domingo, 30 de agosto de 2015

Baleias Jubarte voltam a ser atração em Salvador

Ecologia

Animais retomam rota antiga e são vistas na costa urbana.Em pouco mais de um mês, 234 mamíferos foram avistados pela equipe do projeto Baleia Jubarte sediada em Praia do Forte, Mata de São João (Grande Salvador). Desse total, segundo levantamento do projeto, dez espécimes eram filhotes. 

Franco Adailton - A Tarde
Lúcio Távora - Ag. A TARDE
Quase extintas pela caça desde o Brasil Colônia, as baleias Jubarte têm voltado à costa da Bahia. Graças a um trabalho de décadas, a conservação dos cetáceos tem garantido o retorno da vida selvagem ao litoral baiano - incluindo a costa da Grande Salvador - e, por tabela, oxigenado o turismo sustentável na baixa estação.
Em pouco mais de um mês, 234 mamíferos foram avistados pela equipe do projeto Baleia Jubarte sediada em Praia do Forte, Mata de São João (Grande Salvador). Desse total, segundo levantamento do projeto, dez espécimes eram filhotes.
Entre julho e novembro, essas gigantes migram dos polos ao litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, em busca de águas rasas, quentes e abrigadas para acasalar. Aqui, elas cruzam, dão à luz depois de retornar dos polos e amamentam os filhotes.
O mais recente censo realizado pelo projeto, em 2011, apontou 11.418 animais migrantes dos polos no trecho entre Sergipe e Rio de Janeiro. O crescimento é de 412,24% quando comparado com a primeira estimativa de 2.229 baleias, feita em 2001, entre Bahia e Espírito Santo. A estimativa dos pesquisadores é que, ao final do censo aéreo, o número estimado de cetáceos chegue a 15 mil.
Veterinário, o diretor de pesquisa do projeto, Milton Marcondes, conta que a população de baleias no Brasil já chegou a cerca de 25 mil espécimes. "Mas, até a proibição da caça, em 1967, a população chegou a menos de 5% disso, entre 500 e mil animais", ele revela.
Nessa época do ano, cerca de 80% das baleias se concentram em Caravelas (extremo sul), mas esses animais colossais podem ser avistados com frequência no litoral de Salvador, Praia do Forte, Morro de São Paulo, Itacaré, Barra Grande de Camamu e Porto Seguro.

Expedição
A TARDE acompanhou segunda e terça-feira passadas, com exclusividade, expedição coordenada pelo biólogo do instituto Sérgio Cipolotti e pelo operador de turismo Enrico Marcovaldi.
A bordo do catamarã Água-Viva, da operadora Abrolhos Turismo, 47 jubartes foram catalogadas em dois dias, a cerca de 15 km do litoral de Praia do Forte e de Salvador.
A navegação é cercada pela expectativa de poder encontrar os cetáceos em meio à vastidão do Oceano Atlântico. A missão é bem sucedida graças aos olhos treinados de biólogos e operadores do turismo de observação, que, de longe, avistam suspiros quando as baleias emergem para respirar.
Na disputa pelo direito de procriar, machos adultos proporcionam um espetáculo da natureza com demonstrações de poder, força e virilidade. Podendo medir 16 metros, com um peso de até 40 toneladas, desafiam a gravidade com graciosos saltos que provocam uma explosão de nuvens d'água.
A partir de Praia do Forte, distrito conhecido mundialmente pela preservação das tartarugas marinhas pelo projeto Tamar, o projeto Baleia Jubarte supervisiona expedições do turismo de observação de baleias na Grande Salvador.
"O principal trabalho é a foto-identificação das manchas na cauda, que são como uma impressão digital", explica Cipolotti. "Observamos, ainda, o comportamento social, se estão sozinhas, em duplas ou grupos competitivos", diz.
Antes da expedição, diz Cipolotti, os turistas assistem palestras na sede do projeto e são orientados nas operadoras. "Por lei, as embarcações devem ficar a 100 metros das baleias, com o motor em neutro e não mais que 30 minutos em companhia dos animais", conclui.
Fonte - A Tarde  30/08/2015

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