PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

terça-feira, 28 de março de 2017

Mestre urbanista - Paulo Ormindo

Urbanismo  🏠

A trajetória de Paulo Ormindo David de Azevedo, ao longo dos seus 80 anos, completados no último dia 14, foi sempre povoada por figuras históricas – é um dos oito filhos do médico e antropólogo baiano Thales de Azevedo (1904-1995), intelectual reconhecido nacionalmente.

Luana Ribeiro - A Tarde
Entre outros projetos, Paulo Ormindo é
responsável pelo restauro do Mercado Modelo
A Tarde
Um dos grandes nomes da arquitetura e do urbanismo no Brasil, o baiano Paulo Ormindo de Azevedo comemora a chegada dos 80 anos estreando como ficcionista com o livro de crônicas e contos A memória das pedras
A trajetória de Paulo Ormindo David de Azevedo, ao longo dos seus 80 anos, completados no último dia 14, foi sempre povoada por figuras históricas – é um dos oito filhos do médico e antropólogo baiano Thales de Azevedo (1904-1995), intelectual reconhecido nacionalmente. Amigo e conviva desde o ginásio, no Colégio Antônio Vieira, Edivaldo Boaventura resume: “Ele teve uma universidade em casa. Seu pai estava sempre recebendo professores estrangeiros”, lembra o professor e escritor, um dos organizadores e orador da homenagem feita ao arquiteto promovida no último dia 16, na Academia de Letras da Bahia.
Os dois voltaram a ser colegas na ALB – Edivaldo ocupa a cadeira 39 e Paulo Ormindo, a de número 2, cujo patrono é o poeta barroco Gregório de Mattos. No Palacete Góes Calmon, que sedia a academia, o carrossel gira e Ormindo vai sucedendo aos personagens célebres, ele mesmo tendo sido consagrado “imortal” em 1981. Uma de suas principais contribuições é o Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia, elaborado entre 1975 e 2002 e editado em sete volumes. O trabalho é pioneiro e cataloga exemplares do patrimônio edificado do estado, entre prédios e monumentos civis, militares e religiosos.
“Trata-se de obra seminal de referência, coordenando uma competente equipe que não apenas cadastrou os imóveis, mas também realizou uma necessária pesquisa documental”, aponta o arquiteto e professor Pasqualino Magnavita, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) – quando começou a lecionar na instituição, Ormindo encerrava a graduação. Magnavita ressalta que o tema, tão caro à Bahia, requer sensibilidade. “A primeira exigência de um arquiteto na área de conservação e restauro, que lida com o Patrimônio Histórico e Cultural, relaciona-se com a adoção do novo paradigma ético-estético, e isso, no sentido de assumir uma atitude política e crítica (não partidária), visando à emancipação do controle social existente, pois vivemos numa sociedade de extremo controle”.
Edivaldo Boaventura também destaca o Inventário em meio à extensa carreira do amigo. “Quase todos os monumentos conhecidos da Bahia estão lá; de Salvador, do Recôncavo, do litoral, do litoral sul, do Vale do São Franciscano. De todos esses lugares, ele levantou a arquitetura erudita e popular”, afirma, atribuindo a solidez do trabalho realizado por Ormindo à base acadêmica do arquiteto, na qual constam, além da sólida formação realizada no Brasil, especialização e doutorado em Milão e Roma.

Modernidade
Entre outros diversos trabalhos na área, é dele o projeto de restauração do Mercado Modelo, após o terceiro incêndio pelo qual o prédio passou, em 1984. “Ali, ele cria as condições da modernidade e de contemporaneidade. Porque restauração não significa simplesmente refazer. E há, além do mais, a própria modificação da função, pois aquele era um edifício público, uma alfândega. Considero o Mercado Modelo um dos grandes projetos do Paulo”, avalia o arquiteto Itamar Batista, que também foi professor da Faculdade de Arquitetura da Ufba.
Ormindo ainda responde pelo projeto de ampliação do tradicional Centro Cultural Dannemann, localizado na cidade de São Félix, no Recôncavo baiano, e foi consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação e de Ciência e Cultura, pela Unesco, na área de restauração e preservação do patrimônio, com trabalhos na América do Sul, Caribe e países da África lusófona, como Cabo Verde.
Dois dias após o aniversário de 80 anos, ele lançou um livro de contos, A memória das pedras, primeira incursão oficial ao universo literário. “Para melhor merecer essa academia, tive a petulância de debutar com um livro de contos”, afirmou. Não que já não fosse experimentado nas letras. Além das publicações científicas, assinou diversos artigos como articulista em A TARDE , assim como seu pai, que escreveu para o periódico por mais de 60 anos.
“Sonhar é um traço vigoroso da personalidade do meu pai”, diz o filho, Luciano. Em seu discurso na ALB, ele lembrou histórias de infância, e uma delas chama a atenção para a obstinação do arquiteto. Brincando com as netas, Ormindo resolveu exercitar a persona de aviador – fez inúmeras tentativas de pipa-caixa, nenhuma funcionou. O almoço de domingo acabou e todos foram embora. Passavam das 23 horas, quando ele apareceu na casa de Luciano, com o que mais parecia, em suas palavras, “um 14-Bis”. E como tal, na frente das netas recém-despertadas, levantou voo e pousou perfeitamente, após um rodopio.
Fonte - A Tarde  28/03/2017

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