quinta-feira, 14 de abril de 2016

Setor aeroportuário mantém expectativa de crescimento

Transporte aéreo

“Continuamos com o mesmo desafio [expandir infraestrutura e oferecer serviços de mais qualidade] e não podemos pensar em qualquer impedimento em decorrência da crise econômica”, disse o secretário-executivo da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Guilherme Ramalho. “Estamos num ciclo extenso de expansão forte da aviação civil, de uns 30, 35 anos.

Natália Pianegonda - Agência CNT 
foto -  Elza Fiúza/ABr
A queda na demanda da aviação civil brasileira, decorrente da crise econômica, não tem afetado as expectativas do setor aeroportuário brasileiro. Mas representantes do segmento identificam desafios diante desse cenário. Esse foi um dos assuntos debatidos na sexta edição do Airport Infra Expo, realizado em Brasília (DF).
“Continuamos com o mesmo desafio [expandir infraestrutura e oferecer serviços de mais qualidade] e não podemos pensar em qualquer impedimento em decorrência da crise econômica”, disse o secretário-executivo da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Guilherme Ramalho. “Estamos num ciclo extenso de expansão forte da aviação civil, de uns 30, 35 anos. Temos meses seguidos de queda na demanda. Mas o desafio de médio e longo prazo continua. Uma vez que a economia comece a dar sinais de recuperação, o setor também terá uma recuperação mais forte e mais pujante. Nosso papel é deixar as condições adequadas para esse momento”, complementou.
A SAC deve leiloar, até o final deste ano, mais quatro aeroportos à iniciativa privada: de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Conforme a pasta, uma demonstração da confiança no futuro do setor, no país, é que já foram realizadas 40 visitas por empresas estrangeiras e nacionais interessadas em participar arrematar esses terminais nos próximos leilões.
O consultor técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Victor Celestino, no entanto, destacou que resultados positivos para o setor dependem, também, da oferta de condições adequadas para a operação das companhias aéreas. Ele defendeu medidas anunciadas recentemente pelo governo federal, que aproximam as regras do mercado aéreo brasileiro às aplicadas em outros países, como a possibilidade de aumentar o capital estrangeiro nas empresas nacionais. Mas defende que o Brasil precisa ir mais longe: “o país precisa perguntar que aviação deseja: uma jabuticaba, como na década de 1990, ou uma aviação moderna, de baixo custo. E se é a segunda opção, precisamos de uma nova regulação. As propostas ainda estão tímidas”. “A Abear defende o estado eficiente, com referência aos órgãos de aviação no Brasil, para crescimento e aumento da produtividade do espaço aéreo”, complementou.
No entanto, a limitação orçamentária representa um desafio a novos investimentos e ao custeio público da atividade. Segundo o diretor-geral do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), tenente-brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino, “para manter uma estrutura com visão de primeiro mundo, precisamos de recursos. E temos que fazer mágica com o que temos disponível para oferecer serviço de qualidade aos nossos usuários”, disse ele.

Jogos Olímpicos
Os preparativos do setor aéreo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 também foram tema de destaque durante o evento. De acordo com o diretor de Gestão Aeroportuária da SAC, Paulo Henrique Possas, o Brasil já acumulou experiência com grandes eventos, desde a Rio+20.
No entanto, uma série de preparativos e simulações estão em andamento para garantir a normalidade das operações e o atendimento satisfatório aos passageiros. Isso decorre, por exemplo, das zonas de exclusão do espaço aéreo e fechamentos de aeroportos, da necessidade de garantir acessibilidade - em especial com a chegada dos atletas paralímpicos - e dos cuidados diferenciados com bagagens e cargas em geral, devido ao transporte de equipamentos que serão utilizados nas disputas esportivas.
“Os aeroportos de Guarulhos (SP), Santos Dumont (RJ) e Galeão (RJ), que serão os principais aeroportos, estão fazendo diversos simulados. Precisamos conhecer os fluxos de terminais, de atletas e de equipamentos”. Segundo ele, ao todo, serão 39 aeroportos e três bases aéreas envolvidas no planejamento para esse período.
O gerente de Operações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Lima, destacou que, assim como na Copa do Mundo de 2014, a reguladora vai intensificar a fiscalização sobre o cumprimento dos slots (janelas para pousos e decolagens). Desde 2014, a agência agravou a punição em caso de desrespeito aos horários. As multas chegam a R$ 90 mil para empresas comerciais e jatinhos.
Fonte - Agência CNT de Notícias  14/04/2016

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