PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

DEU NO BLOG










Esquerda, volver. Quem dera!

Por Bepe Damasco, em seu blog
Não é que já tem gente do campo da esquerda democrática dourando a pílula das manifestação do último domingo? Na minha visão, é um grave equívoco dizer que os atos reuniram gente de todas as classes. Isso não é verdade. Conta-se nos dedos o número de pobres nestas marchas fascistas, integradas na sua quase totalidade pelas classes média e alta. Também em nada contribui para a leitura correta do dia 15 acreditar que aquelas pessoas estavam ali para protestar contra a corrupção, conforme a pesquisa do Datafolha detectou. A corrupção está para a mobilização de domingo assim como o passe livre esteve para 2013,ou seja, é um mero pretexto. Puro embuste.
Se fossem militantes sinceros da causa anticorrupção, estariam defendendo a reforma política e o fim do financiamento privado. Parte expressiva dos que estiveram na Avenida Paulista berra contra a corrupção, mas dá propina para a PM, quando flagrada em infração de trânsito, e não hesita em sonegar impostos. Dispensemos, por favor, bobagens do tipo "uma minoria pediu intervenção militar", ou "alguns usam palavrões em seus cartazes e gritos de guerra contra a presidenta Dilma, Lula e o PT ", ou ainda "um número pequeno de extremistas pregou o assassinato da presidenta e de Lula e deram demonstrações de intolerância e violência." Chega de tergiversações: minoria é uma ova.
Confesso que não esperava viver para ver tantos brasileiros abastados abraçarem sem cerimônia a teses mais antidemocráticas, intolerantes, preconceituosas, violentas e fascistas. O que assistimos é um movimento de massas da direita como não se via no Brasil desde 1964, quando a expressão máxima da mobilização dos reacionários foi a marcha com Deus pela Família. As pessoas que estão nas ruas destilam o ódio disseminado pela mídia e não têm quaisquer compromissos com a ordem democrática. Não respeitam o resultado das eleições e se lixam para a soberania popular. É gente com claro déficit de conhecimento da história do Brasil. Analfabetos políticos e ignorantes, merecem como diz um amigo, uma surra de livro, isto sim.
Eles são brancos e nunca passaram privações. São portanto, minoritários, na sociedade brasileira. Mas dão a impressão de que são gigantescos, uma vez que estão mobilizados e com a faca entre os dentes. Sem falar no apoio incondicional e decidido do monopólio midiático. Enquanto isso, a maioria da população ( pobres e classe média baixa) se divide entre os que estão perplexos, os que foram contaminados pela febre golpista dos conservadores, os que se dizem decepcionados com Dilma e desanimados e os que ainda topam defender suas conquistas nos últimos 12 anos.
Em vez de enxugar gelo com platitudes como "acatamos com humildade o recado das ruas" ou "isso faz parte da democracia", o governo deve correr para se repactuar com sua base social, sinalizando com medidas concretas. O nosso governo deve ser o único no mundo em todos os tempos que insiste em afrontar quem tem coragem de ir para as ruas em sua defesa, como a CUT, o MST e a UNE. E isso num momento de crise de extrema gravidade. De domingo para cá, parece inacreditável, mas uma das poucas respostas que o governo deu às manifestações foi dobrar a aposta na aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso Nacional. Justamente o ajuste abominado pelos seus aliados.
Sinalização concreta para o povo significa dar uma guinada à esquerda, com algumas medidas objetivas :

1) Acatar as sugestões de mudanças feitas pelas centrais sindicais nas MPs 664 e 665, que dificultam o acesso a direitos previdenciários. Se preciso, retirar as MPs.
2) Mudar o ministério, mandando embora o Levy e a Kátia Abreu, e levando para o coração da articulação política palaciana o Jaques Vagner, por exemplo.
3) Falar todos os dias em reforma política, explicando para a população porque o financiamento privado das campanhas está por trás de quase todos os esquemas de corrupção.
4) Discutir com a sociedade e, finalmente, mandar para o Congresso um projeto de regulação econômica da mídia.
5) Incluir entre as prioridades do governo uma luta de apelo popular, tipo a implantação gradual da tarifa zero dos transportes em todos os municípios. É um assunto que cabe ao Executivo municipal ? É evidente, mas o governo federal pode desempenhar um importante papel indutor nessa questão.
Alimento poucas esperanças, porém, de que o governo tenha coragem política para operar essa mudança de rota. Vamos torcer e pressionar. Mas está feia a coisa.
Fonte - Blog do Miro  18/03/2015


HSBC: apenas a ponta do iceberg


Por Jerome Roos
No site Outras Palavras

“O que é recompensado pelo alto é punido por baixo…
Os lucros são privatizados, os prejuízos são socializados”
Eduardo Galeano
Há semanas, divulgou-se o esquema em que o HSBC – maior banco da Europa – participou ativamente da execução e propagação de uma evasão fiscal em larga escala através de sua subsidiária suíça, permitindo que alguns de seus clientes internacionais mais ricos escondessem mais de 120 bilhões de dólares em ativos não declarados em 30 mil contas bancárias secretas. Principais reguladores britânicos, os deputados e funcionários do governo tinham conhecimento das irregularidades e conheciam os nomes dos sonegadores potenciais (incluindo estrelas de cinema, barões das drogas e chefes de estado), mas nunca propuseram acusações criminais.
Ao mesmo tempo, o Reino Unido – como o resto da Europa – vive uma era de “austeridade”. Se por um lado os bilhões dos ricos moveram-se na direção da Suíça e Ilhas Cayman, os benefícios dos pobres foram cortados “para equilibrar o orçamento.” No ano passado, David Cameron prometeu cortar “gastos públicos” por mais uma década, pois os recursos “sairiam do bolso dos mesmos contribuintes cujos padrões de vida queríamos ver melhorarem”. A ironia do primeiro-ministro ao falar do trono de ouro não passou em branco. Bem-vindo à realidade às avessas da política de “austeridade”.
Quanto ao HSBC, é obvio que o observador cauteloso não terá se surpreendido com a notícia do enésimo mega-escândalo do banco. Já em 2012, o jornalista financeiro Matt Taibbi deixou claro que o HSBC tinha se enquadrado “no pior tipo de comportamento que qualquer banco pode possivelmente adentrar: o banco dos réus.” Até agora, o banco conseguiu evitar processos apesar da lavagem de bilhões de dólares para alguns dos mais notórios cartéis mexicanos de drogas, bem como um dos bancos sauditas ligado à Al Qaeda, alem do aparelhamento sistemático de taxas de juro interbancárias colhendo lucros pródigos no escândalo da Libor.
A decisão das autoridades reguladoras dos Estados Unidos e do Reino Unido para chegar a acordos com o HSBC, e não para promover acusações criminais nesses escândalos, sinaliza a dupla moral no coração dos nossos sistemas de justiça contemporâneos. Nos EUA, onde mais da metade da população carcerária ocupa seu tempo por delitos de drogas leves, os criminosos de colarinho branco - que ajudam e estimulam os traficantes violentos dessas mesmas drogas — saem com um “tapinha nas costas”.
No entanto, é muito importante não deixar que o comportamento criminoso de um único banco possa distrair-nos de uma visão mais ampla. O HSBC é apenas uma das instituições que atuam de forma notoriamente escandalosa em um sistema financeiro que é dominado por algumas das maiores organizações criminosas de nossos tempos. Se focarmos nossa indignação nos atos individuais de mau comportamento corremos o risco de perder uma dimensão mais profunda. Embora sejam as práticas ilegais que mais atingem as manchetes e causam indignação, o roubo real ainda ocorre dentro dos limites da lei - pelas transações cotidianas e operações financeiras ordinárias dentro de modelos de negócios desses bancos.
Neste sentido, o maior escândalo de nossos tempos é de natureza sistêmica e repousa sobre a transformação da economia mundial ao longo das últimas quatro décadas. Com o início da financeirização na década de 1970, o sistema bancário internacional começou a agir segundo a lógica apontada por Galeano: de maneira geral ampliou desigualdades pré-existentes e inverteu a realidade no processo. Em primeira instância, o sistema suga bilhões em juros e dinheiro dos impostos a partir de baixo. Começando com a falência da cidade de Nova York em 1975 e da crise da dívida mexicana de 1982, a “austeridade” tornou-se o principal mecanismo pelo qual os bancos efetuaram uma concentração sem precedentes de recursos, da base para o topo.
Na outra ponta, a lógica de Galeano criava condições em que os empresários mais ricos do mundo, ditadores do Terceiro Mundo e criminosos de colarinho branco puderam aumentar ainda mais o seu capital acumulado - obtido por décadas através do saque e da pilhagem de recursos do Estado e da propriedade comum - aumentando suas contas bancárias offshore e ativos no exterior, onde a imensa riqueza roubada escapa da tributação, regulamentação e investigação criminal.
Os privilégios financeiros obtidos através deste processo, o que tem sido referido por David Harvey como “acumulação por espoliação”, estão em relação direta com a privação fiscal na parte inferior. Em última análise, escândalos como o esquema de evasão fiscal do HSBC na Suíça são apenas pontos de infecção — que oferecem uma visão mais clara da dinâmica oculta da economia mundial. Em uma palavra, não existe “austeridade”; há apenas uma redistribuição escandalosamente distorcida dos recursos. Neste mundo de cabeça para baixo do capitalismo financeiro, o dinheiro não pinga para baixo – é constantemente levado para cima.
O resultado que se tem é um sistema onde os lucros são privatizados e as perdas perenemente socializadas. Aqueles que questionam este estado de coisa dizem que “não há alternativa”, e aqueles que resistem ativamente - como os movimentos sociais e os governos progressistas da América Latina e Europa do Sul - são impiedosamente punidos por isso. Primeiro os policiais punem os cidadãos comuns quando se rebelam; em seguida, os investidores punem os governos populares quando eles fazem o mesmo. O capital estrangeiro é retirado, os rendimentos dos títulos sobem, os mercados acionários entram colapso. Onde os banqueiros são recompensados ​​por seu comportamento criminoso, aqueles que lutam pela justiça ficam aprisionados nos limites estreitos do que é permitido.
É claro que a esta injustiça sistêmica só pode ser resolvida com respostas sistêmicas. E que os reguladores devem prosseguir ativamente nas acusações criminais contra o HSBC pelo seu mais recente escândalo. Mas sem movimentos anti-sistêmicos poderosos para lutar por justiça social, mudanças significativas serão improváveis. Será preciso organização política em uma escala que não temos sido capazes de imaginar até agora. Agora mais do que nunca, precisamos voltar às ruas e começar a desenvolver um projeto global coerente para enfrentar a ditadura das finanças globais de cabeça erguida.
* Tradução de João Victor Moré Ramos.
Fonte - Blog do Miro  11/03/2015


Mídia despenca ladeira abaixo

Por Cadu Amaral, em seu blog:
A autoproclamada “grande imprensa” está caindo pelas tabelas. O Estado de São Paulo, Estadão, andou demitindo jornalistas e anunciou diminuição no número de páginas em seu impresso diário. A Folha, já em 2011, demitiu quarenta. Agora foi a vez da Editora Abril de Veja. Foi anunciada uma redução de mais de 65% de seu lucro. O que segura a onda são as publicações infantis.
Isso é o efeito do péssimo jornalismo praticado por esses veículos. Se não por questões morais ou ideológicas, fazer bom jornalismo é essencial para a sobrevivência no ramo. Mas eles preferiram – como sempre fizeram – o falseamento da realidade. Junte isso ao crescimento da internet onde é mais barato publicar notícias e onde a pluralidade é maior e a disputa dos corações e mentes de leitores mais equilibrada.
A “poderosa” tem sua audiência caindo vertiginosamente, mas ainda se segura por causa do oceano de recursos públicos em publicidade que recebe. São as pessoas que não mais leem ou assistem o conteúdo da imprensa da ditadura. Então por quê continuar com a divisão injusta da publicidade estatal?
Outro fator que ainda faz com que a “grande imprensa” mantenha sua empáfia de divindade é o monopólio que detém e a sua atuação em oligopólio. Ou seria um partido?
Ao contrário do que muita gente adoradora dessa imprensa “leite com pera”, é a pluralidade que mantém as empresas de comunicação ativas, mesmo que não como um império midiático. Vários veículo atuando exercem certa vigilância na prática jornalística, ajudando a manter uma qualidade e posturas mínimas do que deve ser jornalismo.
E não se trata aqui de jornalismo de esquerda ou de direita, por mais que fosse benéfico que os meio não vendessem o falso produto da imparcialidade. É mais honesto assumir que tem lado ou coloração ideológica. Dando aos leitores a real possibilidade de escolher a concepção de sociedade que querem ler.
A Inglaterra é um bom exemplo disso. Lá os jornais assumem sua cor. Se são de direita, afirmam sua posição; se são de esquerda ou de centro também.
Ainda há pessoas que indagam o fato de existir os felicianos da vida em espaços políticos, por exemplo. Ele é reflexo da falta de debates sérios sobre questões importantes para o desenvolvimento do país, sobre o comportamento do Estado brasileiro e da partidarização – no sentido de atuação em grupo, oligopólio mesmo – da “grande mídia”.
Joseph Pulitzer, jornalista e editor húngaro e radicado nos Estados Unidos, que empresta seu nome àquele que talvez seja o prêmio mais importante do jornalismo afirmou que “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.
A realidade vivida pelos órgãos da “grande imprensa” é fruto de sua própria ação. Há tempos que caem pelas tabelas, seja na qualidade do produto que oferecem, seja na disputa da sociedade. Mesmo que ainda detenham a hegemonia dessa.
Fonte - Blog do Miro 03/05/2013


