sexta-feira, 15 de março de 2019

Progresso movido a nostalgia

Turismo Ferroviário  🚃

Apesar do rico passado colonial e da malha ferroviária pronta para uso, o estado de Goiás estava fora desse circuito até o momento. Mas essa ausência poderá ser sanada em breve. Desde 2018, um grupo de prefeitos se articula ao redor do Consórcio Intermunicipal de Cultura e Turismo da Região da Estrada de Ferro de Goiás, cujo objetivo é estabelecer uma linha de passageiros entre Silvânia e Catalão, passando por 14 cidades.

Agência CNT
Imprensa CNT
Viajar de trem no Brasil é uma raridade. Ao longo dos anos, o país privilegiou o transporte rodoviário de passageiros e hoje, nossos 29.800 quilômetros de trilhos servem basicamente para movimentar carga. As exceções são a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória a Minas, ambas de longa distância e a serviço da comunidade, com um fluxo anual de cerca de 1 milhão de pessoas.
Há outro caso, mais pitoresco. São os 23 trens turísticos e culturais autorizados pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Desses, apenas 12 estão em funcionamento. Em geral, eles percorrem trechos curtos, de menos de 50 km, e visitam localidades de interesse histórico. Embora essas máquinas proporcionem passeios aprazíveis, o que elas prometem, na verdade, é uma volta no tempo. O freguês compra um bilhete e embarca no século retrasado.
Nesse modelo de negócio, temos, por exemplo, o Trem da Vale — Ouro Preto e Mariana, fruto da revitalização da ferrovia construída em 1883. Desde 2006, é possível percorrer os 18 km que separam as cidades a bordo de vagões artesanalmente restaurados, com o interior todo em madeira e com janelas avantajadas. A observância aos detalhes de época brilha também na travessia São João Del Rei – Tiradentes (12 km), feita numa maria-fumaça sobre o que restou da Bitolinha, a Estrada de Ferro Oeste de Minas, do século 19, desativada em 1931.
Além de Minas, há experiências semelhantes em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. O charme das locomotivas atrai visitantes, aquece o comércio e favorece a prestação de serviços. Por mais paradoxais que sejam, o progresso e o desenvolvimento locais podem ser movidos a nostalgia.
Apesar do rico passado colonial e da malha ferroviária pronta para uso, o estado de Goiás estava fora desse circuito até o momento. Mas essa ausência poderá ser sanada em breve. Desde 2018, um grupo de prefeitos se articula ao redor do Consórcio Intermunicipal de Cultura e Turismo da Região da Estrada de Ferro de Goiás, cujo objetivo é estabelecer uma linha de passageiros entre Silvânia e Catalão, passando por 14 cidades.
O projeto tem o apoio do governo do estado (por meio da Goiás Turismo), do Ministério do Turismo e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que restaurou as estações ferroviárias de Pires do Rio, Vianópolis (Tavares, Ponte Funda e Caraíba), Goiandira, Silvânia e Urutaí. Também foram feitas ações de manutenção no Museu Ferroviário de Pires do Rio, implantado na antiga oficina da Rede Ferroviária Federal S.A.
“O sonho é grande e tem muita coisa a ser feita. Agora que colocamos essas cidades no Mapa do Turismo Brasileiro, estamos trabalhando no plano de viabilidade técnica e financeira. Também estamos atrás dos carros e precisamos verificar a compatibilidade deles com a bitola dos trilhos”, informa o prefeito de Silvânia e presidente do consórcio, Zé Faleiro. A licença do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para a operação é outra pendência burocrática a ser resolvida.
Segundo Faleiro, diversos investidores já manifestaram interesse, inclusive um grupo chinês, mas não está definido se a exploração será feita por trechos ou entregue a apenas uma empresa. O certo é que o projeto surge como uma oportunidade única de alavancar a região. “O turismo é uma fonte alternativa de renda e fomenta desde a gastronomia até o artesanato, passando pela hotelaria. E nós temos um potencial muito grande para receber pessoas”, acredita o prefeito.
“Entendemos que a união desses municípios goianos ao longo da ferrovia, além de resgatar o passado da região, projeta o futuro com viagens que levam o turista a descobrir novos atrativos históricos, culturais e naturais do roteiro”, reforça o secretário nacional de Qualificação e Promoção do Turismo do ministério, Bob Santos. Se tudo der certo, o apito do trem voltará a ecoar na terra de Cora Coralina.

