Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira, o volume útil do sistema deverá se esgotar no início de julho. A pior situação é a do reservatório Jaguari-Jacareí, que atualmente está com apenas 3,7% da capacidade útil e deverá atingir o volume mínimo ainda em maio.
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira, o volume útil do sistema deverá se esgotar no início de julho. A pior situação é a do reservatório Jaguari-Jacareí, que atualmente está com apenas 3,7% da capacidade útil e deverá atingir o volume mínimo ainda em maio. A partir do fim da reserva útil, passará a ser usado o chamado volume morto, ou reserva técnica, a água que está abaixo do sistema de bombeamento.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) enviou na quarta-feira (29) um documento com 39 reivindicações para os órgãos ligados à gestão de recursos hídricos do governo federal e dos governos de São Paulo e Minas Gerais. Um dos pontos principais do texto é a redução do consumo de água dos usuários abastecidos pelo Cantareira.
“A gente teria que reduzir drasticamente o consumo de água, tanto na Bacia do Alto Tietê, que é São Paulo, quanto aqui no PCJ. A gente já está com pouca água reservada. Então, essa pouca água tem que ser muito bem administrada”, explica o coordenador de projetos do consórcio, Guilherme Valarini. De acordo com ele, para garantir a segurança hídrica da região, o consumo de água teria de cair até 50% nos próximos meses.
A diminuição poderia acontecer a partir de campanhas, como a que já está sendo feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que oferece descontos aos usuários que consumirem menos água.
A decretação de estado de calamidade pública nos municípios afetados é outra medida defendida pelo consórcio. “Porque a gente está com pouquíssima água reservada e há necessidade de virem mais recursos [para obras estruturais que ampliem a oferta de água] para auxiliar os municípios a enfrentar períodos de estiagem”, destacou Valarini.
Também são reivindicadas ações para melhorar o sistema de reservatórios a médio e longo prazo, como o desassoreamento de rios, córregos e lagos. “Porque a gente já está com o nível baixo nos rios e nos reservatórios, então essa é uma boa hora para fazer o desassoreamento”, ressaltou Valarini .
Outras medidas são a criação de incentivos para aproveitamento da água da chuva, redução das perdas no sistema de distribuição e aceleração nas obras de novos reservatórios. Segundo o coordenador, o governo paulista tem projetos para dois novos reservatórios, nos rios Camanducaia e Jaguari.
Fonte - Agência Brasil 30/04/2014
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