Argentina devia “censurar” o FMI

Por Altamiro Borges
O Fundo Monetário Internacional (FMI), organismo responsável pela quebradeira de várias economias do mundo e pelo desemprego e miséria de milhões de habitantes no planeta, divulgou na semana passada uma moção de “censura” ao governo da Argentina. A nefasta instituição alega que o governo do país vizinho manipula os índices de inflação. A “censura” é o primeiro passo de um processo que pode resultar na expulsão da Argentina do FMI, como se este organismo prestasse para alguma coisa nos dias atuais.
Aristocrática e petulante, a capataz do órgão, Christine Lagarde, já havia antecipado a medida em setembro passado. Na ocasião, ela afirmou que “a Argentina já tem o cartão amarelo, agora tem de escolher se quer o cartão vermelho”. De pronto, a altiva presidenta Cristina Kirchner respondeu durante a assembleia da ONU: “A Argentina não é um time de futebol, mas sim um país soberano”. Agora, o FMI volta à carga com sua “censura”. O organismo que destrói as economias europeias volta a meter o bedelho na América Latina.
Os argentinos e latino-americanos sabem o que significa o famigerado FMI. No triste reinado de FHC, o Brasil ficou recém deste antro que representa os interesses dos banqueiros. Os três acordos firmados com o Fundo resultaram em milhares de demissões, retirada de direitos trabalhistas e brutal arrocho salarial. No caso da Argentina, a presidente Cristina, juntamente com seu marido, projetou-se exatamente por combater suas receitas amargas, que levaram o país ao colapso. Quem, de fato, merece a censura dos povos é o FMI!
Fonte - Blog do Miro 03/02/2013


PF intima Valério como testemunha de Gilmar

Lucca Figueiredo - Do Hoje em Dia
Lucas Prates
Miraglia entregou à PF cerca de 12 quilos de documentos
 que, segundo ele, mudarão a política do país
Intimado pela Polícia Federal (PF) como testemunha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes – que teria sido um dos beneficiados em um esquema de repasse de recursos federais –, o empresário Marcos Valério causou rebuliço, na última quinta-feira (24), na superintendência da instituição, em Belo Horizonte. Seria a primeira vez que o empresário, condenado a 40 anos de prisão, no escândalo do mensalão, voltaria a prestar depoimento à polícia.
Porém, contrariando as expectativas de todos, inclusive às da PF, o empresário não apareceu. Sua defesa alegou que ele marcará data conveniente para prestar explicações à polícia, já que figura apenas como testemunha do ministro. Ele não é visto em público desde a condenação pelo mensalão.
Além de Valério, foram intimados o lobista Nilton Monteiro e seu advogado, Dino Miraglia. Apenas o advogado esteve na PF, na região Centro-Sul da capital. A delegada Vânia Gazzinelli foi a responsável por colher o depoimento e receber os documentos. Miraglia, que defende o lobista, falou por cerca de quatro horas com a delegada. O advogado classificou o depoimento como “intenso e positivo”. Ele questionou a ligação entre Valério e o ministro. “É uma relação, no mínimo, incoerente”.
Os depoimentos fazem parte das investigações do caso que envolve a suposta ligação de Gilmar Mendes e de outras autoridades com Valério. Além do depoimento, Miraglia entregou à delegada documentos que comprovariam o esquema com verba federal. “São mais de 12 quilos de papel, envolvendo várias pessoas. Vão desde favorecimento até tentativa de homicídio. Se a polícia levar a fundo a investigação, poderá vir uma grande mudança no cenário político do país”, afirmou.
O advogado do lobista Nilton Monteiro alega que seu cliente teria sido vítima de um atentado. “Colocaram fogo na casa dele. Um sobrinho chegou a ficar internado. Se isso acontecesse no Estado do Texas, nos Estados Unidos, os responsáveis seriam condenados à morte”, compara.
Caixa dois
O ministro Gilmar Mendes trava uma disputa com o lobista Nilton Monteiro e o advogado criminalista Dino Miraglia desde a divulgação do esquema, que teria beneficiado diversas autoridades durante a campanha para o governo de Minas, em 1998. O suposto caixa dois teria sido articulado por Marcos Valério, que assina a lista de beneficiados, registrada em cartório. O nome do ministro Gilmar Mendes aparece no documento como tendo recebido R$ 185 mil. Nilton Monteiro teria elaborado a lista. O ministro nega o recebimento.
A documentação foi entregue à PF por Miraglia que, além de Monteiro, defende a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo o advogado, a morte foi uma “queima de arquivo”, pois a modelo seria a responsável por transportar malas de dinheiro do esquema. Na lista, Cristiana teria recebido R$ 1,8 milhão.
Fonte - Luis Nassif Online  25/01/2013


Regulação da mídia é prioridade do PT

Por José Dirceu, em seu blog:
Adicionar legenda
Importante, de extraordinária relevância a entrevista em que o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão (SP), detalhou a correspondentes estrangeiros no Brasil as prioridades da luta política do nosso partido para o ano que vem, dentre estas, a questão da regulamentação da mídia.
O partido faz muito bem em eleger esta regulação como uma das principais metas a serem conquistadas em 2013, ao lado da reforma política tão imprescindível ao país e da luta para desconstituir a farsa do mensalão.
É bom que o Rui tenha falado a correspondentes estrangeiros, porque sabemos que a mídia nacional fará de tudo para ignorar a questão da regulamentação. À exceção dos momentos em que virá com o noticiário enviesado de sempre, para dizer que regulamentação é censura e ameaça à liberdade de imprensa.
À luta pela regulação, reforma política e fim da farsa do mensalão
O PT não tem e não pode ter nenhuma ilusão de que a mídia mudará e será diferente agora ou em 2013 quando ela tratar do assunto. Vamos à batalha, então.
O partido vai se posicionar, defender, tomar iniciativas, ocupar todas as tribunas que lhe forem possíveis, manter o assunto em evidência e priorizá-lo, mas como bem destacou o presidente nacional do PT aos correspondentes estrangeiros "quem pode regulamentar os meios de comunicação não é o partido, é o Congresso."
"Esperamos que o governo envie um projeto de marco regulatório no país" completou Rui. Ele lembrou ser fundamental a regulamentação dos artigos da Constituição que tratam da programação (mídia eletrônica) e da propriedade das empresas no setor de comunicação.
"Não pensamos em expropriar ninguém"
"Naturalmente há que se ter um tempo para uma transição. Nós não pensamos em expropriar ninguém", tranquilizou o dirigente petista."Acho incompatível quem concede se beneficiar da concessão", considerou Rui, ao responder questionamento dos correspondentes sobre o fato de no Brasil um grande número de parlamentares e suas famílias terem concessão de rádio e TV (o Congresso homologa as concessões encaminhadas pelo Ministério das Comunicações).
Rui insistiu que a regulamentação defendida pelo partido não tem nada a ver com censura, como a grande e velha mídia costuma e vai querer continuar confundindo. "Não é censura, nada a ver. É ampliar a liberdade de expressão, não restringi-la", concluiu.
Já que falo dessa entrevista do presidente nacional do partido, convido vocês a lerem, também, o artigo que ele publicou na Folha de S.Paulo no fim de semana (sábado) com o título O PT cresce e consolida seu projeto nacional.
Fonte - Blog do Miro  05/11/2012


O fim de um ciclo político

Por Luis Nassif, em seu blog

Semanas atrás escrevi sobre o fim da geração das diretas, o grupo que, a partir de São Paulo, dominou a cena política nacional, através do PSDB e do PT.
Do lado tucano, Covas, Fernando Henrique, Sérgio Motta, entre outros; do lado petista, Lula, Dirceu, Mercadante, Suplicy, Martha. Do lado dos peemedebistas históricos, Ulisses e Tancredo.
De certo modo, foram desbravadores da democracia brasileira, conseguindo definir um padrão de governabilidade que permitiu ao ornitorrinco voar.
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Saía-se da ditadura praticamente sem sociedade civil. Os partidos políticos dividiam-se entre posições muito simplórias: contra ou a favor do regime anterior. Não havia maiores definições programáticas. E o equilíbrio do Executivo era constantemente bombardeado pela instabilidade econômica e por dois tipos de demanda: a do Congresso e a da mídia.
Não era tarefa fácil equilibrar a estabilidade democrática em meio a ventos tão implacáveis.
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De Sarney até FHC, o único instrumento de pacificação política foram os pacotes econômicos, mirabolantes, mas que, de tempos em tempos, conferiam algum fôlego político aos governantes. Foi assim com os sucessivos planos econômicos do governo Sarney, Collor, até o derradeiro, o Plano Real.
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A partir daí, consolidava-se a dualidade PSDB-PT paulistas, comandados pelos personagens das diretas-já. E, em cada partido, conviveram dois personagens: o líder (simbólico ou real) e o que botava a mão na massa.
Um conjunto de circunstâncias jogou o PSDB nas mãos de FHC, o líder simbólico, e de Sérgio Motta, o que botava a mão na massa. Figura generosa, impulsiva, Motta era o motor do partido, o que sujava as mãos (como no caso da votação da reeleição), acolhia os desabrigados, mantinha a chama acesa - ao lado do governador Mário Covas, em São Paulo.
Pouco antes de morrer, conhecendo o caráter de FHC, Motta deixou o bilhete histórico, pedindo que não se apequenasse. Apequenou-se. Tornou-se refém dos financistas do partido, abraçou o neoliberalismo mais desbragado, abandonou o discurso social-democrata e deslumbrou-se definitivamente com os salões.
Com isso, escancarou uma rodovia para que entrasse o discurso social do PT.
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Do mesmo modo que no PSDB, no PT havia o líder, Lula, e o que botava a mão na massa, José Dirceu.
Coube a Dirceu o papel fundamental de consolidar o arquipélago de tendências do PT, muitas vezes com uma objetividade dura que deixou ressentimentos, mas que liberou Lula para montar as estratégias maiores do partido.
Eleito Lula, Dirceu teve papel central na transição. Comandou intenso processo de negociação com o governo que saía, incluindo um pacto de não agressão que varreu para baixo do tapete inúmeros episódios obscuros do governo anterior.
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Tentou, depois, absorver toda a tecnologia de governabilidade do governo que saía, incluindo operadores, lobistas e tudo isso em um momento em que, com os principais quadros do partido indo para o governo, o PT viu-se meio acéfalo.
Mas não foi seguida a principal lição de FHC - aliar-se a um grande partido ônibus, como o PMDB, assim como o PSDB se aliou ao DEM.
O desafio de administrar o varejo acabou resultando no mensalão.
O "mensalão" foi um divisor de águas. E é interessante entender como se comportaram os atores políticos depois dele.
O pós-mensalão e Lula - 1
No início do governo, Lula teve que enfrentar uma enorme crise de mercado, com o dólar explodindo, o aumento da inflação e a inexperiência do novo partido com o poder. Foi nesse período que o trabalho de José Dirceu, junto ao meio político, e Antonio Palocci, junto ao mercado, foi fundamental para garantir a governabilidade. Passada a crise, o poder de Dirceu acabou sendo incômodo para o próprio Lula.
O pós-mensalão e Lula - 2
O "mensalão" acabou provocando a saída de Dirceu e dos demais companheiros que haviam carregado o piano do jogo pesado inicial. A luta pela sobrevivência política exigiu tudo de Lula. E aí apareceu o político fulgurante em sua plenitude. De um lado, passou a colher os frutos das políticas sociais do início do governo. De outro, precisou dar um impulso gerencial sem precedentes ao seu governo.
O pós-mensalão e Lula - 3
Finalmente, o enorme desgaste produzido pelo episódio impulsionou a renovação do PT. A cara do partido não podia ser mais a dos pioneiros, os que ajudaram no trabalho hercúleo de criar um partido nacional. É nesse contexto que a intuição política de Lula leva à indicação de Dilma Rousseff para presidente e de Fernando Haddad para concorrer à prefeitura de São Paulo. Além da aproximação com Eduardo Campos.
O pós-mensalão e FHC - 1
Caminho inverso percorreu FHC. Sem Mário Covas, tornou-se a única referência do PSDB. Sua falta de vontade de governar, a falta de visão de futuro (ao não perceber o tempo social sucedendo o tempo da estabilização), a escassez de ideias (que o levou a adotar acriticamente o receituário neoliberal), e o neodeslumbramento da mídia (para caracterizá-lo como o antiLula) cobraram sua conta.
O pós-mensalão e FHC - 2
Mais e mais, FHC imbuiu-se do discurso moralizante, de uma retórica que, embora não tão grosseira quanto a de José Serra, empurrava para o conflito. Nas palestras e, principalmente, nos artigos para o Estadão e o Globo, não conseguia desenvolver mais do que bordões soltos, sem nenhuma profundidade. Mais que isso, não preparou o partido para a renovação, para o aparecimento de novos quadros.
O pós-mensalão e FHC - 3
Chega-se, ao final do longo processo político, que vem da redemocratização até os dias atuais, com os resultados conhecidos. No campo das lideranças, Lula conseguiu não apenas reeleger o sucessor como reestruturar o partido; já FHC saiu derrotado do governo e deixa um partido em ruínas. Mas a história há de se lembrar dos construtores, os que colocaram a mão na massa e pagaram por isso: Sérgio Motta e José Dirceu.
Fonte - Do blog do Miro  14/10/2012


