal de ônibus acarretando custos de manutenção para o município seria transformada em um "centro de comercio popular"com infraestrutura adequada,e gerando receita, para onde seriam transferidos os trabalhadores que atuam no comercio informal em toda a extensão da via, arredores e outros locais do centro da cidade,além da instalação de postos de atendimento de serviços públicos e outros serviços "ancoras".A essas ações também se somariam a restauração e a revitalização arquitetônica do local inclusive com a recuperação e reativação do elevador do Taboão e de uma das mais belas obras arquitetônicas e históricas de Salvador o Cine e Teatro Jandaia, um acervo histórico cultural do qual a nossa cidade jamais deverá abrir mão de possui-lo, além de outros prédios (Cine Pax) também importantes que fazem parte da história do local e da nossa cidade. - *(Um estudo poderia ser feito para um possível projeto de um túnel equipado com esteiras rolantes,apenas para a circulação de pedestres numa ligação entre o terminal da Barroquinha e a Estação da Lapa,ou o próprio sistema de VLT chegando até lá,possibilitando a integração com o sistema metroviário e o terminal de ônibus)

A Cidade Baixa
Um sistema de VLT(*) composto de 2 linhas, Tramo 1 saindo do T.da França ( Pça Cairu),Comercio,Calçada,(fazendo integração com o Trem),Mares,Lgo.de Roma,C de Areia,Ribeira e aTramo 2, saindo de Roma (integrada com a linha 1),Dendezeiros,B.do Bonfim,Lgo.Papagaio,Lgo.Madragoa.Esse sistema além de atender a população de toda aquela região da Cidade Baixa,complementado por um sistema de integração com ônibus alimentadores, fazendo a ligação com os bairros locais ao longo das linhas,servirá também como uma boa alternativa para o turismo, em toda extensão do percurso, pelas características próprias dos VLTs por serem bastante funcionais,atrativos, e serem equipados com janelas panorâmicas o que facilita uma melhor visão dos passageiros para a área externa durante o trajeto das viagens.Além de serem ecologicamente corretos por usarem energia limpa para a sua propulsão e material rodante não poluente, esses veículos também agregam e somam um enorme valor a paisagem Urbana da cidade.
A retomada do projeto da via Náutica estabelecendo uma ligação aquaviária entre o Porto da Barra,Comercio,S.Joaquim,Humaitá,Ribeira,Plataforma,não só servira para beneficiar a atividade turística como também atuará como um grande reforço no sistema da mobilidade urbana entre esses locais.
(*) Com a realização do projeto do VLT do Subúrbio Ferroviário em substituição aos atuais trens,a linha do VLT urbano aqui sugerida,partiria da Estação da Calçada integrando-se a linha principal do VLT - T.da França/Paripe/São Luis.
Pregopontocom/Salvador Sobre trilhos  12/10/2017

Um comentário:

  1. E pq não um bonde à moda antiga percorrendo entre o Porto da Barra e o final da Ademar de Barros para trazer de volto o charme perdido e o apelo turístico dessa região? De quebra ainda resolveria o problema de estacionamento da área com estacionamentos públicos privados em locais no campus de ondina, por exemplo.

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