Trem nas nuvens
Caso consiga se viabilizar, o trem turístico de Goiás pode buscar inspiração no caso da Serra do Mar Paranaense, onde é oferecido o “passeio mais bonito do Brasil”, entre Curitiba e Morretes. Ao longo dos 110 km de percurso, avista-se a maior área contínua de Mata Atlântica do país. A geografia sinuosa garante que, durante alguns instantes, o passageiro tenha a sensação de que o vagão está voando entre as nuvens.
Inaugurada em 1885, a estrada de ferro é uma obra-prima da engenharia. Planejada para escoar a produção de erva-mate e madeira rumo ao Porto de Paranaguá, foi considerada impossível por engenheiros europeus até que os irmãos André, Antônio e José Rebouças assumissem o projeto. Consta que mais de 9.000 operários, com muitas baixas no caminho, escavaram na pedra os 14 túneis e a fundação das 30 pontes.
Desde então, não interrompeu o funcionamento. A concessão para passageiros, dada à Serra Verde Express, tem 22 anos. Muitas vezes, há interrupções para esperar a passagem do comboio de carga, com mais de 500 m. Na versão turística, contudo, o trem não desce a serra: fica em Morretes e, de lá, pode-se deslocar até Antonina.
“O fluxo para Morretes é muito grande. Temos um público cativo de 3 milhões de pessoas visitando a cidade”, calcula Oley Antunes de Oliveira Junior, diretor de Apoio do Turismo do município. Ele acredita que a atratividade não depende só do trem, contudo, é inegável o carisma trazido pela estrada férrea. “A importância talvez seja mais de marketing do que econômica. O trem é famoso, tem história e se tornou uma marca registrada. Talvez, se não tivesse o trem, seria uma cidade comum. É isto: ele deu a cara da cidade”, define.
A Serra Verde Express tem, em sua frota, 29 carros de passageiros, 1 bagageiro e 1 vagão-cozinha. Em média, eles atendem 200 mil passageiros por ano. O passeio pode ser feito em vários níveis de sofisticação, com refeições diferenciadas e até com degustação de cervejas especiais. Há um vagão inspirado em Copacabana, com mobiliário de antiquário e ares da Belle Époque, mas o suprassumo é a Litorina de Luxo. Foi esse trenzinho, espécie de vagão automotriz, que trouxe para a empresa elogios do The Wall Street Journal.
Fonte - ANPTrilhos  15/03/2019

quinta-feira, 14 de março de 2019

Muito café e pouca solução para pôr fim a judicialização do VLT de Cuiabá

Transportes sobre trilhos  🚄

A pedido do próprio governo e do consórcio, a situação judicializada está parada para buscar um entendimento. Quem possou nos corredores, na terça, durante a reunião sentiu que ainda será muita saliva para um entendimento e o VLT passar na ponte.

Matogrossomais
foto - ilustração
Representantes do Consórcio VLT e da Secretaria de Infraestrutura do Estado se reuniram durante horas nesta terça-feira (13). Dizem que foi uma tarde de longa conversas, com muito cafezinhos e pouca solução para acabar com o imbróglio.
A pedido do próprio governo e do consórcio, a situação judicializada está parada para buscar um entendimento. Quem possou nos corredores, na terça, durante a reunião sentiu que ainda será muita saliva para um entendimento e o VLT passar na ponte.
As obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande estão paradas há pouco mais de 5 anos e causando mais prejuízos à população do Estado.
Fonte - Revista Ferroviária  14/03/2019

quarta-feira, 13 de março de 2019

CBTU lança aplicativo para consulta de horários dos trens em Natal (RN)

Transportes sobre trilhos  🚄

O novo recurso, desenvolvido pelos Analistas de TI da própria Companhia, está disponível, inicialmente, para celulares com sistema operacional Android. O aplicativo torna prática a consulta sobre as viagens do sistema de trens da Grande Natal