A "crise moral" de FHC, o ressentido

Por Altamiro Borges
Depois de levar tantas bordoadas pelo artigo “ressentido” que publicou nos jornais O Globo e Estadão, FHC saiu da catacumba e voltou a falar bobagens sobre o tema – desta vez em outro órgão oficial tucano, a Folha. Segundo a coluna Painel, “o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que a nota de Dilma Rousseff em resposta a seu artigo sobre o legado de Lula se atém a adjetivações e não rebate os fatos descritos. ‘O que escrevi se refere a fatos e não a adjetivar pessoas, e os fatos não foram contestados’, afirmou”.
Ainda segundo a jornalista Vera Magalhães, “o tucano, que, no texto, fala em ‘crise moral’ no primeiro ano de Dilma, ressalva que não quer ‘bater boca’ com a presidente e que a crítica não foi endereçada a ela, mas ‘ao governo anterior’. Com afeto, FHC acredita que o episódio não deixará sequela na sua relação com Dilma, que era amistosa: ‘Até agora, ela tem me tratado com consideração’”. Afeto? Só se for para a Folha tucana. FHC é uma das principais víboras da oposição direitista, sempre pronto para dar o bote.
A lista de escândalos do reinado tucano:
Pena que os governos anteriores, numa linha de conciliação, preferiram não expor os pobres do seu triste reinado. O resultado é que até hoje ele tenta posar de paladino da ética e, sempre que pode, alfineta os adversários com o discurso udenista da “crise moral”. Mas que “moral” ele tem para falar sobre o tema? Volto a publicar uma breve lista dos escândalos de corrupção nos dois governos de FHC. A insistência é apenas para irritar o ex-presidente e a mídia tucana que insiste em tratá-lo como “líder da oposição”:
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Denúncias abafadas: Já no início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria a sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco e formada por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria-Geral da União, mas este órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias.
Caso Sivam: Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC “punir” o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, “um exílio dourado”. A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou.
Pasta Rosa: Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de “engavetador-geral da República”.
Compra de votos: A reeleição de FHC custou caro ao país. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI.
Vale do Rio Doce: Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD.
Privatização da Telebras: O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC, citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários “grampos” comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades tucanas. As fitas mostraram que informações privilegiadas foram repassadas aos “queridinhos” de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à “venda”, o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada.
Ex-caixa de FHC: A privatização do sistema Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa das campanhas de FHC e do senador José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES também flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além de “vender” o patrimônio público, o BNDES destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais privatizadas. Em uma das diversas operações, ele injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
Juiz Lalau: A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar à cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que liberara as verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: “assinei sem ver”.
Farra do Proer: O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais. Vale lembrar que um dos socorridos foi o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, a qual tinha como agregado um dos filhos de FHC.
Desvalorização do real: De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam, “graciosamente” socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado.
Sudam e Sudene: De 1994 a 1999, houve uma orgia de fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ultrapassando R$ 2 bilhões. Ao invés de desbaratar a corrupção e pôr os culpados na cadeia, FHC extinguiu o órgão. Já na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a farra também foi grande, com a apuração de desvios de R$ 1,4 bilhão. A prática consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste foram aplicados. Como fez com a Sudam, FHC extinguiu a Sudene, em vez de colocar os culpados na cadeia.
Fonte -  Blog do Miro 06/09/2012


Kátia Abreu e o resgate de escravos

Por Altamiro Borges

"A Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Tocantins (SRTE/TO) libertou 56 pessoas de condições análogas à escravidão da Fazenda Água Amarela, em Araguatins (TO). A área reflorestada de eucaliptos, que também abrigava 99 fornos de carvão vegetal, estava sendo explorada pela RPC Energética. De acordo com apurações da fiscalização trabalhista, ainda que registrada em nome de um 'laranja', a empresa pertence a Paulo Alexandre Bernardes da Silva Júnior e André Luiz de Castro Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), liderança ruralista que também é presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)".
A informação acima foi publicada nesta semana pelo sítio Repórter Brasil. Segundo a reportagem, assinada por Bianca Pyl, Guilherme Zocchio e Maurício Hashizume, a empresa flagrada produzia matéria-prima para a siderúrgica Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão Ltda.). "Instalada em Açailândia (MA), a Fergumar é dona da fazenda e recebeu os 18 autos de infração lavrados na operação - que foi concluída na semana passada. Esta não é a primeira vez que a empresa foi implicada em caso de trabalho escravo".
Servidão por dívida, jornada exaustiva e aliciamento
A fiscalização constatou a existência de condições degradantes nas frentes de trabalho e nos alojamentos, de servidão por dívida, de jornada exaustiva e de aliciamento, o que fundamentou a caracterização do trabalho análogo à escravidão. "Uma das vítimas não tinha sequer 18 anos completos, confirma o auditor fiscal do trabalho que coordenou a inspeção, Humberto Célio Pereira". Os trabalhadores não dispunham de banheiros em condições de uso nem de água potável.
"O aliciamento foi verificado por meio da atuação do 'gato' (intermediador de mão de obra) Maurício Sobrinho Santos, que atraiu e recrutou trabalhadores nos municípios de Vargem Grande (MG), São João Paraíso (MG) e Boa Sorte (MG), além de Açailândia (MA), cidade que abriga a própria planta da Fergumar. A promessa, como de costume, era de condições de trabalho decente, evidentemente com a perspectiva de pagamento de fartos salários".
Condições degradantes de trabalho
"A rotina os trabalhadores começava às 4h da manhã, quando eles pegavam o transporte fornecido pelo empregador para a Fazenda Água Amarela. A labuta na propriedade rural começava por volta das 6h e seguia até 16h, com uma pequena pausa de 15min para o almoço. O retorno aos alojamentos só se dava depois das 17h. Quando da libertação, eles estavam trabalhando no local há cerca de três meses. O motorista do ônibus que recolhia os empregados não era habilitado e o transporte entre as frentes de trabalho era feito em caminhões e tratores de carga, de modo completamente irregular".
Todo o carvão vegetal produzido na área tinha como destino a usina da siderúrgica Fergumar, que informa em seu site que escoa 80% de sua produção para os EUA, especialmente para as indústrias de automóveis. Os 18 autos de infração foram direcionados à Fergumar, que não atendeu aos pedidos de esclarecimento. "A reportagem tentou contato com os responsáveis pela RPC e pela Reflorestar, mas não conseguiu parecer dos mesmos sobre o ocorrido. Também a senadora Kátia Abreu, que está temporariamente em licença médica do cargo parlamentar, não deu retorno até o fechamento desta matéria", conclui a Repórter Brasil.
Fonte - Blog do Miro 30/08/2012


COLLOR: PROCURADORES ENTREGARAM INVESTIGAÇÃO SECRETA À VEJA

E se o Caneta tiver repassado os documentos ao Cachoeira? O que dirão Gurgel e a Corregedoria do MP?

PHA

Na mesma reunião da CPI em que o deputado Dr. Rosinha preferiu não levar a votação o requerimento para convocar o Caneta, o Policarpo Júnior, o senador Fernando Collor fez outras graves denúncias que envolvem o Procurador Roberto Gurgel, o Caneta e seu patrão.
Collor revelou que, no dia 2 de março de 2012, procuradores que funcionam como braço direito de Gurgel, Leia Batista de Oliveira, Daniel de Resende Salgado e Alexandre Camagno de Assis, se encontraram, a mando do Caneta, com dois repórteres da Veja:
Gustavo Ribeiro e Rodrigo Rangel.
Nesse encontro, os procuradores entregaram aos repórteres da Veja documentos de inquéritos que resultaram, depois, nas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal.
Os documentos eram sigilosos, protegidos por “segredo de Justiça”.
Portanto, deduz-se da acusação do Senador que membros da equipe de Gurgel transferiam à Veja informações privativas do Ministério Público.
O que leva Collor a afirmar que a Veja e o Procurador Geral estão no coração da organização criminosa.
Se o Caneta é tão amigo do Cachoeira, por que ele não entregaria os documentos do Ministério Público ao amigão, ao Cachoeira ? – é o caso de se perguntar.
Collor fez uma nova denúncia.
Que Policarpo, o Caneta, se encontrava no apartamento 1103 do Hotel Nahoum, em Brasília – o mesmo em que a Veja tentou plantar cocaína no apartamento de José Dirceu – com empreiteiros para tratar de empreitagens.
(As 73 transcrições de gravações de e sobre Policarpo mostram a complementaridade entre os interesses de Cachoeira com empreiteiras e os interesses “jornalísticos” do Caneta.)
Collor lamentou que a Policarpo não tivesse sido convocado nesta terça-feira.
Mas, não tem problema.
Ele marcou um encontro, ali, com Robert(o) Civita, a quem prometeu receber com a revelação de “fatos horripilantes” praticados por ele, o Murdoch brasileiro.
Collor voltou a se referir à Veja como um “coito de bandidos”, comandados pelo chefe maior, Robert(o) Civita.
Collor identificou o Procurador Alexandre Camagno de Assis como “o braço direito desse Procurador da República que deslustra” a Procuradoria Geral da República.
Gurgel é a “peça apodrecida” do MPF e ali não pode continuar.
Porque ele é “criminoso, prevaricador e chantagista”, voltou a dizer Collor.
Sobre a mulher de Gurgel, a Sub-Procuradora, Collor voltou a dizer que ela tem a “reserva de mercado” para cuidar de todas as investigações sobre quem tenha “prerrogativa de fôro”.
Que o sistema de distribuição de processos na Procuradoria da República não segue nenhum critério técnico: nem por sorteio eletrônico ou qualquer outro.
Se tem “prerrogativa de foro” vai para ela, automaticamente.
É bom lembrar que “venceu o prazo para Gurgel responder a dois requerimentos com perguntas de Collor a Gurgel”.

NAVALHA
O que dirão os procuradores Leia Batista de Oliveira, Daniel Resende Salgado e Alexandra Camagno de Assis ?
O que dirá Gurgel em defesa deles ?
Entregaram documentos sigilosos ao detrito sólido de maré baixa ?
Por que ?
E se o Caneta tiver repassado os documentos ao Cachoeira ?
O que dirão Gurgel e a Corregedoria do Ministério Público sobre a denúncia de uma “reserva de mercado” para dar tratamento privilegiado a quem já tem privilégio ?
Até quando a CPI, o Temer, o Miro e os filhos do Roberto Marinho resistirão a convocar o Caneta ?
Por que a Veja teria acesso a documentos sigilosos de investigações seríssimas e não o Ali Kamel ? – haveria de se perguntar um dos filhos do Roberto Marinho.
Por que não nós, que há tanto tempo estamos no Golpe e o Robert(o) não passa de um arrivista ?
Paulo Henrique Amorim
Fonte - Conversa Afiada 14/08/2012


