sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mobilidade Urbana em São Paulo ainda é um grande problema

SP: Kassab deixa 30% das metas cumpridas em mobilidade urbana
(foto Vagner Magalhães)
Terra – 27/12/2012
Um dos pontos mais mal avaliados pelos moradores de São Paulo é também o que teve uma das piores evoluções durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que está às vésperas de deixar o cargo.Das 26 metas propostas para a área de mobilidade urbana e transporte, no início do segundo mandato, apenas 8 devem ser entregues até o fim de 2012, segundo dados do portal Agenda 2012, da própria prefeitura.
Entre as principais tarefas não cumpridas estão a promessa de entregar 66 km de novos corredores de ônibus; de reformar 38 km de corredores já existentes; e de construir mais 9 terminais urbanos e 2 terminais rodoviários na capital paulista. É também da área de mobilidade a única das 223 metas estabelecidas pela prefeitura que nem começou a ser viabilizada: o investimento de R$ 300 milhões no Rodoanel.
Outro fator que pesa contra a administração atual é não ter sido capaz de reverter os índices de congestionamento na capital paulista, que bateu recordes ao longo da gestão – atingiu 293 km de filas, em 2009, e 295 km de engarrafamento, em 2012 (de um total de 868 km monitorados).
Não à toa, a área de mobilidade urbana oscilou, nos últimos três anos, entre a 21ª e a 22ª posição (entre 25 pontos avaliados) na pesquisa feita pelo Ibope e pela rede Nossa São Paulo para medir a satisfação da população com áreas relacionadas à qualidade de vida na capital paulista (pesquisa Irbem).
Em diversas ocasiões, Kassab argumentou que, embora não tenha conseguido cumprir nem metade dos objetivos traçados no início da gestão, deixou a maioria dos projetos encaminhados para serem concluídos pela gestão do prefeito eleito Fernando Haddad (PT). Por outro lado, entre os planos concluídos mais propagandeados destacam-se os investimentos na ampliação da rede de metrô (R$ 1 bilhão em quatro anos); a implantação de 100 km de ciclovias e ciclofaixas; as ações para aumentar a segurança aos pedestres e as medidas de restrição a caminhões em vias movimentadas.

Desafio: transporte público
Para Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, as medidas adotadas pela Secretaria Municipal de Transportes foram muito “tímidas”, principalmente porque o foco não foi o transporte coletivo. Uma das críticas do especialista é em relação à restrição à circulação de veículos de carga nas marginais Pinheiros e Tietê nos das 5 às 9h e das 17h às 22h que, na avaliação dele, só fez com que o congestionamento aumentasse em outros horários, estendendo os horários de pico.
“A restrição aos caminhões não beneficiou o transporte público. O que você fez foi trocar caminhões por mais carros nas marginais. Nós perdemos a ‘guerra’ para o transporte individual. O sonho do automóvel acabou em São Paulo. (...) Não tem como querer mais atender a cidade toda com carro”, criticou.
Embora elogie os investimentos em transporte sobre trilhos, o engenheiro lembra que os resultados são de longo prazo, mas que enquanto isso a velocidade dos ônibus nos corredores fica cada vez mais lenta. Para se ter uma ideia, em alguns pontos, os ônibus já chegam a circular a 8 km/hora – mesma velocidade alcançada por um corredor a pé.
“Algumas ações podem ser feitas sem custo nenhum, só com uma ‘canetada’, mas depende de vontade política. Uma delas é retirar os táxis da faixa exclusiva para ônibus (uma portaria da prefeitura permite aos táxis com passageiros utilizar as faixas). Essa medida beneficia poucos e prejudica muitos”, avaliou.
O especialista defende a implantação de 400 km de novos corredores na cidade, e diz não haver justificativas convincentes para a não execução das metas relacionadas à construção e reforma das faixas de ônibus. Durante a campanha, Fernando Haddad prometeu construir 150 km de novos corredores e implantar 150 km de faixas exclusivas para ônibus – o que deve ser cobrado pela população, defende Figueira.
Por outro lado, um dos acertos da atual gestão foi investir na campanha de respeito aos pedestres, o que fez com que as mortes por atropelamento caíssem cerca de 38% no centro durante o primeiro ano da ação. Entretanto, o engenheiro defende que a próxima gestão amplie as medidas de segurança no trânsito, sobretudo nas áreas periféricas, onde ainda há poucos semáforos para pedestres.
“Todos os cruzamentos com conversão precisam ter semáforos para pedestres, só a placa pedindo respeito ao motorista não funciona. (...) A ação foi boa, mas não conseguiu atingir toda a cidade. Eu ainda me sinto inseguro”, disse.
Dois secretários passaram pela Secretaria Municipal de Transporte durante a última gestão de Gilberto Kassab na prefeitura: Alexandre de Moraes, qrespeito de Salvador ue deixou a pasta em 2010, e Marcelo Cardinale Branco, atual secretário. Já Haddad indicou o deputado federal Jilmar Tatto (PT) para comandar a secretaria – ele foi secretário de Transportes durante o mandato da ex-prefeita Marta Suplicy, também do PT.

Fonte - São Paulo Trem Jeito 27/12/2012
Comentário Pregopontocom: O que podemos dizer então a respeito de Salvador que  não tem Metrô,Trens,"VLT",e nem sequer "ônibus com piso baixo"(tão comum em SP) obrigando a sua população a andar em "CAMINHÔNIBUS",antiquados,ultrapassados sem o minimo conforto e totalmente desprovidos de acessibilidade?????!!!!!

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