quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Ex Presidente Lula propõe usar US$ 100 bi de reservas para infraestrutura

Política

Lula voltou a falar da possibilidade de se candidatar à Presidência em 2018, com uma plataforma econômica que incluiria expansão de investimentos e de crédito para famílias de baixa renda.Disse que os bancos públicos precisam adotar uma política de mais crédito para famílias mais pobres e criticou a decisão do Banco do Brasil de reduzir o número de agências pelo país. 

Valor Econômico - RF
foto - ilustração/arquivo
O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) defendeu ontem que a receita para a retomada do crescimento econômico deve passar por uma injeção de investimentos da União e que os recursos para isso devem ser retirados das reservas internacionais.
Lula voltou a falar da possibilidade de se candidatar à Presidência em 2018, com uma plataforma econômica que incluiria expansão de investimentos e de crédito para famílias de baixa renda.O ex-presidente é réu em três ações penais e pode ficar inelegível se condenado por órgão colegiado do Judiciário.
Em dois dias de encontros e atos públicos em Belo Horizonte, Lula pareceu estar em campanha. Ontem pela manhã, em uma grande área ocupada por 8 mil famílias na cidade, ele subiu em palanque, pegou crianças no colo, entrou na casa de uma moradora e foi saudado como candidato.
Antes, em entrevista à Rádio Itatiaia, defendeu um programa de retomada do crescimento conduzido pelo Estado.
Disse que os bancos públicos precisam adotar uma política de mais crédito para famílias mais pobres e criticou a decisão do Banco do Brasil de reduzir o número de agências pelo país. "Nós estamos no momento que nós temos que abrir mais agências, [para] que o povo tenha acesso a dinheiro."
O ponto central, segundo disse, é recuperar a condição do Estado como "indutor" do crescimento.
"O Brasil precisa voltar a crescer urgente e o Brasil só vai crescer se a União voltar a fazer investimento. Nós temos US$ 300 bilhões de reserva [o último balanço do Banco Central registra US$ 372,5 bilhões]. Pega US$ 100 bilhões da reserva que está aplicada em dólar rendendo juro abaixo de zero, vamos transformar em reais e aplicar em obra de infraestrutura", disse ele na entrevista.
No início do ano, a ideia já havia sido defendida pelo PT e suscitou críticas entre economistas e oposição, que apontavam que a saída poderia desarranjar ainda mais as contas do país.
Tanto nos discursos quando na entrevista, Lula insistiu na mensagem de que foi capaz de lidar com momentos de crise econômica e que saberia fazê-lo novamente. A certa altura, ao falar da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), apontou o que considerou um erro: expandir para quase R$ 500 bilhões as desonerações e isenções a empresas. "Eu, se fosse a presidente Dilma na época, teria acabado com a desoneração para o Estado poder voltar a arrecadar."
Lula acusou o presidente Michel Temer de não apontar saída para reaquecer a economia e que há "incompetência" para lidar com a crise. Mas se disse contrário à ideia de embalar um pedido de impeachment. "O problema não é tirar mais um presidente. Já teve um golpe contra a Dilma."
Sobre 2018, disse - como em outras vezes - que gostaria de surgisse uma alternativa mais jovem para disputar a Presidência, mas que "se necessário" será candidato para ganhar. "E para provar que esse país não precisa estar na desgraceira que está."
Fonte - Revista Ferroviária  30/11/2016

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