Barbosa, a mídia e o mensalão tucano

Por Altamiro Borges
A jornalista Mônica Bergamo publicou hoje três notinhas reveladoras na página Ilustrada da Folha:
Olhos abertos
O ministro Joaquim Barbosa, relator do "mensalão do PT" no STF (Supremo Tribunal Federal), segue atento ao "mensalão mineiro", que envolve líderes do PSDB. Ele pretende deter-se em providências que levem à rápida localização de testemunha considerada chave nas investigações e que tomou chá de sumiço em Minas Gerais.
Pedreira
Barbosa, que defendeu o desmembramento nos dois casos e foi voto vencido, acredita que o risco de prescrição no "mensalão mineiro" é até maior do que havia no "mensalão do PT". E diz a interlocutores que, se no caso petista tudo quase sempre foi aprovado por unanimidade no STF, no mineiro as dificuldades foram maiores.
Tem mais
Ele também questiona a imprensa. Quando procurado por repórteres para falar do processo contra petistas, provoca ao fim da entrevista: "E sobre o outro, vocês não vão perguntar nada?". Recebe como resposta "sorrisos amarelos". "A imprensa nunca deu bola para o 'mensalão mineiro'", diz ele.
*****
Razões políticas da operação-abafa
Por que será que caso envolvendo dirigentes petistas foi “aprovado por unanimidade” no STF e o outro, que envolve líderes tucanos, é bem mais antigo e corre risco de prescrição, esbarra em tantas dificuldades no Supremo? Por que será que a “imprensa nunca deu bola para o ‘mensalão mineiro’”? Por que será que Mônica Bergamo trata o caso em julgamento nestes dias como “mensalão do PT”, mas evita rotular o outro de “mensalão do PSDB”?
O ministro Joaquim Barbosa, sempre tão rigoroso com os petistas, conhece as respostas a estas perguntas. Mas ele prefere fazer mistério. Ele poderia até criticar o seu colega, ministro Gilmar Mendes, que sempre criou obstáculos ao julgamento do mensalão tucano, foi indicado para o STF pelo ex-presidente FHC, prestou serviços ao seu governo e mantém sólidos laços de amizade com Serra e outros caciques do PSDB.
Barbosa poderia também criticar a velha mídia, que fez campanha pela eleição e reeleição de FHC, sempre apoiou seu reinado neoliberal e nunca engoliu as derrotas dos tucanos para Lula e Dilma. A relação da mídia com o PSDB e o DEM é bem conhecida. Boa parte dela inclusive promoveu a escandalização da política no caso de “mensalão do PT” para pregar o impeachment e/ou o sangramento do ex-presidente Lula.
Os motivos mais mundanos
Estas razões políticas explicam porque o “mensalão tucano” esbarra em dificuldades no STF e porque a mídia não dá bola para este caso. Além disso, existem também motivos mais mundanos. Recentemente, a CartaCapital publicou um relatório que aponta o ministro Gilmar Mendes como beneficiário do esquema de caixa dois montado pelo publicitário Marcos Valério na campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.
O esquema ilegal deu origem ao abafado “mensalão mineiro”, como a mídia insiste em rotulá-lo de maneira seletiva. Ele teria movimentado cerca de R$ 104 milhões. Deste total, segundo a revista, R$ 185 mil teriam ido parar nas mãos de Gilmar Mendes. O relatório também inclui a Editora Abril, como destinatária de R$ 49,3 mil, e o Grupo Abril, que teria abocanhado outros R$ 49,5 mil. Ambas as empresas são do empresário Roberto Civita, o chefão da Veja.
Qual será a "providência" do STF?
A denúncia da CartaCapital não teve qualquer repercussão na velha mídia. Até agora, a Veja não conseguiu explicar o seu suposto envolvimento com o chamado "valerioduto". Já o ministro Gilmar Mendes ameaçou processar a CartaCapital e atacou os "blogs sujos", que repercutiram a denúncia. Se depender da mídia e de alguns ministros a denúncia também será abafada, como foi o escândalo do "mensalão tucano" - ou melhor, do "mensalão mineiro". Será que o ministro Joaquim Barbosa vai chutar o pau da barraca? A conferir!
Fonte - Blog do Miro 07/08/2012


Gilmar Mendes e Randolfe Rodrigues em rota de colisão - tucanoduto!

Blog do Saraiva

O Ministro do STF - Gilmar Mendes - e o Senador da República - Randolfe Rodrigues (PSOL-RR) entraram em rota de colisão e, como nenhum dos dois sinalizou que vai colocar o pé no freio ou desviar para o "acostamento" a trombada pode ser feia.
Randolfe fez uma declaração à imprensa e, como é notório, o nome de Gilmar Mendes anda em "boca de matilde", por conta de uma suposta lista do Valerioduto TUCANO que a Revista Carta Capital publicou.
Certamente Gilmar pensou que Randolfe, ao receber sua ligação em tom bastante irado, apresentaria desculpas ou daria explicações, mas, pelo que saiu na IMPRENSA....

...Se você quer brigar....
e acha que com isso estou tremendo....
 se enganou Gilmar,
pode vir quente que eu estou fervendo......
Coluna Panorama Político - Ilimar Galvão
Irritado com uma declaração à imprensa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o ministro Gilmar Mendes (STF) ligou na segunda-feira e avisou: “O senhor não me conhece, sou um homem de enfrentamentos.” O senador ouviu os protestos e respondeu: “Ministro, muito prazer. Eu também não costumo fugir de uma boa briga”. Gilmar bateu o telefone.
Nunca antes na história do STF, um Ministro andou envolvido em tantos casos polêmicos e que o colocam sempre mal na foto.
Fonte - Blog do Saraiva 03/08/2012


Paulo Teixeira: Chegou a hora da Veja

Por Altamiro Borges
Em seu twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) postou hoje duas mensagens animadoras para os que lutam contra as manipulações da mídia demotucana. Na primeira, ele simplesmente registrou: "Andressa, mulher de Cachoeira, tenta chantagear juiz com dossiê feito por Policarpo Jr. da revista Veja". Na segunda, ele concluiu de forma taxativa: "Chegou a hora da CPI convocar o Policarpo da Veja".
O jovem deputado é um dos mais ativos integrantes da CPI do Cachoeira. As suas mensagens sinalizam que pode ter chegado ao fim a impunidade da revista Veja, com as suas capas terroristas, as suas "reporcagens" sensacionalistas e os seus assassinatos de reputações por motivos comerciais e políticos. A operação Monte Carlo da PF já havia comprovado os vínculos da publicação com o crime organizado. Mesmo assim, a CPI resistia em convocar o editor da Veja, Policarpo Jr., e seu capo, Bob Civita, para prestar esclarecimentos.
"O senhor conhece o Policarpo?"
Agora, com a denúncia do juiz Alderico Rocha de que a mulher do mafioso Cachoeira tentou chantageá-lo, não dá mais para evitar a convocação dos dois chefões da Veja para depor na CPI. Segundo o magistrado declarou ao portal G1, Andressa o procurou na quinta-feira passada com a seguinte ameaça: “Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".
O relato, segundo Paulo Teixeira, confirma que "chegou a hora da CPI convocar o Policarpo da Veja". Não há mais desculpas para evitar o seu depoimento e também o do seu dono, Bob Civita. É lógico que a mídia demotucana tentará rapidamente abafar o caso. Um exemplo é o do Jornal das Dez, da Globo News, que nesta noite simplesmente omitiu que a chantagem teve como base um dossiê escrito pelo editor da Veja. A comentarista Renata Lo Prete, metida a paladina da ética, nem citou a denúncia do juiz referente à revista.
Os integrantes da CPI do Cachoeira não podem cometer esse mesmo crime de omissão da verdade!
Fonte - Do Blog do Miro 30/07/2012


Mobilidade urbana 

Paraná Online

A presidente Dilma Rousseff acaba de lançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destinado a cidades de 250 mil a 750 habitantes, com cerca de 7 bilhões de reais para obras de mobilidade urbana.
Mobilidade virou a palavra da moda. E como em matéria de mobilidade urbana Curitiba é a cidade da moda, nossos urbanistas de vanguarda (como se sabe, nove entre dez curitibanos são urbanistas) consideram que não se precisaria de tantos bilhões para resolver a questão de mobilidade urbana nas médias e grandes cidades do país. Depois do rodízio do risoto, da polenta, da picanha, de massas, de sushi, de camarão e do consagrado de pizza, o mais barato sistema de mobilidade urbana seria o rodízio de pessoas motorizadas, a começar por etnias: segunda-feira circulariam os polacos e ucranianos; terça-feira, os italianos; quarta-feira, os alemães; quinta-feira, árabes, libaneses e muçulmanos em geral; sexta-feira, japoneses e judeus; sábado, paulistas e nordestinos; domingo, catarinas e gaúchos.
Mobilidade e rodízio também para as minorias: pela manhã, afrodescendentes e índios (com direito a reserva especial de estacionamento); à tarde, os portadores de deficiência física; à noite, gays, lésbicas e simpatizantes (horário GLS). Sem esquecer de reservar um horário apropriado para a “Marcha das Vadias”.
Outro sistema possível seria o RVHD (Restrição de Veículos por Horário Diferenciado). Das 5h às 7h, padeiros, verdureiros, açougueiros, empregadas domésticas, entregadores de jornais, garçons, músicos e boêmios; das 7h às 10h, ônibus escolares, funcionários públicos municipais, estaduais e federais; das 10h às 12h, motoqueiros e taxistas; das 12h às 14h, ônibus escolares, universitários e profissionais liberais; das 14h às 16h, madames que vão ao shopping; das 16h às 18h, Corpo de Bombeiros e ambulâncias; e das 18h em diante entraria em circulação a linha de ônibus Interbares, um sistema que poderia diminuir sensivelmente o tráfego depois da happy hour.
Restaria estudar a maneira de facilitar a mobilidade de pedestres. Mas sendo esta uma questão complexa, os pedestres devem continuar no sistema de sempre, com circulação restrita aos horários estabelecidos para cachorros, gatos e outros bichos.
Fonte - São Paulo Trem Jeito 21/07/2012


Os ricaços e os 13 jatinhos ilegais

Por Altamiro Borges 

Numa ação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal, realizada na madrugada desta quinta-feira (21), foram apreendidos 13 jatinhos de luxo utilizados ilegalmente por ricaços brasileiros. Batizada de Operação Pouso Forçado, ela envolveu 50 agentes da PF e 25 auditores fiscais e percorreu os aeroportos de Congonhas (SP), do Galeão (RJ) e de Jundiaí e Viracopos, no interior paulista.
Segundo os responsáveis pela operação, o esquema de importação irregular de jatos executivos causou prejuízos de pelo menos R$ 192 milhões com a sonegação de impostos. O valor total das aeronaves ultrapassa R$ 560 milhões – apenas um dos jatos custa cerca de R$ 100 milhões. Segundo relatou à Folha o superintendente-adjunto da Receita Federal, Marcos Prado Siqueira, essa foi a maior apreensão de bens do órgão em uma única operação.
Empresa de fachada em paraísos fiscais
As investigações da Operação Pouso Forçado começaram há um ano. Pelo esquema, brasileiros criavam uma empresa de fachada em paraísos fiscais, que firmava contrato com um banco estrangeiro para que o avião fosse registrado nos EUA. Com isso, os jatos voavam para o Brasil como se estivessem a serviço da empresa estrangeira e não pagavam os impostos de importação.
“Havia uma ocultação dos reais proprietários dessas aeronaves. Elas ficavam aqui, mantidas por brasileiros, que pagavam pilotos e arcavam com todos os custos de manutenção e de aluguel de hangares. E era para essas pessoas que as aeronaves voavam... Houve casos em que os jatos eram alugados para terceiros, funcionando como um táxi aéreo”, explica Marcos Prado Siqueira.
Globo vai mostrar a cara dos criminosos?
Os nomes dos ricaços envolvidos na ação criminosa não foram divulgados. Segundo a Polícia Federal, os responsáveis podem ser indiciados pelos crimes de descaminho e falsidade ideológica. Será que as emissoras de televisão, que adoram explorar as imagens de ladrões de galinha sendo presos e humilhados, irão atrás destes ricaços caloteiros?. Como já adiantou Marcos Siqueira, os criminosos “são de gente com altíssimo poder aquisitivo, que tem todas as condições para recolher os impostos”. 
Fonte - Blog do Miro  21/06/2012


