Crise do neoliberalismo poderá durar mais de dez anos, diz economista
Em livro, Gérard Duménil retrata os efeitos do período da 'Grande Contração' da economia, que durou de 2007 a 2010. Autor estará em São Paulo para debate nesta quinta-feira (24)
Redação RBA
Gérard Duménil
São Paulo – A crise do neoliberalismo, iniciada em 2008 devido à fragilidade das práticas desenfreadas de financeirização e de globalização dos Estados Unidos e da Europa, chega à segunda fase e pode durar mais de dez anos, de acordo com estudo do pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Gérard Duménil, para quem o declínio do sistema liberal se manterá devido ao aumento da dívida pública dos países essencialmente capitalistas.
O economista francês estará em São Paulo nesta quinta-feira (24) para o lançamento do livro A crise do neoliberalismo. O debate com o autor ocorrerá às 19 horas, na Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade. Duménil também passará por Foz do Iguaçu (PR) no dia 5 de maio e por Porto Alegre (RS) no dia 8 de maio para um ciclo de palestras gratuito.
Em A crise do neoliberalismo, escrito em parceria com o pesquisador Dominique Lévy, o autor retrata os efeitos do período da “Grande Contração” da economia, que durou de 2007 a 2010. Segundo Duménil, a globalização adotada a partir dos anos 1980 pelos Estados Unidos fez com que apenas 5% dos norte-americanos mais ricos prosperassem com o modelo capitalista. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no entanto, caiu de 40% para 10% em menos de 30 anos.
O economista destaca que o declínio do modelo neoliberal levou esses países a adotarem medidas intervencionistas na economia interna e protecionistas com relação ao mercado internacional. Entretanto, ele reforça que tanto os norte-americanos quanto os países europeus permanecem distantes de um modelo de gestão econômica à esquerda.
“A direita se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode, senão, provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará de novas políticas”, explicou Duménil, em entrevista ao cientista político Armando Boito Júnior para o Jornal da Unicamp.
Duménil: "A segunda fase da crise não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas" |
O economista francês estará em São Paulo nesta quinta-feira (24) para o lançamento do livro A crise do neoliberalismo. O debate com o autor ocorrerá às 19 horas, na Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade. Duménil também passará por Foz do Iguaçu (PR) no dia 5 de maio e por Porto Alegre (RS) no dia 8 de maio para um ciclo de palestras gratuito.
Em A crise do neoliberalismo, escrito em parceria com o pesquisador Dominique Lévy, o autor retrata os efeitos do período da “Grande Contração” da economia, que durou de 2007 a 2010. Segundo Duménil, a globalização adotada a partir dos anos 1980 pelos Estados Unidos fez com que apenas 5% dos norte-americanos mais ricos prosperassem com o modelo capitalista. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no entanto, caiu de 40% para 10% em menos de 30 anos.
O economista destaca que o declínio do modelo neoliberal levou esses países a adotarem medidas intervencionistas na economia interna e protecionistas com relação ao mercado internacional. Entretanto, ele reforça que tanto os norte-americanos quanto os países europeus permanecem distantes de um modelo de gestão econômica à esquerda.
“A direita se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode, senão, provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará de novas políticas”, explicou Duménil, em entrevista ao cientista político Armando Boito Júnior para o Jornal da Unicamp.
Fonte - Rede Brasil Atual 23/04/2014
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