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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Após ocupar prédio no Stiep,MSTS faz limpeza da lagoa dos Frades

Habitação

Após ocupar prédio abandonado,MSTS faz limpeza de lagoa.Abandonada pelo poder público, a Lagoa dos Frades ao lado do Centro de Convenções, no STIEP, ganhou uma ampla limpeza durante o final de semana

Albenísio Fonseca - TB
foto - Reginaldo Ipê
Salvador - Abandonada pelo poder público, a Lagoa dos Frades ao lado do Centro de Convenções, no STIEP, ganhou uma ampla limpeza durante o final de semana. A iniciativa foi dos integrantes do MSTS-Movimento dos Sem Teto de Salvador. Do local foram retirados 35 sacos de lixo com muitos objetos de plástico, além de restos de ebó ou macumba, colocados em volta da lagoa por devotos do Candomblé. O propósito da limpeza, que envolveu também a capinagem do local, segundo as coordenadoras do movimento, Neide Reis e Eviliane Rodrigues, “visou o combate à proliferação de mosquitos Aedes aegypti”.
As 72 famílias ligadas ao MSTS – cerca de 280 pessoas entre homens, mulheres, idosos e crianças – passaram a ocupar as estruturas dos quatro andares da obra não concluída – além do piso e da garagem do Condomínio Atlantic Beach, há 45 dias. “O primeiro andar passou a ser ocupado pelas crianças e idosos”, disseram. Elas apontaram que “a obra abandonada foi convertida em massa falida”, mas não souberam informar a quem pertencia originalmente. Pesquisa na Internet também não apresentou registros sobre a edificação. Segundo as coordenadoras da ocupação, “moradores de outros prédios têm nos dado apoio e feito doações por entenderem que nossa presença passou a trazer mais segurança à área, antes apontada como reduto para uso e tráfico de drogas, além de servir de refúgio para ladrões”. Conforme Neide e Eviliane, “soubemos, também, que a obra inacabada foi palco, há algum tempo, das ocorrências de dois assassinatos”.
No sábado, os ocupantes receberam a visita de agentes da Vigilância Sanitária que “constataram o serviço de limpeza e disseram não existir mais nenhuma ameaça de criatórios de mosquitos”, disse Neide Reis. As coordenadoras reivindicaram o “apoio do poder público, principalmente da Secretaria Municipal de Ação Social e Combate à Pobreza, para auxiliar na melhoria das condições de moradia no local”. Eles já providenciaram água, energia elétrica e móveis, instalaram uma cozinha coletiva, na qual produzem as três refeições para todos os mais de 280 moradores, além de promover a limpeza da edificação e de toda a área do parque ambiental. Chegaram a instalar e pintar de branco algumas pedras em redor da lagoa.
Entre os integrantes do MSTS há três deficientes, duas idosas, uma das quais Maria Laudelina, de 92 anos, que revelou estar “participando pela primeira vez de uma ocupação”. Ela morava de aluguel em Nova Brasília “em condições bastante difíceis”, revelou. De acordo com as coordenadoras do MSTS, “as crianças já foram matriculadas em escolas próximas do novo local de moradia”. A maioria dos ocupantes vivia de favor ou tendo muita dificuldade para pagar aluguel por estarem desempregadas. Alguns trabalham como ajudantes de pedreiro, pintores, trançadeiras de cabelo, manicures. Delmiro Antonio, que atua no Almoxarifado da Ceasa, próximo ao CIA-Centro Industrial de Aratu, sempre traz os alimentos dos finais da feira que estariam por ser jogados ao lixo, embora ainda com qualidade.
Conforme o biólogo Márcio Assis de Sá, que realizou estudo sobre a Lagoa dos frades, “o sistema lacustre apresentou uma grande variação em sua morfometria [características do ambiente produtor de seres vivos], pois originalmente estava completamente inserida em dunas”. Segundo ele, “com a expansão do mercado imobiliário a região foi gradualmente sendo transformada. Grandes construções como prédios de apartamentos, conjuntos habitacionais, posto de gasolina, hotéis e o Centro de Convenções da Bahia são exemplos de estruturas que foram construídas sobre as dunas de entorno da lagoa A construção destes empreendimentos causou impermeabilização do solo, bem como alterações no micro clima, como a ação dos ventos e na temperatura local. Inclusive uma boa parte da estrutura original da lagoa foi aterrada, gerando a formação de outra pequena lagoa, denominada lagoa dos Pássaros, localizada a sudoeste da lagoa dos Frades”.
Moradoras de prédios próximos, a assistente social, Cristina Maristane e a estudante de Psicologia, Natália Oliveira, que sempre frequentam o equipamento para caminhadas, destacaram a “beleza e importância do local como área para o lazer e atividades físicas”. Disseram, ainda, que evitam caminhar em horários como os finais de tarde por temerem roubos e assalto. “A falta de segurança é o maior problema que verificamos aqui, mas o calçadão para caminhadas é muito concorrido por moradores nos primeiros horários da manhã”. Conforme Maristante, “como não gosto de academia, é sempre bom vir aqui e desfrutar do presença da lagoa e do verde”. Para Natália, “o espaço poderia ser melhor aproveitado”. Ambas disseram entender a ação do MSTS diante da problemática falta de moradia para pessoas mais necessitadas.
Fonte - Tribuna da Bahia  29/02/20216

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