O resgate espanhol e o Brasil

Por Mauro Santayana em seu Blog
Embora o Primeiro-Ministro Mariano Rajoy e líderes do PP - o partido que está no poder – façam de tudo para tentar tapar o sol com a peneira, o fato é que o “resgate”, aprovado no fim de semana, ficará na história como uma intervenção branca da Comissão Européia na economia espanhola, a fim de evitar a quebra do país.
O dinheiro aprovado pela Troika (Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), de 100 bilhões de euros, servirá para que, mais uma vez, se socializem os prejuízos para preservar os lucros privados, ou, em última instância, garantir, por mais algumas semanas ou meses, a sobrevivência de empresas que se confundem com a história recente do país, e que , se tivessem que sobreviver sem ajuda, em um ambiente de concorrência justa, já estariam definitivamente quebradas.
É como se, de repente, o governo brasileiro pedisse emprestado, em pleno sábado, 10% do PIB, ou, no nosso caso, 260 bilhões de dólares emprestados , só para cobrir o buraco de meia dúzia de bancos, aumentando, na mesma proporção, a dívida nacional, já que o responsável pelo pagamento do empréstimo será o próprio estado espanhol, que, para isso, fará novos cortes na educação, na saúde, na segurança, nas aposentadorias, nos investimentos. Isso, em um país no qual centenas de famílias, a cada dia são despejadas de seus lares, por não terem dinheiro para pagar a prestação da casa própria , pelos mesmos bancos “resgatados” no fim de semana.
O Brasil de hoje não é a Espanha, embora muitos brasileiros ainda insistam em achar que os “desenvolvidos” são eles. Temos 375 bilhões de dólares em reservas internacionais contra 35 bilhões de euros em reservas espanholas. Uma dívida externa de 13% do PIB, contra 165% da Espanha. Uma dívida interna líquida de 36% do PIB contra 80% (até dezembro) da Espanha, e isso sem nunca termos recebido, durante anos, bilhões de euros em ajuda da União Européia. Ou ter tido acesso a crédito farto e barato, a juros infinitamente menores aos cobrados aqui, na mesma época. Com esse dinheiro, adquiriram, na bacia das almas, com a cumplicidade de conhecidos entreguistas brasileiros, alguns de nossos maiores bancos e empresas, nos anos 90. E, se tiverem que sair do Brasil, depois de remeter para suas matrizes, durante anos, fabulosos lucros, os "capitais" "espanhóis" serão imediatamente substituídos por outros, como os chineses, como já está acontecendo.
Convertidos, de uma hora para a outra, - com sua entrada na Comunidade Européia e a transformação de suas pesetas em euros - em “europeus” e novos “ricos”, muitos espanhóis acreditaram, nos últimos anos, no mito da “marca Espanha”, vendido, em papel dourado, pela imprensa espanhola e os sucessivos governos que ocuparam o Palácio de la Moncloa.
Aznar recusou-se a entrar para o G-20, quando podia, porque achava que o lugar da Espanha era o G-8. Zapatero proclamava aos quatro ventos a condição da Espanha de “oitava potência econômica do mundo” e disse que o país já tinha conquistado, de pleno direito, seu lugar na “Champions League” da economia mundial. E todos, inclusive Mariano Rajoy, sempre apregoaram, baseados principalmente no marketing do BBVA e do Santander, seus bancos como os mais sólidos do mundo, quando na verdade, como se vê agora, o sistema financeiro espanhol apresenta – inclusive pela ausência de uma regulação e de uma fiscalização fortes - mais furos do que um queijo suíço.
Há dois dias, a Fitch rebaixou para BBB-, a um ponto do grau de especulação, os títulos da Repsol. E passou para negativas as perspectivas da Telefónica espanhola, que teve sua nota rebaixada também pela Moody,s e pela Standard & Poors. E ameaçou rebaixar de novo a nota do Santander, que já havia tido sua nota rebaixada em maio, apesar da venda de ativos como 51% de sua filial na Colômbia e de boatos de que estaria querendo vender também parte de sua filial no Brasil. Outras empresas também tiveram suas notas rebaixadas por agências de risco internacionais e a taxa de risco da Espanha voltou a passar dos 500 pontos, apesar do socorro aos bancos de 100 bilhões de euros que, afinal de contas, é equivalente aos capitais no valor também de aproximadamente 100 bilhões de euros que deixaram o país nos primeiros meses do ano.
No Brasil, no entanto, embora muitas empresas espanholas que atuam em nosso país estejam sendo diretamente afetadas pela crise, muita gente - como se estivéssemos na Terra e Madrid e Barcelona em outro planeta – prefere fingir que, nesse contexto, não existe nada de importante ocorrendo.
Encorajadas por essa atitude, as empresas espanholas que aqui operam fazem o mesmo. Mesmo com a crise roendo suas canelas, insistem em nos tratar como se fossemos um bando de otários que só pensa em praia, pandeiro e futebol.
Devendo mais de 57 bilhões de euros – é absurdo que marcas estrangeiras patrocinem selecionados esportivos oficiais brasileiros em apresentações no exterior - a Telefónica, controladora da Vivo, vai associar, pela bagatela de 15 milhões de dólares, sua marca às seleções brasileiras de futebol até 2015.
Só do BNDES, a Vivo pegou 3 bilhões de reais emprestados no ano passado . O Santander, que - pasmem - patrocina a Copa Libertadores da América, cujo nome homenageia quem derrotou as tropas espanholas em nosso continente, acaba de lançar uma campanha no Youtube. A campanha usa Pelé como garoto propaganda, para descobrir quem “mais entende de futebol na América Latina”. Vejam o link: http://www.santanderfutebolpaixao.com.br/
Fonte - Blog do Miro  14/06/2012


Ministério Público multa Rede Globo

Por Antônio Mello, em seu blog
Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, a Procuradoria do Trabalho da 1ª Região encontrou um cardápio com várias opções de irregularidades trabalhistas na Rede Globo do Rio de Janeiro: casos de funcionários com expediente de mais de 19 horas e desrespeito ao intervalo mínimo entre expedientes (11 horas) e não concessão do repouso semanal remunerado. “Foi constatado excesso de jornada e que este excesso é habitual, e não extraordinário”, explica a procuradora Carina Bicalho, do Núcleo de Combate às Fraudes Trabalhistas.
Acordo firmado entre a empresa e o Ministério Público (MP) no fim de 2011 trouxe como resultado que a Rede Globo vai ter que contratar 150 jornalistas e radialistas para suas redações, além de pagar uma multa de R$ 1 milhão de reais.
"Nos últimos cinco anos, esta foi a terceira vez que a emissora do Jardim Botânico teve constatadas irregularidades quanto a jornadas de trabalho. Com este acordo na Justiça, a Globo promove nos últimos meses a prática de novas escalas, garantindo folgas aos jornalistas e mais respeito aos intervalos interjornadas. Este ajuste de conduta chegou também no Infoglobo, que edita os impressos da família Marinho".
Em Nota, o Sindicato defende a importância do acordo e afirma que as irregularidades não se restringem à Rede Globo:
Ao conseguir que a TV Globo seja multada e obrigada a contratar 150 funcionários no prazo de um ano – até fevereiro do ano que vem – o Ministério Público põe o dedo numa ferida. Profissionais, não apenas da Globo, sofrem com as longas jornadas de trabalho, a falta de respeito às folgas semanais e aos intervalos de 11 horas entre uma jornada e outra. Sofrem sem que a população tome conhecimento.
Os trabalhadores que têm a missão de informar jamais são notícia quando o que está em pauta é o desrespeito às leis trabalhistas praticado pelas empresas de comunicação. Por motivos óbvios, os empresários não permitem que os seus próprios erros sejam noticiados. Esse tipo de censura é cláusula pétrea na lei interna das redações.
A multa de R$ 1 milhão aplicada à TV Globo é simbólica, mas serve de alerta a todas as empresas que agem da mesma forma. E a justificativa dos procuradores ao pedir a punição é contundente.
Os jornalistas, pressionados por um mercado de trabalho limitado, não devem sofrer calados. Com os devidos cuidados, precisam denunciar as irregularidades e se unir, através do Sindicato da categoria, na luta por melhores salários e condições de trabalho. Os veículos de comunicação, que fazem tantas denúncias de ilegalidades, têm a obrigação de cumprir a lei no que diz respeito ao seu público interno.
Procuradora critica pejotização
A procuradora Carina Bicalho afirma que a pejotização, que acontece na Rede Globo e em outras emissoras é artifício claro da precarização das relações do trabalho:
PJ é uma forma que o capital descobriu para trazer o trabalhador para o lado dele, dizendo que o empregado está ganhando com isso”, expõe a procuradora. No entendimento dela, quando essa prática ocorre com os altos salários, não há distribuição de riqueza, já que tanto a empresa quanto o profissional deixam de recolher impostos.
É bom que jornalistas e outros profissionais que são submetidos à pejotização pelas empresas saibam que a Justiça do Trabalho tem dado ganho de causa aos que entram com ação contra as empresas, como já publiquei aqui em Juiz do Tribunal Superior do Trabalho diz que TV Globo frauda contrato de trabalho de jornalista.
A jornalista Cláudia Cruz, que trabalhou como repórter e apresentadora (RJTV) na Globo do Rio, entrou com ação no Ministério do Trabalho solicitando que fosse reconhecido seu vínculo empregatício com a Rede Globo. No período em que trabalhou na emissora, Cláudia Cruz teria sido obrigada, segundo afirma, a “abrir uma empresa pela qual forneceria sua própria mão-de-obra”
O TST deu ganho de causa à jornalista:
A 6ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho) obrigou a TV Globo a reconhecer vínculo de emprego com a jornalista Claudia Cordeiro Cruz, contratada como pessoa jurídica.
O ministro Horácio Senna Pires, relator do caso, concluiu que o esquema “se tratava de típica fraude ao contrato de trabalho, caracterizada pela imposição feita pela Globo para que a jornalista constituísse pessoa jurídica com o objetivo de burlar a relação de emprego”.
Se a moda pega, a Globo se ferra, pois jornalistas, atores, diretores (pelo menos os medalhões) sofrem do mesmo mal de Cláudia Cruz: também são obrigados a abrir uma empresa para fornecer sua própria mão-de-obra.
“Nesse contexto, concluo que se tratava de típica fraude ao contrato de trabalho”, afirmou o relator do agravo de instrumento no TST, ministro Horácio Senna Pires.
Fonte - Blog do Miro  11/06/2012


Os três vícios da capa da Veja

Por Miguel do Rosário
Do Blog - O Cafezinho
Publico aqui, com autorização do autor, email que recebi do meu xará, Miguel Freitas, comentando as últimas peripécias da Veja.
Fala xará!
Uma pequena contribuição para você, uma rápida reflexão sobre essa última barriga da Veja…
Eu estava respondendo a uma amiga que comentou como o caso “Control C + Control Veja” era péssimo para a credibilidade da revista. E é mesmo! Só que o episódio é bem pior que apenas um “copy-paste”, é um escárnio completo que revela muito sobre como é praticado o jornalismo na Veja:
1) INCOMPETÊNCIA: Ainda que se dê o benefício da dúvida (apesar do histórico nada favorável da revista) de que o jornalista não sabia que o documento obtido furtivamente era, na realidade, um “clipping” de notícias publicadas em vários jornais, isso revela a incompetência do jornalista: ele não fez nem mesmo uma checagem básica sobre o conteúdo do documento. Nem mesmo o estilo jornalistico do texto teria levantado a mínima suspeita?
2) A ESCANDALIZAÇÃO DO NADA: Obviamente se os textos já eram públicos, jornalísticos e não haviam causado nenhum furor na época de sua publicação, por que a mera mudança de autoria os transformaria agora em bombásticos? Escandalosos? Conspiratórios? Capa da Veja? É claro que o texto não tinha nada de mais e Veja está mais uma vez colocando chifre na cabeça de cavalo, tentando criar uma notícia que não existe.
3) MANIPULAÇÃO: Você já percebeu que um trailer de filme sempre mostra as melhores partes de ação? E o de um filme de comédia mostra as partes mais engraçadas? Pois é, a matéria da Veja mostra apenas uns 3 ou 4 trechos de um documento que deve ser muito maior. A Veja escolheria justamente os trechos menos comprometedores pra mostrar? É claro que não. É uma mera conclusão lógica que se realmente houvesse algo comprometedor eles mostrariam na matéria, mas não: mostram apenas aqueles pequenos fragmentos de matérias e a partir daí induzem o leitor a pensar que ele estaria diante de “um plano de ataque” e um “manual para instrumentalizar a CPI”. É claro que as partes mais picantes devem estar em algum outro lugar…
É tudo muito ridículo? É sim.
Se você retirar os anúncios (maior parte da revista), as matérias plantadas pelo Cachoeira para derrubar os bandidos concorrentes (denúncia dos correios) ou favorecer a própria quadrilha (derrubar a diretoria do DNIT que estaria multando a Delta), as matérias inventadas (dólares de Cuba, dossiê de contas de autoridades no exterior…), as matérias estranhas de beleza (como a capa que dizia que um remédio de diabetes fazia as pessoas emagrecer – motivo de nota de repúdio da Anvisa) e as futilidades… O que sobra?
abraços,
Miguel Freitas
* PS: Ok, ok… Já sei o que sobra: o guia de restaurantes que eles publicam uma vez por ano!
Fonte - Blog do Miro  06/06/2012


ESTRANHÍSSIMA “NÃO AÇÃO” DE GURGEL (PGR) BENEFICIOU DEMÓSTENES E CACHOEIRA 

Roberto Gurgel cometeu crime de responsabilidade

Democraciapolítica
O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, e sua esposa a subprocuradora Claudia Sampaio serão convocados pela CPMI do Cachoeira para se explicarem pela omissão deliberada pela não apresentação de denúncia ao STF contra os envolvidos com foro privilegiado flagrados em atividades criminosas ou de contravenção penal nas investigações do Operação Las Vegas da Polícia Federal.
Gurgel indicou sua mulher para avaliar o inquérito, que concluiu pela “inexistência de motivos” para a apresentação da denúncia, trancando o inquérito e inviabilizando a continuidade das investigações, pois a PF só poderia continuar investigar suspeitos com foro privilegiado com autorização do STF.
A entrevista dada pelo Procurador Geral ao Jornal Nacional, onde Gurgel abdica da liturgia do cargo para fazer declarações descaradamente partidárias, além de tentar constranger parlamentares que venham a argui-lo, já está sendo considerada como uma atitude de desespero de alguém que sabe que agiu com leniência e tolerância excessiva as práticas de crimes diversos cometidos pela quadrilha Cachoeira/Demóstenes/Arapongas/VEJA. Gurgel se defendeu atirando. Não deu qualquer explicações sobre as acusações que lhe são feitas: da paralisar a Operação Las Vegas.
Recentemente o senador Fernando Collor, por quem não nutro qualquer simpatia mas nesse caso está coberto de razão já havia denunciado que Gurgel procurava parlamentares para tentar se livrar e livrar a sua esposa da convocação, inclusive usando de ameaças veladas (como pode ser ouvido aqui.)
A real preocupação do Procurador Geral não é ficar impossibilitado de atuar nesse caso. Esse não seria um problema pois se o PGR estiver impedido o caso passa para algum subprocurador sem prejuízo nas investigações. Gurgel está realmente moralmente impedido, pela omissão deliberada, de continuar no caso, e se tivesse alguma preocupação com a instituição Ministério Público Federal e com o Poder Judiciário, assim teria se declarado.
Mas o buraco é mais embaixo, Gurgel teme que vá ser denunciado, julgado e condenado por Crime de Responsabilidade, e acabar sendo afastado, junto com a sua esposa.
A Lei 1.079 de 10 de abril de 1.950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento, no seu artigo 40º, enumera as práticas que se cometidas pelo Procurador Geral da República, incorreriam em crime responsabilidade:
LEI Nº 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950.
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
CAPÍTULO II
DO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA
Art. 40. São crimes de responsabilidade do Procurador Geral da República:
1 – emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2 – recusar-se a prática de ato que lhe incumba;
3 – ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;
4 – proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
A atitude de Gurgel em paralisar a Operação Las Vegas sem um motivo justificado é uma clara afronta aos incisos 2 e 3 do artigo 40º da lei 1079/50. As suas atitudes recentes, na tentativa de fugir às explicações devidas, além das declarações políticas descabidas e incompatíveis com as responsabilidade do seu cargo, ferem o inciso 4.
Já existem motivos de sobra para a apresentação de denúncia de crime de responsabilidade contra o Procurador Geral e sua esposa, e isso tá deixando o mesmo em polvorosa e a parcela da imprensa associada ao crime completamente sem rumo. Não deveriam estar tão preocupados, afinal é muito difícil que uma casa completamente desmoralizada como o Senado Federal tenha coragem e vontade política para aceitar denuncia ou destituir a “família gavetinha”
Fonte - Democraciapolítica  10/05/2012 