CBTU
divulgação/CBTU
A partir de hoje a CBTU passa a disponibilizar aos seus usuários a grade horária do Sistema de Trens Urbanos de Natal por meio do aplicativo Trem de Bolso Natal.
O novo recurso, desenvolvido pelos Analistas de TI da própria Companhia, está disponível, inicialmente, para celulares com sistema operacional Android. O aplicativo torna prática a consulta sobre as viagens do sistema de trens da Grande Natal, pois permite o acesso direto aos horários do destino desejado pelo usuário e, ainda, a consulta ao mapa com todas as estações do sistema ferroviário metropolitano, assim como simplifica o acesso aos canais de comunicação com a CBTU.
“Trata-se de um aplicativo direto e funcional, de utilização intuitiva, cuja função principal de fornecer os horários dos trens pode ser executada sem a necessidade de conexão constante com a internet, permitindo seu uso sempre que preciso e sem o consumo de dados móveis", destacou o Vitor Alcântara, um dos analistas que participou do desenvolvimento do aplicativo.
O Trem de Bolso Natal pode ser baixado gratuitamente através da plataforma Google Play, disponível para acesso no link: https://bit.ly/2Tm8s1b
Além do aplicativo, a CBTU disponibiliza informações sobre as 30 viagens realizadas diariamente, em seu site: www.cbtu.gov.br, no Instagram: @cbtunatal, no Facebook: /cbtunatal e por meio de informativos distribuídos em suas 23 estações.
Com informações da CBTU  13/03/2019

Desmontando três argumentos em defesa da reforma da Previdência

Ponto de Vista  🔍

Para defender a reforma da Previdência, três argumentos têm sido muito utilizados: o déficit é insustentável e precisa ser corrigido pelo corte de despesas; serão abolidos privilégios que beneficiam os mais ricos; não há justificativa para ausência de idade mínima para a aposentadoria. Esses três pressupostos precisam ser analisados de forma crítica.

Clemente Ganz Lúcio e
Clóvis Scherer* - Portogente

foto - ilustração/arquivo
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico; e Clóvis Scherer, economista, ambos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
Para defender a reforma da Previdência, três argumentos têm sido muito utilizados: o déficit é insustentável e precisa ser corrigido pelo corte de despesas; serão abolidos privilégios que beneficiam os mais ricos; não há justificativa para ausência de idade mínima para a aposentadoria. Esses três pressupostos precisam ser analisados de forma crítica.
Quando se considera o conjunto de fontes de custeio da Seguridade Social, que junta o Regime Geral de Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde, a arrecadação superou as despesas até 2015 - dados da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal). A partir de então, a adoção de uma estratégia recessiva e de austeridade fiscal aprofundou e prolongou a crise econômica, agravando o desemprego, a queda da massa salarial e do faturamento e as consequentes perdas de arrecadação. Como as despesas respondem por fatores mais estruturais, o desequilíbrio se estabeleceu. Por isso, a questão primordial para reequilibrar a Seguridade Social é uma economia que cresça e gere emprego e renda.
Os defensores da reforma, dialogando com o legítimo anseio da sociedade por igualdade, enfatizam o dever do combate aos privilégios e miram principalmente os servidores públicos. Acontece que, desde 2003, as regras previdenciárias do setor público são praticamente iguais às do privado. O foco nos privilégios pode desviar a atenção das medidas que afetarão a massa de trabalhadores e vão gerar o resultado fiscal pretendido pelo governo. Entre elas, estão elevação da idade de aposentadoria e do tempo de contribuição, redução do valor de aposentadorias e pensões, desvinculação entre o piso de benefícios e o salário mínimo. Somam-se a isso regras de transição aplicáveis a uma parcela muito pequena dos atuais segurados, frustrando a maioria, que contribui para a previdência com a expectativa de se aposentar nas normas em vigor.
A injustiça da reforma é impor aos trabalhadores e à classe média sacrifícios, a fim de equilibrar as contas públicas, sem exigir a cota de contribuição dos 10% e do 1% mais ricos. É por isso que deve haver uma análise dos impactos sociais da reforma e que ela deve vir acompanhada de uma tributação progressiva da renda e da riqueza.
A idade mínima para a aposentadoria já existe para a maioria do setor privado e dos servidores públicos. Entre os contemplados pela aposentadoria por tempo de serviço, que não exige idade mínima, estão muitos trabalhadores que realizam atividades penosas e cedo perdem a capacidade de trabalhar. Eles seriam prejudicados com a imposição de idade para a aposentadoria. Uma alternativa seria combinar idade e tempo de contribuição, como é feito na fórmula 85/95.
Para as mulheres, que ainda são as principais responsáveis pelos cuidados de familiares e da casa, a idade mínima pode significar desproteção, já que, em faixas etárias mais elevadas, as dificuldades para encontrar ocupação são maiores. Por isso, a regra de idade deve ser avaliada considerando a diversidade de situações.
No emaranhado de regras previdenciárias em discussão, os argumentos para a reforma devem ser examinados com cuidado para não comprometer a capacidade de a Previdência cumprir os objetivos de proteção universal definidos na Constituição e esperados pela sociedade.
*Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico; e Clóvis Scherer, economista, ambos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
Fonte - Portogente  13/03/2019

terça-feira, 12 de março de 2019

Reajustes da tarifa do Metrô e dos ônibus de Porto Alegre alteram valores da integração

