segunda-feira, 5 de junho de 2017

Déficit nacional de infraestrutura de metrô chega a 1200 quilômetros

Transportes sobre trilhos  🚇

De acordo com o Plano CNT de Transporte e Logística, o Brasil possui um déficit de infraestrutura metroferroviária de pelo menos 1.200 km. Para solucionar esse entrave e modernizar a mobilidade urbana nas principais cidades brasileiras, a CNT estimou a necessidade de R$ 167,1 bilhões.

Valor Econômico - RF
foto - Ilustração/CCR Metrô Bahia
Com pouco mais de 300 km de trilhos em sete capitais (São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza), a rede de metrô no Brasil tem extensão menor que a de Xangai, construída em menos de duas décadas e que já soma quase 600 km. De acordo com o Plano CNT de Transporte e Logística, o Brasil possui um déficit de infraestrutura metroferroviária de pelo menos 1.200 km. Para solucionar esse entrave e modernizar a mobilidade urbana nas principais cidades brasileiras, a CNT estimou a necessidade de R$ 167,1 bilhões.
O volume de recursos pode ser ainda maior. Segundo estudo do BNDES, são necessários R$ 235 bilhões em linhas de metrô, corredores expressos de ônibus e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), para minimizar o congestionamento nas cidades brasileiras. O maior gargalo está em São Paulo, cuja demanda chegaria a R$ 84 bilhões, pouco mais de um terço do total. De acordo com o relatório do BNDES, haveria um déficit de 235 km em linhas de metrô no Brasil, demandando R$ 141 bilhões em investimentos, e 365 km de VLT, com demanda de R$ 25,5 bilhões e outros R$ 29 bilhões para suprir os 146 km de déficit em trens leves.
O estudo do BNDES ainda aponta que os maiores gargalos estão em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. As três capitais, ao lado de Fortaleza e Porto Alegre, concentram 77% da demanda dos R$ 235 bilhões necessários para a expansão. A maior parte dos recursos deveria se destinar aos modais metroferroviários: R$ 210 bilhões para a construção de 834 km de metrôs, trens, monotrilhos e VLTs.
O sistema precisa ter mais novas opções. Os ônibus realizam mais de 80% das viagens por transporte público no país e transportam 70% dos brasileiros. O metrô, que tem sido a alternativa adotada pelas grandes metrópoles no mundo, é uma solução cara e pode ser lenta, mas seria eficiente para as grandes cidades brasileiras, por ser um meio rápido, seguro e de alta capacidade de transportar pessoas, observa Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral. O custo de implementação de um quilômetro de metrô com a construção da estação estaria em R$ 500 milhões, podendo exceder esse valor, dependendo do volume de desapropriações a ser feito e da complexidade das intervenções subterrâneas.
Resende aponta que estudos realizados em Belo Horizonte mostram que a rede de linhas subterrâneas da cidade deveria ter 150 km de extensão para atender à demanda. Hoje a capital mineira possui menos de 30 km em operação. Para chegar à extensão necessária, seria preciso investir R$ 150 bilhões. "Não será o Orçamento da União ou orçamentos de Estados que farão o milagre. Será preciso adotar soluções diferenciadas, como a atração de investidores estrangeiros que possam operar as linhas", defende.
A solução não depende apenas do metrô, mas de viabilizar outros meios, como os monotrilhos, os Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), trens urbanos, bondes elétricos, cada qual com custos e capacidades de transporte diferentes.
Cabe ressaltar que a emissão de poluentes desses sistemas é mais baixa do que o transporte individual ou coletivo sobre rodas. Os metrôs são considerados sistemas de alta capacidade, podendo levar de 40.000 a 80.000 passageiros por sentido por hora. Os monotrilhos transportam até 48.000 passageiros por sentido por hora.
Fonte - Revista Ferroviária  05/06/2017

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