Assessor de Aécio vira lobista da Globo

Por José Augusto
Deu na coluna do Boechat, na Isto É
Lobby legal - Os interesses corporativos das Organizações Globo, em Brasília, a partir de agora, serão cuidados por Mozart Vianna. Por 26 anos ele foi o secretário-geral da Mesa da Câmara dos Deputados e ao se aposentar no ano passado virou assessor especial do senador Aécio Neves. Com crachá no peito, circulará no Congresso defendendo as causas legítimas (sic) de seus patrões.
Comento:
Falar o quê? Já está tudo desenhado.
Globécio, tudo a ver.
Ahhh... Você e eu votamos para ter representantes eleitos em Brasília. Já no conceito peculiar de democracia da Globo, representante deles é aquele pago para fazer pressão por seus intere$es. 
Fonte - Blog do Miro 20/05/2012 


Nota da PF deixa Gurgel em apuros 

Por Luciana Lima, na Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) informou hoje (14), por meio de nota, que não houve qualquer pedido feito à subprocuradora da República, Cláudia Sampaio, a respeito da Operação Vegas, que investigou as atividades ilegais do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No documento, a PF contestou as informações prestadas pela subprocuradora de que o inquérito teria sido arquivado a pedido do delegado Raul Alexandre Marque de Sousa, que conduziu as investigações.
"O delegado Raul Alexandre não pediu à subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF", diz a nota, que detalha os encontros ocorridos entre o delegado e Cláudia Sampaio.
"Ocorreram três reuniões entre o delegado Raul Alexandre Marques Sousa e a subprocuradora da República Cláudia Sampaio. As duas primeiras tiveram como objetivo a apresentação da operação policial e o encaminhamento dos autos à subprocuradora. O último encontro se deu em outubro, quando a subprocuradora informou não haver elementos suficientes para a instauração de investigação no [ Supremo Tribunal Federal] STF e que opinaria pelo retorno dos autos ao juízo de primeiro grau".
Gurgel vem sendo questionado por ter ficado dois anos sem apresentar denúncia contra o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira e que envolveu políticos como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). De acordo com Polícia Federal, o inquérito foi enviado à Procuradoria-Geral da República em 2009.
"A Polícia Federal encaminhou os autos da Operação Vegas à PGR em setembro de 2009 a partir de decisão do juiz federal de Anápolis/GO para que fosse avaliado, pelo juízo competente, o conteúdo da investigação, cujos fatos se relacionavam com pessoas que possuíam prerrogativa de função", diz a nota.
Ainda de acordo com a PF, a Operação Vegas teve início em março de 2008 por causa de um "vazamento de informações sobre a deflagração de uma operação policial e da tentativa de cooptação de um policial federal da superintendência regional em Goiás por membros de organização criminosa".
A Operação Vegas antecedeu a Operação Monte Carlo, que resultou na prisão, em fevereiro deste ano, de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais e uma organização criminosa envolvendo empresários e políticos.
Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, instalada no Congresso para investigar a ligação de políticos com o esquema de Cachoeira, há requerimentos pedindo a convocação do procurador-geral e de da subprocuradora. Os integrantes da comissão querem que Gurgel esclareça os motivos de não ter oferecido naquela ocasião denúncia sobre o caso.
De acordo com o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos serão apreciados pelo plenário da comissão na próxima reunião administrativa.
Fonte - Blog do Miro  14/05/2012 


Ciência sem Fronteiras vai selecionar mais 16 mil estudantes até o fim do ano, diz presidenta Dilma 

Blog do Planalto
Café com a presidenta O programa Ciência sem Fronteiras vai selecionar, até o fim deste ano, 16.300 alunos que irão aprimorar os estudos em universidades fora do país, anunciou hoje (23) a presidenta Dilma Rousseff, no programa de rádio Café com a Presidenta. Segundo ela, o programa é um dos programas mais importante do seu governo e a meta é levar 101 mil estudantes para estudar no exterior até 2014.
“Esse é um dos programas mais importante do meu governo. O Brasil, com o Ciência sem Fronteiras, vai levar os melhores estudantes para estudar nas melhores universidades do mundo. Eles vão ter contato com o que há de mais avançado em ciência e tecnologia. Quando esses estudantes voltarem, eles vão trazer conhecimento para aplicar aqui no Brasil e vão ajudar a nossa indústria, o governo a fazer tecnologias novas e a provocar processos de inovação dentro das empresas”, disse.
Como explicou a presidenta, atualmente, há quase 3.700 estudantes estudando no exterior. No final de abril, serão selecionados 10.300 bolsistas e em junho, mais 6 mil. As inscrições para o programa vão até a próxima segunda-feira, dia 30 de abril. Neste edital, os estudantes poderão se inscrever para cursos no Canadá, na Bélgica, na Holanda, em Portugal, na Espanha e outros países.
A presidenta acrescentou que o critério de escolha do Ciência sem Fronteiras é o mérito, o que gerará oportunidade para todos, inclusive para os estudantes de baixa renda.
“É preciso muito estudo, muita dedicação, tem que estudar todos os dias e tem que estudar muitas horas. Primeiro, os estudantes passam pela seleção que fazemos aqui no Brasil. Para isso é preciso ter feito mais de 600 pontos no Enem, a premiação em olimpíadas do conhecimento também conta. Além disso, precisam ter notas muito boas para serem aceitos nessas universidades, que fazem outro rigoroso processo de seleção.”
Segundo a presidenta, as empresas brasileiras também estão investindo no Ciência sem Fronteias.
“Os empresários estão percebendo a importância do Ciência sem Fronteiras e se transformaram em grandes parceiros do governo neste programa. Das 101 mil bolsas para os jovens estudarem no exterior até 2014, 26 mil serão oferecidas pelas empresas brasileiras. Isso porque elas sabem como uma experiência internacional como um curso no exterior pode ser importante para os seus futuros profissionais e para o futuro do Brasil. Essa parceria do governo com as empresas e as universidades vai ajudar o país a dar um salto no rumo de maior produtividade, maior modernização e, portanto, aplicando conhecimento à nossa atividade industrial, à nossa prestação de serviço, à nossa agricultura”, destacou. 
Fonte - Conversa Afiada  23/04/2012


O roubo de R$ 7 bi nas contas de luz

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (24), com a hashtag #erronacontadeluz, os internautas brasileiros protestarão contra um descarado roubo cometido pelas empresas de energia elétrica. O movimento é organizado pela Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica, composto pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Fundação Procon SP, a ONG Proteste e pela Federação Nacional dos Engenheiros.
Conforme denuncia o Idec, durante sete anos os consumidores brasileiros foram lesados por um “erro” de cálculo das empresas distribuidoras de energia elétrica, o que gerou lucro indevido de R$ 1 bilhão por ano! Somente em 2007, o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que esse “equívoco” na fórmula de reajuste tarifário das contas de luz ocorria desde 2002.
Aneel defende as poderosas empresas
Apesar do furto, a correção das tarifas só foi feita a partir de 2010. “Com a descoberta, muitos consumidores ficaram na expectativa de receber de volta o dinheiro pago a mais em suas contas. Contudo, para a frustração de todos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu pela não devolução dos valores devidos”. Na prática, ela defendeu os interesses das poderosas empresas.
O protesto virtual desta terça-feira visa pressionar os poderes públicos a reverterem esta decisão absurda. O TCU deverá julgar o caso até final de abril. “Até por coerência, espera-se uma decisão em favor dos consumidores, com a devolução ou compensação nas contas de luz dos valores erroneamente pagos ao longo de sete anos”, conclui o Idec.
Petição aos ministros do TCU
Uma petição online está sendo encaminhada aos ministros do Tribunal de Contas da União. Reproduzo-a na íntegra:
*****
Em 2007, esse Tribunal constatou um lucro indevido pelas distribuidoras de energia elétrica de cerca de R$ 1 bilhão de reais por ano, decorrente de distorção existente na fórmula de reajuste tarifário dos contratos de concessão, que vigorou por mais de sete anos. É importante lembrar que, sobre os atuais reajustes aplicados pela ANEEL, por mais que tenham sido revistos com a correção do erro, não foram retroativos ao início do dano e, portanto, os prejuízos persistem para todos os consumidores.
Essa constatação gerou uma legítima expectativa de restituição ou compensação dos consumidores na conta de luz, esperança frustrada pela ANEEL em decisão da Diretoria Colegiada em dezembro/2010, que decidiu por não ressarcir os consumidores.
Essa negativa causou indignação de toda a sociedade e a busca ao Poder Judiciário pela devolução ou compensação desses valores. Porém, nem todos os consumidores têm a oportunidade de representação judicial. Tal dano não pode significar chance de ressarcimento para alguns e mero conformismo para tantos outros, o que, ainda assim, poderá ocorrer após muitos anos de longa espera. Isso não será justiça, nem preservação da isonomia entre os consumidores de energia elétrica. Apenas a ratificação de uma cobrança indevida que durou 7 anos em favor da maioria das distribuidoras.
Esse Tribunal tem a atribuição legal de zelar pela legalidade de questões públicas que digam respeito a União. É chegada a hora de decidir em favor dos consumidores pela readequação tarifária e compensação nas contas de luz dos valores indevidamente pagos ao longo dos mais sete anos em que perpetuou o reajuste errado.
Nós, consumidores de energia elétrica, depositamos todas as esperanças em uma decisão coerente, amparada pelo princípio da legalidade e pela Justiça!
Fonte - Blog do Miro  24/04/2012


A mídia, a direita mafiosa e os bancos

Por Altamiro Borges
Adicionar legenda
Dois episódios explosivos e recentes confirmam a velha tese do intelectual italiano Antonio Gramsci de que a imprensa se tornou o principal partido do capital e da direita no capitalismo. No escândalo que desmascarou Demóstenes Torres, não há mais dúvida de que setores da mídia se articularam com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira para interferir nos rumos políticos do país. Já no episódio da redução dos juros do BB e CEF, ficou explícita a postura da mídia em defesa dos interesses dos banqueiros.
Com a instalação da CPI do Cachoeira, a ligação da revista Veja com o crime organizado poderá ser escancarada. Até agora, apesar das desculpas, a publicação direitista não conseguiu explicar os mais de 200 telefonemas entre Cachoeira e o seu editor, Policarpo Jr. O deputado Fernando Ferro (PT-PE) já anunciou que convocará o dono da revista, Roberto Civita, para depor na CPI. Caso isto ocorra, ele terá que explicar quais os interesses ligavam a revista ao mafioso e o que foi armado pelo “editor informal” da Veja.
Outros dois veículos. Quais?
Mas não é apenas o Grupo Abril que está na berlinda. A própria colunista da Folha, Mônica Bergamo, dá uma informação hoje (14) que deve apavorar os barões da mídia. “Além de um jornalista da revista ‘Veja’, profissionais de pelo menos outros dois veículos de imprensa aparecem nos grampos da Operação Monte Carlo. Ou conversam com os arapongas ligados a Carlinhos Cachoeira ou são citados por eles. Os agentes eram fontes de informação de diversos jornalistas de Brasília”.
Isto explica porque os impérios midiáticos estão tão preocupados com os desdobramentos da CPI. Num primeiro momento, eles tentaram abafar o caso, criando uma blindagem em torno do demo Demóstenes Torres e do governador tucano Marconi Perillo. As capas da Veja das três últimas semanas foram patéticas. Agora, a velha mídia resolveu ligar o ventilador no esgoto, procurando vender a imagem de que todos os partidos estariam envolvidos com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. O desespero é grande!
Porta-voz dos banqueiros
Já o caso da redução dos juros no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a postura da mídia rentista foi emblemática. Se no episódio Demóstenes/Cachoeira ela tentou negar seus vínculos com o crime organizado, neste debate estratégico sobre os rumos da economia a mídia não escondeu sua ligação umbilical com os poderosos banqueiros. Além dos motivos econômicos – principais anunciantes da imprensa –, existem os motivos políticos, ideológicos, da defesa do rentismo e da negação do papel do Estado.
A mídia assumiu abertamente o papel de porta-voz do capital financeiro. Ela espalhou notícias terroristas sobre os riscos da queda dos juros e criticou asperamente o governo Dilma Rousseff por sua postura mais ativa e indutora na economia. O ministro Guido Mantega virou o principal alvo da artilharia midiática. Os vínculos da mídia com os ambiciosos banqueiros, detestados pela sociedade, deveriam ser mais amplificados. Eles revelam qual é o verdadeiro caráter da ditadura midiática! Fonte - Blog do Miro  14/04/2012


Lula quer as duas CPIs. E o PT ?