Transportes  🚇<>🚌

Com os reajustes da tarifa unitária da Trensurb para R$ 4,20 e das passagens de ônibus de Porto Alegre para R$ 4,70, ambos em vigor a partir de quarta-feira (13), o valor da integração entre o metrô e os ônibus de Porto Alegre (realizada com a utilização dos cartões SIM ou TRI) passa de R$ 6,84 para R$ 8,01.

Trensurb
foto - divulgação
A partir de quarta-feira (13), tarifa da integração metrô-ônibus em Porto Alegre passa a ser de R$ 8,01 e, em Canoas, de R$ 8,18. Para créditos adquiridos até terça-feira (12), valor a ser descontado segue sendo o anterior ao reajuste por um período de 30 dias.
Com os reajustes da tarifa unitária da Trensurb para R$ 4,20 e das passagens de ônibus de Porto Alegre para R$ 4,70, ambos em vigor a partir de quarta-feira (13), o valor da integração entre o metrô e os ônibus de Porto Alegre (realizada com a utilização dos cartões SIM ou TRI) passa de R$ 6,84 para R$ 8,01. O desconto tarifário é de 10% na integração (a tarifa total sem o benefício é de R$ 8,90).
Já o valor da integração entre o metrô e os ônibus integrados operados pela Vicasa em Canoas (integração realizada com o cartão TEU) passa de R$ 7,37 para R$ 8,18. O desconto tarifário é de 6% na integração (a tarifa total sem o benefício é de R$ 8,70).
Para créditos adquiridos até esta terça-feira (12), os valores a serem descontados seguem sendo os anteriores ao reajuste da tarifa do metrô por um período de 30 dias, tanto para a integração com os ônibus de Porto Alegre (R$ 6,84) como para a integração com os ônibus de Canoas (R$ 7,37) – e também para a passagem unitária do metrô (R$ 3,30).
Fonte - Trensurb  12/03/2019

Mulheres: estamos de luto

Ponto de Vista  🔍

A reforma previdenciária vem com a proposta de dificultar e ou impedir a igualdade real entre homens e mulheres. Os cidadãos permanecerão valendo mais ou menos de acordo com o gênero. O século XXI, testemunho dos impensáveis avanços tecnológicos, repisa o século XIX, quiçá outros, reforçando com um discurso demagógico, que as mulheres já estão emancipadas e empoderadas. Mas nós, mulheres desse Brasil, sabemos que não.

Tonia Galleti* - Portogente

A Constituição Federal de 1988 fora um pacto social de implementação progressiva. A regressão de direitos não faz parte de seu escopo. A perpetuação das desigualdades também não.
Mas a reforma previdenciária vem com a proposta de dificultar e ou impedir a igualdade real entre homens e mulheres. Os cidadãos permanecerão valendo mais ou menos de acordo com o gênero. O século XXI, testemunho dos impensáveis avanços tecnológicos, repisa o século XIX, quiçá outros, reforçando com um discurso demagógico, que as mulheres já estão emancipadas e empoderadas. Mas nós, mulheres desse Brasil, sabemos que não.
As propostas de emenda à Constituição Federal de 88, no que toca às mulheres que contribuem para o Regime Geral de Previdência Social, são:

1. Idade mínima e tempo de contribuição das mulheres
a. Trabalhadoras urbanas RGPS: 62 anos de idade e 20 anos de contribuição (aumento de 2 anos na idade e de 5 anos no tempo de contribuição)
b. Trabalhadoras do serviço público RPPS: 62 anos de idade e 25 anos de contribuição
c. Professoras da Rede Pública: 60 anos de idade e 30 anos de contribuição (aumento de 5 anos para a idade e para o tempo de contribuição)
d. Policiais: 55 anos de idade, 25 anos de contribuição e 20 anos na atividade policial (aumento de 5 anos no tempo de atividade policial)
e. Agentes penitenciários: 55 anos de idade, 25 anos de contribuição e 25 anos na atividade de agente penitenciário (aumento de 10 anos no exercício da atividade)
f. Rurais: 60 anos de idade e 20 anos de contribuição (não se exigia contribuição efetiva, bastava comprovar a atividade rural – aumento de 20 anos)

2. Cálculo – não vai retirar 20% das menores contribuições. E vai aplicar um redutor: quem tiver o tempo mínimo de carência só vai receber 60% da média.

