quarta-feira, 10 de junho de 2015

Carro anfíbio anda nas ruas de Manaus e navega nas águas do Rio Negro.

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Trata-se do Amphicar, que roda sem problemas pelas ruas, estradas e não embaraça na hora de enfrentar a água (rio, lago ou represa). Tem capacidade para quatro pessoas e alguma bagagem.

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Um dos poucos carros anfíbios existentes no mundo, e que data de 1968, está em plena forma na capital do Amazonas.
Trata-se do Amphicar, que roda sem problemas pelas ruas, estradas e não embaraça na hora de enfrentar a água (rio, lago ou represa). Tem capacidade para quatro pessoas e alguma bagagem.
Estavam ainda em fase de teste, quando três deles atravessaram o Canal da Mancha, debaixo de uma tempestade, o que comprovou sua segurança.
Em matéria de técnica, o Amphicar não tem nada de excepcional. É apenas um carro bem planejado: motor inglês Triumph S4 de 1.147cm3 e 43HP a 4500RPM, colocado na traseira, com tração nas rodas de trás. Só havia o modelo conversível. Era oferecido em quatro cores: Beach White, Regatta Red, Lagoon Blue and Fjord Green (Aqua).
Uma caixa de transferência parecida com a dos jipes se incumbe de fazer funcionar duas hélices de nylon que o Amphicar leva fixas, na traseira. Dar marcha à ré dentro d’água também não é problema, pois a caixa permite a reversão.
A suspensão do Amphicar é independente nas quatro rodas, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos reguláveis. O eixo traseiro é oscilante. Mas, ao contrário do que se espera, a suspensão não é macia nem proporciona segurança nas curvas em alta velocidade. A explicação é simples: por causa das hélices e também para facilitar as entradas e saídas na água, o Amphicar é bastante alto, com centro de gravidade elevado. Por isso, a suspensão tem de ser rígida, para evitar batidas no momento de manobrar à beira da água.
Apesar disso, depois de se acostumar com o carro, o motorista nem percebe que está guiando um anfíbio.
Água não entra. Por baixo do chassi existe uma plataforma que lembra o fundo de um barco e que proporciona vedação perfeita.
As rodas saem desse casco, como acontece com os eixos das hélices nas embarcações.
O Amphicar não usa leme: as rodas dianteiras desempenham o papel com precisão surpreendente. As portas fecham contra borrachas de vedação e têm um trinco suplementar de pressão, que precisa ser usado antes de se entrar na água. Se, por algum motivo o carro começar a fazer água, é só apertar um botão no painel, que uma bomba elétrica de grande capacidade devolve o líquido para fora.
As chapas de aço da carroceria passam por tratamento especial que evita a ferrugem. Quando a navegação for em água salgada, a única recomendação especial é lavar bem o veículo depois do passeio.
Para sair da água, é preciso fazer tudo ao contrário. Ao chegar à rampa, quando as rodas começarem a tocar no fundo, basta desligar as hélices e engatar a primeira e acelerar.
Os freios funcionam com razoável eficiência (mesmo depois do banho). Com algumas freadas volta tudo ao normal.
O carro em terra pode ser considerado um automóvel com todas as letras. Tem assentos e encostos dianteiros reguláveis, acomoda quatro pessoas com bastante folga e é facilmente “guiado”. Chega a lembrar um pouco o Volkswagen, nesse aspecto.
Quem dirige o Amphicar pela primeira vez estranha bastante as relações entre as marchas, que são curtíssimas.
Na hora de correr, é bom usar pouco as marchas, pois acabam logo. Tem velocidade máxima aproximada de 120km/h.
Em matéria de equipamento o Amphicar é bom. Além da bomba de água, dispõe de lavador de pára-brisa, luzes de navegação, relógio elétrico, velocímetro e odômetro. Luzes indicam a pressão do óleo, facho alto dos faróis, pisca-pisca, ignição e bom funcionamento das hélices. Dispõe também de cinzeiro, acendedor de cigarros e aquecimento interno (o que é um exagero num carro conversível feito para andar na água). Um acelerador manual permite descansar o pé direito na hora de navegar, quando é preciso manter regimes constantes de rotações, cujo máximo corresponde a 16km/h.
O Amphicar é um carro de desempenho bastante razoável tanto em terra como na água. De construção simples, robusta, linhas agradáveis, oferece conforto como automóvel. Manutenção relativamente fácil (mecânica Triumph).
Um dos inconvenientes era o seu preço, que era alto. Foram produzidas um total de apenas 800 unidades de 1961 a 1968.
Fonte - Revista Amazônia  10/06/2015

Confira um vídeo do carro dando uma volta por aqui:

2 comentários:

  1. Meu a vô trouxe a primeira vez esse carro pra Manaus em1968/1970 estou tentando achar noticias da época.

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  2. Muito legal a ideal, devia ter mais desse.

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