Paulo Henrique Amorim

Blogueiros sujos, ansiosos e não ansiosos, receberam informação preciosa: o Nunca Dantes avisou ao PT que quer as duas CPIs – a do Demóstenes/Cachoeira e a da Privataria.
As duas.
Nessa ordem, ou em qualquer ordem.
As duas têm as assinaturas necessárias, obtidas pelo delegado Protógenes.
As duas estão nas mãos do Presidente da Câmara, Marco Maia.
Por que não as instala ?
Será que o PT assinou os pedidos de CPI e depois arrepiou carreira ?
Cândido Vacarezza, quando era líder do Governo, disse que, como líder do Governo, não poderia assinar.
Foi para o lugar dele o Arlindo Chinaglia, aliado de Maia.


Que, até agora, não saiu de cima do muro.
O líder do PT era Paulo Teixeira.
Para o lugar dele foi o Jilmar Tatto, também do PT de São Paulo …
E o Jilmar Tatto prefere ver Satanáz nu a pedir a CPI da Privataria.
Por que será, amigo navegante ?
Que caroço tem debaixo do angu da CPI da Privataria, para assustar tanto o PT de São Paulo ?
Esse caroço tem nome ?
Agora, a questão atinge outra dimensão: o Lula quer.
As duas.
Fonte - Conversa Afiada  27/03/2012


O terrorismo contra a greve de Jirau

Por Altamiro Borges
Os operários da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, que entraram em greve nesta semana por melhores salários e condições de trabalho, estão sendo vítimas de brutal e implacável perseguição. A mídia os trata como “bandidos” e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decretou a ilegalidade do movimento. Apesar do cerco, em assembleia realizada ontem (16), os peões decidiram manter a greve.
O TRT ordenou o retorno imediato ao trabalho e fixou multa diária de R$ 200 mil para o Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia no caso do descumprimento da sentença. As reivindicações dos operários – entre elas, aumento de 30% nos salários, cinco dias de folga a cada 70 dias trabalhados e plano de saúde – sequer foram consideradas pela “Justiça”.
Arrogância da Camargo Corrêa
Além do Judiciário, o governo estadual também faz terrorismo contra os grevistas. A Secretaria de Segurança de Rondônia pediu, inclusive, à presidenta Dilma o envio de soldados da Força Nacional para “evitar distúrbios”. O clima no canteiro de obras da usina de Jirau é de forte tensão e pode resultar em violentos confrontos – a exemplo do que ocorreu em março do ano passado.
Amparada pelo Judiciário, pelo governo estadual e pela mídia patronal, a bilionária Camargo Corrêa, responsável pela construção, ainda provoca os grevistas. Em comunicado, ela afirmou que a greve é culpa “de um pequeno grupo de agitadores”, disse que as condições de trabalho são excelentes e ainda pediu a imediata ilegalidade do movimento. Pura arrogância patronal!
Os 15 mil peões da Camargo Corrêa que cruzaram os braços criticam exatamente as péssimas condições de trabalho e os míseros salários. A greve teve início numa das empresas terceirizadas, Enesa, e ganhou a adesão dos operários da poderosa empreiteira. Segundo a direção estadual da CUT, as condições de trabalho na obras da hidrelétrica de Jirau são desumanas, degradantes e inseguras. Fonte - Blog do Miro 17/03/2012


Acharam o áudio do grampo ? Não era o Protógenes !

Do Blog do Nassif

As conexões de Cachoeira e a “surpresa” de Demostenes
Autor:Época 
Com comentário de Wilson Rebello no Contraponto Marabá
Por José Carlos Lima
Investigação da PF revela fonte do poder de Carlinhos Cachoeira. Contraventor é íntimo de tucanos e demos de Goiás
Isoladamente, nenhum desses casos configura crime. Mas, quando a fonte dos favores é Carlos Augusto Ramos, o conhecido Carlinhos Cachoeira, um dos maiores contraventores do País, personagem para lá de controversa e condenado pela Justiça por diversos crimes, a coisa muda de figura. É este o enredo que ameaça sujar de vez a biografia de alguns dos mais destacados políticos tucanos e democratas de Goiás, como demonstra a reportagem da revista época.
O ex-procurador do Ministério Público e atual senador Demóstenes Torres (DEM/GO) confirma que recebeu de Cachoeira uma cozinha completa como presente de casamento.
Argumenta a) que é amigo de longa data do condenado e b) que acreditava que Cachoeira já tinha se “regenerado”. Sendo amigo por tanto tempo é de estranhar que Demóstenes, sempre tão pronto a reparar nos defeitos de petistas e aliados do Governo Federal, não prestasse atenção ao que fazia seu “amigão” ou que acreditasse na “regeneração” do “amigo”!
Estaríamos diante de um político “tonto”? Nunca vi tal espécie de político! Marconi, pilhado trocando dezenas de torpedos com Cachoeira, diz que valeu-se dos préstimos do sócio de Cachoeira, Wladimir Garcez seu correligionário (sim, Garcez, que já foi vereador, é tucano) e também preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, “para vender uma casa”.
Por quê, diabos, o governador de Goiás precisaria de um contraventor para intermediar um negócio imobiliário, ninguém explica. Por outro lado, o deputado Jovair Arantes (PTB), líder do partido na Câmara Federal e pré-candidato da legenda à prefeito de Goiânia é um pouco mais sincero. Reconhece que conversa mesmo com Cachoeira e que inclusive lhe pediu ajuda financeira para a campanha que se aproxima. “Tudo dentro da legalidade”, disse Jovair. Claro, claro, dizemos nó, não é queridos?Metade da bancada federal de Goiás é “mui amiga’ de Cachoeira. Torpedos e telefonemas são trocados com habitualidade e demonstram uma intimidade desconcertante entre o crime organizado e as autoridades goianas. O que eles não contavam é que a PF estivesse a escutar e gravar tudo o que diziam. Um escândalo. Fica confirmado que vivemos em uma República na qual as autoridades parecem não cansar em decepcionar seus eleitores.
Veja a seguir trechos da reportagem da revista Época:
Na quarta-feira (29), a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo, com a prisão do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e dezenas de policiais civis e militares, acusados de envolvimento na exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília. Foram presos também dois delegados da Polícia Federal e o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Cachoeira e Dadá foram personagens de alguns dos principais escândalos políticos, como o Caso Waldomiro Diniz.
Segundo a apuração da PF, Carlinhos Cachoeira mantinha forte influência na política goiana. Nas cerca de 200 horas de gravações telefônicas, captadas com ordem judicial, Cachoeira conversa com freqüência e intimidade com deputados federais de vários partidos e com o senador goiano Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado Federal.
De acordo com os investigadores, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. ÉPOCA ouviu Demóstenes. O senador confirma ter recebido, em seu casamento, um fogão e uma geladeira do casal Cachoeira. “Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher”, diz Demóstenes.
Segundo o senador, Cachoeira mantém conversa também com políticos de todas as tendências em Goiás. “Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais”, afirma Demóstenes. “Para mim, foi uma surpresa as revelações feitas por essa operação da Polícia Federal”.
Entre os presos na Operação Monte Carlo, o ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Wladmir Garcez, era interlocutor freqüente do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo investigadores, Garcez trocou dezenas de torpedos pelo celular com o governador. Depois, segundo a polícia, o ex-vereador repassava as informações para Cachoeira. Por intermédio de sua assessoria, o governador Perillo disse que há anos mantém relações políticas com Garcez, com quem fala com frequência e troca mensagens eletrônicas. “Não me lembro bem sobre o que a gente falava, só que ele me ajudou a vender uma casa”, diz Perillo por meio da assessoria.
Nas escutas telefônicas, metade da bancada de Goiás na Câmara conversava habitualmente com Cachoeira. Entre eles, o deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara. “Eu sempre falei com o Cachoeira, mas não tenho negócios com ele”, afirma Arantes. “Ele sempre foi ligado à política. Eu liguei recentemente para ele, por exemplo, para pedir apoio porque sou candidato à prefeitura de Goiânia. Mas era uma ajuda legal”.
Outro interlocutor habitual de Carlinhos Cachoeira é o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “Nossas famílias são amigas há muitos anos. Nunca escondi nossa amizade, sempre freqüentei a casa dele. Mas nunca tive negócios com ele”, afirma o deputado Leréia.
http://contrapontomaraba.blogspot.com/2012/03/investigacao-da-pf-revela-fonte-do.html
O bicheiro, o senador e o grampo falso da Veja
Autor: Luis Nassif
A revelação das relações entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira reabre as feridas da Operação Satiagraha e do grampo falso plantado pela revista Veja para reavivar a CPI do Grampo e matar as investigações.
Na série “O Caso de Veja”, que escrevi em 2008, um dos capítulos tem por título “O araponga e o repórter” (clique aqui).
Nele, se mostram as relações incestuosas entre Carlinhos Cachoeira e a sucursal brasiliense da revista. Coube a Carlinhos indicar o araponga que, contratado pelo chefe de uma das gangues que dominava os Correios, em aliança com o repórter da revista, deflagrou o escândalo da propina dos R$ 3 mil. O escândalo derrubou o esquema comandado pelo deputado Roberto Jefferson, permitindo a retomada do controle das negociatas pelos parceiros de Carlinhos. Tempos depois, a Policia Federal deflagrou a operação que desarticulou a quadrilha e a revista não deu uma linha sobre o ocorrido.
A cumplicidade era total. O araponga grampeava, o jornalista analisava se o grampo estava bom ou não. Depois, dava um tempo para que, de posse do grampo, o sujeito que contratou o araponga pudesse agir.
Tem-se, portanto, a ligação entre os grampos da revista e Carlinhos Cachoeira.
Tem-se, também, Demóstenes Torres se prestando ao grampo armado, naquela conversa com o presidente do STF Gilmar Mendes. O arquivo de som jamais apareceu para não revelar as fontes. A atuação de Demóstenes no grampo parece com a de uma senhora que, sabendo de antemão que será filmada, trata de vestir sua melhor roupa. A conversa é estudada e consagradora para Demóstenes, que se apresenta como um senador defensor dos bons costumes. É o primeiro caso de grampo a favor da vítima.
Agora, aparecem as relações entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira.
É mais um capítulo sobre as relações terríveis entre crime organizado, jogo político e mídia.
No caso do grampo, houve a tentativa (bem sucedida) de envolver a mais alta instância do Poder Judiciário. 
Fonte - Blog Conversa Afiada  05/03/2012


Os efeitos da diáspora na Globo

Por Marco Aurélio Mello
Do Blog DoLaDoDeLá
Demorou, mas já é possível notar os efeitos da dispensa de profissionais importantes dos quadros da emissora, a partir de 2006, ano do recrudescimento, quando a cobertura jornalística passou a ser excessivamente centralizada, perigosamente tendenciosa e, em alguns casos, como o da bolinha de papel, em 2010, criminosamente manipuladora.
Os talentos que ficaram se dispersaram por vários outros departamentos e novos programas, esvaziando o jornalismo diário, ou hard news. Desde então, o que se viu foi uma queda de qualidade assustadora, que se refletiu nos índices de audiência e na escalada de reações hostis de manifestantes nas ruas, contra equipes de reportagem da emissora.
Agora, o esforço para recuperar o espaço perdido, a credibilidade e o prestígio tem, mais uma vez, espalhado terror na redação. Fala-se em acabar com os nichos e guetos. Programas jornalísticos que têm dinâmica própria e equipes distintas terão que compartilhar profissionais. O que equivale a dizer que um editor de programa semanal, por exemplo, terá que ficar à disposição do jornalismo diário e vive-versa.
Desta forma também é possível enxugar custos, uma vez que as escalas de plantões seriam melhor assistidas, ainda que mais apáticas e sem personalidade, a exemplo do que acontece hoje. É o neoliberalismo teatcheriano típico dos que estão no poder, se segurando como podem, como o grão-vizir Ali Kamel. Vai errar de novo. Gestão temerária, decisão equivocada. No primeiro momento a plebe pode até adorar ver a elite carregando pedra. Só que a vingança virá, quem sabe na forma de golpe?
E o chefe dele, o Schroder? Esse é um gênio! Passa por todas incólume. Esse sim merecia um assento na Academia Brasileira de Letras, mesmo sem ter escrito livro nenhum. Afinal, quem disse que para ter direito ao chá das cinco é preciso ter obra publicada?
Vamos assistir de camarote os próximos capítulos, aplaudir ou vaiar. Plim-plim. - Postado por Miro. / Fonte - Blog do Miro  02/03/2012