3. Pensão: 50% do valor que o falecido recebia + 10% para cada dependente

4. Acúmulo de pensão por morte e aposentadoria: 100% do benefício com maior valor + percentual do benefício de menor valor – varia de 0 a 80%, conforme tabela: 80% para benefícios de até 1 salário mínimo; 60% para benefícios entre 1 e 2 salários mínimos; 40% para benefícios entre 2 e 3 salários mínimos; 20% para benefícios entre 3 e 4 salários mínimos; 0% para benefícios acima de 4 salários mínimos

5. Sistema de capitalização: neste sistema não há pacto intergeracional. Cada cidadã contribuirá para si mesma, recebendo ao final da vida laboral, apenas o montante que tenha conseguido “guardar”.

Em um país onde as mulheres ganham menos do que os homens e que são alijadas do trabalho por conta da maternidade e dos cuidados com a família, quem ajuntará recursos para as mulheres desse Brasil?
No modelo proposto pelo Governo Federal, as aposentadorias antes pensadas dentro de um PACTO SOCIAL dissociam-se disso e passam a reafirmar e a perpetuar a desigualdade entre homens e mulheres, já que as mulheres, em sua grande maioria, conforme dados do próprio INSS, aposentam-se por idade, vez que possuem uma vida laboral mais inconstante e, ademais, ganham 30% que os homens, de modo que isso se refletirá em suas aposentadorias, caso consigam alcança-las.
Cumpre-nos perguntar, enquanto cidadãs, enquanto mulheres, enquanto lutadoras que somos, o quanto de proteção queremos destinar às nossas mães, a nós mesmas e às nossas filhas. A história tem sido cruel conosco. Em um círculo vicioso, temos sempre perdido: tempo, dinheiro, integridade, liberdade, vida, convivência etc. Mas nunca perderemos a gana de sermos Marias, Marielles, Franciscas, e quantas mais quisermos e ou pudermos.
*Tonia Galleti é advogada e coordenadora do Departamento Jurídico do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (Sindnapi/ Força Sindical)
Fonte - Portogente  12/03/2019

segunda-feira, 11 de março de 2019

Obras da Conder vão alterar o trânsito na Av. Suburbana em Salvador

Transito/Infraestrutura  🚧  🚗

A Conder informa que haverá alterações no trânsito na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), a partir das primeiras horas da manhã da próxima quarta-feira (13).Com o objetivo de proporcionar maior fluidez ao tráfego de veículos na região da Av. Suburbana, será aberto o “Retorno Norte”. Como consequência imediata, o retorno e cruzamento existentes no trevo localizado próximo à Ladeira do Cabrito, e que atualmente permitem o acesso ao bairros Boa Vista do Lobato, Campinas e São Caetano, serão fechados. 

Da Redação
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A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), informa que haverá alterações no trânsito na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), a partir das primeiras horas da manhã da próxima quarta-feira (13), nas imediações do trecho Ligação Lobato-Pirajá, que integra o Corredor Transversal conhecido como Linha Azul.
Com o objetivo de proporcionar maior fluidez ao tráfego de veículos na região da Av. Suburbana, será aberto o “Retorno Norte”. Como consequência imediata, o retorno e cruzamento existentes no trevo localizado próximo à Ladeira do Cabrito, e que atualmente permitem o acesso ao bairros Boa Vista do Lobato, Campinas e São Caetano, serão fechados.
Assim sendo, quem trafega pela Suburbana sentido Paripe ou desce a Ladeira do Cabrito com direção ao bairro da Calçada, terá necessariamente que utilizar o Retorno Norte. Quem vai fazer o percurso inverso, em direção à Ladeira do Cabrito, a partir da Suburbana, continua, nesta primeira etapa, tendo acesso através do trevo já existente.
Posteriormente, quando for iniciada a execução da rampa de acesso ao viaduto, o trevo será fechado por completo e o usuário vai acessar o Retorno Sul para trafegar no sentido Paripe e Ladeira do Cabrito.
“Esses novos retornos vão proporcionar maior fluidez ao tráfego na Av. Suburbana com a eliminação de intercruzamentos entre veículos e a desativação de semáforos. Os retornos Norte e Sul vão absorver os novos fluxos a partir da operação da Linha Azul. Para tanto, a Conder executa intervenções viárias na região, inclusive com o fechamento e requalificação do trevo localizado próximo à ladeira da subida do Cabrito”, esclareceu o coordenador de Obras Estruturantes do órgão, Francisco Fonseca.
Com informações da Secom Ba. 11/03/2019

