quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Metrô de Fortaleza volta a ter problemas e gera indignação

Transportes sobre trilhos

Apenas dois dos trens em operação circularam na manhã de ontem; usuários dizem que problema é comum - Além das falhas, passageiros queixam-se dos constantes atrasos, que ontem chegaram a 40 minutos, da insegurança e depredação. A falta de informação também é um problema relatado pela população

Germano Ribeiro/Ranniery Melo
Repórteres - DN
FOTO: ÉRIKA FONSECA
O transporte metroviário é considerado uma solução rápida e segura para o deslocamento em grandes cidades. Entretanto, há dois meses operando comercialmente, a Linha Sul do Metrofor vem apresentando constantes problemas e usuários já voltam a optar pelo ônibus para não chegarem atrasados no trabalho. Desde a noite da última segunda-feira, e durante a manhã de ontem, o equipamento circulou com apenas dois dos três trens atuais, causando uma espera de 40 minutos e superlotação.
Os passageiros relatam que problemas são comuns e que faltam informações sobre os atrasos. O editor de vídeo Rafael dos Santos estava no Centro quando o metrô parou de funcionar na noite de segunda-feira. "Quem estava nas outras estações teve que voltar à bilheteria para pegar de volta o ticket", disse. Segundo ele, um funcionário da estação ainda foi irônico: "Se tiver coragem, espere o próximo, que só vem daqui a 40 minutos". Outros passageiros disseram que esperaram por cerca de uma hora ainda dentro da composição lotada, o que causou transtornos como crianças chorando e pessoas passando mal.
Na noite de ontem, a situação já havia sido normalizada. A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) informou, por meio da assessoria de imprensa, que no fim da manhã de ontem, os três trens voltaram a operar com intervalo de 27 minutos entre cada um.
Ainda assim, os usuários insistiam que as adversidades com o metrô já se tornaram rotineiras. "Hoje, aqui está mais vago, mas isso não é comum. Desde que começou a funcionar, os vagões são sempre lotados e às vezes a espera é maior do que devia. Nunca tem ninguém para dar informações, virou uma verdadeira bagunça", reclamaram algumas passageiras enquanto se preparavam para embarcar.
Os que esperam diariamente pelo metrô apontam ainda que, normalmente, o número de trens em operação é menor que os três divulgados pelo Metrofor, o que não atende à demanda. "Peguei um metrô que praticamente não dava mais para entrar. Quase sempre operam só dois metrôs", queixa-se o vendedor autônomo David Pessoa.
Outro complicador, para os passageiros, é a falta de informação. Nas estações, não há avisos sobre os atrasos e os passageiros só descobrem o problema após esperarem mais do que o normal. "O trem atrasa e eles não avisam nada", afirmou a assistente administrativa Tatiana Melo, que hoje resolveu ir de ônibus da Vila Pery, onde mora, para o trabalho. "Eu estava chegando constantemente atrasada", diz.
Tatiana enviou ao Diário do Nordeste vídeo registrando a superlotação da Estação José de Alencar que se seguiu à paralisação de um dos trens. Usuários se amontoavam para entrar nos vagões e a quantidade de pessoas dificultava até o fechamento das portas. "Quase todo algum deles atrasa, quebra", afirmou.

Insegurança
Outra reclamação dos usuários é com relação à falta de segurança. Ainda na segunda-feira, a assistente administrativa viu um homem entrar em um dos vagões com uma faca de mesa na mão. "Como viram que ele tinha uma arma, a pessoas gritaram e ele jogou a faca no chão", contou. Conforme ela, o suspeito seguiu viagem no trem lotado.
Também são corriqueiros os atos de depredação, em que os trens têm as janelas quebradas ao longo do trajeto. Além do risco de lesionar os passageiros, há ainda o prejuízo.
Em nota, a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) confirmou que um dos trens apresentou um problema na Estação Carlito Benevides (Pacatuba), não circulando às 6h30, gerando uma espera de até 40 minutos, mas não explicou a causa.
Com relação à falta de informações aos usuários, o Metrofor explicou que, em casos de ações não programadas, "por falhas no funcionamento dos trens, e não ações de manutenção, não é possível comunicar com antecipação".
A Companhia disse que está aperfeiçoando os serviços, e a maioria dos atrasos se deve a falhas em equipamentos, como as portas dos trens. Além disso, os passageiros que não conseguiram embarcar após às 19h de segunda-feira tiveram o valor das passagens devolvidos nas bilheterias ainda abertas e, nas estações já fechadas, um agente entregou vales para ingresso posterior na Linha Sul.
O Metrofor ainda informou que mantém seguranças particulares dentro das estações, nos vagões e no entorno da via metroferroviária e que a segurança externa é feita pela Polícia Militar. Já as ações de depredação são combatidas através de campanhas em escolas e, quando o depredador é identificado, o caso é apresentado à Polícia para os procedimentos legais.
Fonte - Diário do Nordeste  03/12/2014

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