Jornalista morta na Líbia. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (17), a apresentadora de tevê Hala Misrati, famosa por sua defesa do ex-presidente Muammar Kadafi, foi assassinada numa prisão da Líbia. Segundo relatos, a jornalista de 31 anos foi vítima de torturas e de estupros. O governo fantoche da Líbia, bancado pelos EUA e Europa, confirmou a morte, mas não deu detalhes sobre a tragédia.
O assassinato ocorreu no mesmo dia das “comemorações” do primeiro aniversário da vitória das milícias “rebeldes”, armadas pelas nações imperialistas e auxiliadas pelos mísseis da Otan. Neste um ano, os mercenários têm promovido inúmeros atos de crueldade contra os simpatizantes de Kadafi. Cerca de 8 mil pessoas vegetam nas prisões e sofrem torturas constantes, segundo relatos da própria ONU, da Anistia Internacional e da ONG Médicos Sem Fronteira.
Hala Misrati, símbolo da resistência
Hala Misrati é um dos símbolos da resistência à agressão imperialista no país. Em agosto passado, quando as milícias “rebeldes” já combatiam em Trípoli, a apresentadora de televisão protestou ao vivo diante das câmeras. De revólver em punho, ela afirmou que “com esta arma morrerei ou matarei”. Ela garantiu que não aceitaria entregar a emissora para o controle dos mercenários e concluiu: “Protegerei meus companheiros e nos converteremos em mártires”.
Com a derrubada e o assassinato de Kadafi, ela foi presa e exibida como um “troféu” pelos mercenários. Sua última aparição diante das câmeras se deu em 30 de dezembro passado. Ela apareceu em silêncio, segurando uma folha com a data da gravação, e com o rosto cheio de hematomas. O boato que circulou no país é que tinham cortado sua língua. Depois disso, mais ninguém soube do paradeiro de Misrati.
O silêncio da mídia mercenária
O tirânico Conselho Nacional de Transição (CNT), que já acertou os detalhes da entrega do petróleo para as nações imperialistas, evita se pronunciar sobre os atentados aos direitos humanos na Líbia. Além de não garantir julgamento justo aos presos políticos, ele incentiva as crueldades patrocinadas pelas milícias. Segundo a Anistia Internacional, a violência está totalmente “fora do controle” neste sofrido país – alvo da cobiça dos EUA e da Europa.
A mídia hegemônica também é cúmplice desta barbárie. Ela difundiu a imagem de que os “rebeldes” promoveriam a “democracia ocidental” e os direitos humanos na Líbia – e, infelizmente, muita gente se iludiu com essa propaganda mentirosa, sendo pautada pela imprensa. Atacaram Kadafi não pelos seus erros, que foram muitos, mas sim para defender os interesses das potências capitalistas.
Agora, a mesma mídia evita dar destaque às torturas e assassinatos patrocinados pela “sua” milícia de mercenários. Cadê as matérias sensacionalistas da TV Globo sobre a Líbia? Cadê os “calunistas” de plantão da mídia colonizada? Cadê a gritaria em defesa dos direitos humanos das associações patronais?
Fonte - Blog do Miro 20/02/2012


A Falência de Salvador 

Por Samuel Celestino 
Publicada no Jornal A Tarde em 06 de outubro de 1983
Salvador faliu. Já não há mais como esconder que a crise crônica municipal tornou-se aguda e o município está a um passo do colapso total, o que significa descontrole administrativo, com reflexos nos serviços e até no funcionalismo. E uma crise de origem política, gerada pela incompetência e pelo desatino que marcaram fundo a face desta cidade, no decorrer dos últimos oito anos.Os desencontros dos prefeitos biônicos com os governadores que os nomearam impuseram a Salvador administrações perversas, descontinuas, carentes de planos urbanísticos, que além de pouco realizarem atrofiaram a máquina administrativa que não acompanhou a explosão urbana da última década. Em conseqüência, Salvador é hoje administrada com a mesma estrutura e com os mesmos conceitos dos anos 50 e 60. Naquela época, havia uma cidade trepada nas cumeeiras e península itapagipana, habitada pela classe média e pela classe média baixa, que também preferiam os bairros dos Barris, Nazaré, Saúde, Garcia, enquanto Canela, Graça e Barra eram o paraíso da classe média Alta e da Burguesia. Nos anos 60 e 70 Salvador desceu para os vales, empurrada pela revolução do automóvel, cujo parque industrial, incentivado por Juscelino, explodiu no final dos anos 50.Ao descer para os vales, caminhos naturais para o seu crescimento, a cidade recebeu o impacto do êxodo rural e se favelou, ocupando as encostas e inchando a periferia. Neste exato momento faltou visão administrativa para planificar a ocupação das novas áreas do litoral norte, conquistadas pelas avenidas de vale. As administrações descontinuas e trôpegas então se sucedem. Jorge Hagge, Fernando Wilson Magalhães, Edvaldo Brito, Mário Kertész, Renan Baleeiro e agora Manoel de Castro.A cidade, com sua máquina administrativa atrofiada e carente de planejamento em administrações continuadas, entra em processo de degradação. Hoje, a Prefeitura Municipal é uma estrutura é hipertrofiada e falida, sem recursos, sequer, para simples obras de conservação. Justo dizer que culpa não cabe ao prefeito Manoel Castro, com poucos meses no cargo. Até aqui o seu trabalho é garimpar recursos no Ministério do Planejamento, numa penosa ponte aérea.Salvador-Brasília-Salvador, obtendo apenas o suficiente para o pagamento de serviços e do funcionalismo (com ajuda do governo estadual) que, de resto, já começa atrasar. O município arrecada, hoje, em torno de 800 milhões a um bilhão de cruzeiros por mês e suas despesas são da ordem de dois bilhões com o funcionalismo, e 1 bilhão com subsídios a este precário serviço de transporte coletivo, para ficar só aí. Com 30 mil funcionários – incluindo-se os aposentados – Salvador vive, de fato, em estado de pré-colapso e em reconhecida situação de falência.A porta de sida desta crise é a mesma de entrada: política. Os desandos administrativos e as colisões dos prefeitos com os governadores foram resultantes da origem ilegítima do poder municipal, ou seja, porque tais administradores ascenderam aos postos por nomeação. Nestas circunstâncias lês ficaram manietados pelos governadores, a quem deviam irrestrita lealdade e obediência. Sempre que ocorria um deslize maior eram sumariamente demitidos.Assim, a Prefeitura de Salvador, como as demais capitais, não tem poder de pressão. Manoel Castro, por exemplo, atua numa faixa política limitada pelo governador, de um lado, e pela força política que o indicou para o poder, por outro. À sua frente está a Câmara de Vereadores, esmagadoramente oposicionista (e legítima) e a sua retaguarda fica desguarnecida pela crise financeira municipal.Se fosse eleito pelo voto popular, com mandato legitimado pela soberana vontade do povo, o prefeito teria poder de pressão, não só direcionado contra o governo estadual como, também, para o poder central. Como a fonte de seu poder é ilegítima, resta-lhe, tão só, aguardar favores que não chegam, enquanto a cidade, se degrada. Uma degradação galopante e impiedosa que não respeita nem a estética nem as tradições de cultura de uma cidade que é berço da nacionalidade brasileira. - http://www.bahianoticias.com.br/principal/viagem-no-tempo/286-publicada-no-jornal-a-tarde-em-06-de-outubro-de-1983-a-falencia-de-salvador.html -
Fonte - Do Blog Luis Nassif On Line  03/01/2012


MP da BA move ação de improbidade contra 31 vereadores de Salvador

Lenilde Pacheco
As promotoras Rita Tourinho e Cristina Seixas, do Ministério Público da Bahia ajuizaram, nesta segunda (2), na 5ª Vara da Fazenda Pública, ação de improbidade administrativa contra os 31 vereadores – incluindo o presidente da Câmara Municipal, Pedro Godinho (PMDB), em função da votação ocorrida no último dia 29.A ação se refere à inclusão na Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos) de itens que estavam previstos no projeto de lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da Copa e cuja tramitação foi suspensa judicialmente.Com o PDDU da Copa suspenso, liminarmente, pela Justiça os vereadores se utilizaram de uma manobra considerada ilegal pelo Ministério Público: eles transferiram artigos do PDDU para a Lous. A maioria governista votou e aprovou. O presidente Pedro Godinho não votou, mas foi citado na ação por haver encaminhado a votação.Projeto suspenso – No último dia 23, o juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública, Gilberto de Oliveira, suspendeu a tramitação do projeto de lei relativo ao PDDU da Copa, cujo texto foi enviado pelo prefeito de Salvador João Henrique Carneiro (PP) para análise da Câmara de Vereadores.O projeto prevê alterações no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, como a elevação do gabarito na Orla da capital baiana e a liberação do uso da Transferência do Direito de Construir (Transcon) na borda atlântica.O magistrado acatou pedido de liminar em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual e Federal. A decisão não incluiu análise sobre o mérito. Mas acatou os argumentos iniciais apresentados pelo MP e segundo os quais a urgência na tramitação do projeto poderia ser prejudicial para o município.A ação foi encaminhada à Justiça pelos promotores Rita Tourinho, Cristina Seixas, Antônio Sérgio Mendes e da procuradora da República Bartira Góes.Segundo eles, a elaboração e a tramitação do projeto não obedeceram às regras previstas no Estatuto da Cidade e no próprio Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU), como as necessárias audiências públicas para a revisão da matéria contida na Lei 7.400/2008. 
Fonte - Bahia Toda Hora  02/01/2012


Terra indígena é o próximo alvo da bancada ruralista no Congresso Nacional

Blog Amazônia
Após a aprovação do Código Florestal no Senado e sua provável aprovação em tramitação na Câmara, para onde volta porque houve modificações do texto, a bancada ruralista no Congresso Nacional se mobiliza para mais um embate com ambientalistas. Trata-se da proposta de emenda constitucional (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a competência exclusiva para aprovar a demarcação das terras indígenas e ratificar as demarcações já homologadas. Também estende essa prerrogativa na demarcação de áreas de conservação ambiental e terras quilombolas.
A reportagem é de Caio Junqueira e publicada pelo jornal Valor, 08-12-2011.

A discussão sobre a PEC parou ontem e anteontem os trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde a proposta atualmente tramita. Os ruralistas lotaram as sessões e conseguiram aprovar um requerimento de inclusão da PEC na pauta, que foi aprovado. Com ampla maioria, estava prestes a ser votado quando deputados do PT mobilizaram o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo que, por sua vez, acionou o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza, para tentar impedir a apreciação.
“Vim aqui a pedido do Ministério da Justiça para que esta votação não seja realizada hoje. Minha proposta é que discutamos a PEC ainda neste ano com o ministro e na primeira sessão da CCJ em 2012 ela seja votada. E se ela for aprovada, viabilizaremos a comissão especial para discuti-la”, afirmou. Embora com alguma discordância, os ruralistas concordaram. Mas já elegeram a PEC como prioridade para 2012.
“Aprendemos com o Código Florestal que temos de enfrentar os problemas aqui, ser pró-ativos. Esse projeto ficou barrado aqui com muitas manobras, principalmente do PT e dos setores ligados à Igreja”, afirmou ao Valor o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO).
Apresentada em 2000 pelo empresário rural e deputado Almir Sá (hoje no PR de Roraima), foi primeiro relatada pelo padre e atual deputado Luiz Couto (PT-PB), que pediu sua inadmissibilidade. Acabou não sendo votada e, em consequência, arquivada. Mas já na última legislatura os ruralistas pediram seu requerimento. Um novo relator, Geraldo Pudim (PMDB-RJ), foi designado, e apresentou parecer favorável à PEC. Só que novamente foi remetida ao arquivo, sem apreciação.
Em fevereiro foi mais uma vez desarquivada e em maio foi designado o novo relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), também vice-líder do governo. Em seu parecer, ele acabou por se manifestar pela admissibilidade da PEC 215 e de outras 11, sendo nove semelhantes a ela e duas que pretendem permitir ao Congresso que, além das terras indígenas, também seja responsável pela demarcação de terras quilombolas e de unidades de conservação ambiental.
Foi a senha para que os petistas na CCJ se revoltassem. “Eles querem avançar sobre novas terras e vêm com a justificativa de que tudo ocorre à revelia. Estão com raiva porque, no modelo atual, o Estado atribui para si essa responsabilidade de demarcar e homologar essas terras”, afirmou Sibá Machado (PT-AC). “A PEC é inconstitucional porque fere o princípio da separação de poderes a partir do momento em que dá ao Congresso uma função que é do Executivo. Além disso viola direitos e garantias individuais”, disse Alessandro Molon (PT-RJ).
Os ruralistas apontam aí uma reação “ideológica” do PT. “A CCJ não discute o mérito, só a admissibilidade. O mérito será discutido em uma comissão especial, por se tratar de emenda constitucional”, disse Moreira Mendes. Ele afirmou também que “há uma criação indiscriminada de terras indígenas no país” e que “cada reserva indígena que se cria resolve-se o problema de meia dúzia de índios mas cria problemas a milhares de outras pessoas”. Para o deputado Vilson Covatti (PP-RS), a demarcação de terras é feita hoje de forma unilateral. “Um antropólogo nomeado pela Funai é quem decide. Tem área escolhida que índio nunca habitou.”
Fonte - Blog Amazônia 09/12/2012


As notícias em forma de clipping,publicadas aqui são devidamente acompanhadas dos respectivos créditos referentes aos veículos e aos seus autores, sendo a responsabilidade dos mesmos.

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