VLT seria opção para reativar espaço da linha férrea que cruza Erechim

Transportes sobre trilhos  🚄

Além de interligar a área central da cidade com muitos bairros do município, a ferrovia liga três importantes centros universitários. De um lado o campus 2 da URI - Erechim, as margens da ERS 331; e em outro extremo a Universidade Federal da Fronteira Sul ao lado da ERS 135; passando pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Erechim, no Bairro Três Vendas. 

Jornal Bom Dia
foto - ilustração/arquivo
A linha férrea que cruza Erechim de uma ponta a outra está abandonada há muitos anos, sem manutenção, e não tem previsão que um dia possa ser reativada para o transporte de cargas pesadas. No entanto, a ferrovia está totalmente integrada ao perímetro urbano da cidade, circulando em áreas residenciais, comerciais e educacionais. Mas o que fazer com a ferrovia? Para o arquiteto erechinense, Arthur Peruzzo, apaixonado desde criança pelo modal ferroviário e um entusiasta desse sistema, todo esse patrimônio abandonado poderia dar lugar a um novo sistema de transporte público de massa: o veículo leve sobre trilhos (VLT).

Mas o que é um VLT?
Conforme Peruzzo, o VLT é uma versão moderna do trem urbano, com capacidade de transportar grandes contingentes populacionais de maneira integrada a outros modais de transporte. Ele acrescenta que o VLT é como se fosse um ônibus articulado, mas sobre trilhos, que já é bem comum como transporte público em outros países. No Brasil ainda é novidade, mas há linhas em funcionamento em São Paulo, Rio de Janeiro e em alguns estados do Nordeste.


Trecho passa no centro da cidade
Além de interligar a área central da cidade com muitos bairros do município, a ferrovia liga três importantes centros universitários. De um lado o campus 2 da URI - Erechim, as margens da ERS 331; e em outro extremo a Universidade Federal da Fronteira Sul ao lado da ERS 135; passando pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Erechim, no Bairro Três Vendas. Além disso, na sua grande maioria esse trecho seria percorrido em vias exclusivas, separado do fluxo normal de veículos.
Peruzzo comenta que esse trajeto de uma universidade a outra cruzando o centro da cidade dá em torno de 25 quilômetros de via. Como o percurso passa por muitos bairros da cidade e liga centros de educação, o VLT seria utilizado por muitas pessoas diariamente, entre ela estudantes e a população de um modo geral.
O arquiteto observa que a mesma linha teria dois VLTs circulando em sentido contrário, um para o lado da URI e outro da UFFS, que ao chegar nos destinos finais retornariam para o centro da cidade, onde hoje está a estação ferroviária. E, depois trocariam de sentido o percurso. Cada VLT teria três vagões e capacidade para levar até 150 pessoas.

Integração
Um detalhe importante e ressaltado pelo arquiteto é que a implantação do VLT não iria substituir os outros modais de transporte coletivo, aliás, deveria ser integrado a outras opções de transporte público. Inclusive também ser interligado a ciclovias.
Segundo Peruzzo, outra característica do VLT é ser um sistema de transporte que se mistura com a cidade, "se funde com os bairros e está onde as pessoas vivem".
Ele comenta que nos poucos trechos onde haveria passagem de nível, com o cruzamento de veículos, a colocação de cancelas resolveria facilmente a rotina do fluxo.

Tecnologia local
O arquiteto acredita que empresas locais têm tecnologia para desenvolver os vagões do VLT, já que em Erechim tem uma das maiores montadoras de ônibus do país.
Conforme Peruzzo, entre as grandes dificuldades para colocar em prática o projeto é recuperar a ferrovia. E, para isso seria importante a união de esforços, a integração do setor privado, do poder público e da comunidade.
Fonte - Revista Ferroviária  11/03/2019