segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VLI recebe em Divinópolis máquina que amplia vida útil das linhas férreas

Ferrovias

Locomotiva esmerilhadora de trilhos também reduz custos operacionais. Tecnologia americana de última geração é única no Brasil, diz empresa.

G1
Por Ricardo Welbert

A maior oficina ferroviária da América Latina, em Divinópolis, recebeu um reforço de peso: uma locomotiva esmerilhadora de trilhos. Fabricada nos Estados Unidos, a tecnologia custou R$ 28 milhões e serve para ampliar a vida útil das linhas férreas e reduzir custos operacionais.
Com o atrito causado pelo contato com as rodas dos trens, os trilhos de ferro ficam desgastados. Após cerca de cinco anos sem manutenção, as peças podem se romper e causar descarrilamento de composição - o que gera prejuízo à empresa, aos clientes e ainda coloca operários em risco. "Antes era preciso que homens percorressem a linha férrea e virassem a parte desgastada dos trilhos para baixo, permitindo que pelos cinco anos seguintes o outro lado fosse gasto. Agora, basta passar a esmerilhadora nas partes desgastadas. Isso vai aumentar em cerca de dez anos a vida útil do trilho, que é o insumo mais caro do negócio ferroviário", explicou Fernando Adriano Pinto, gerente de manutenção e operações de máquinas de via da Valor Logística Integrada (VLI).
Ainda segundo ele, a máquina foi fabricada este ano e é a esmerilhadora de trilhos mais moderna em operação na América Latina. O equipamento completo pesa 222.800 toneladas, tem 4,10 metros altura, 3,20m de largura, 66m de comprimento e chega à velocidade de 60 quilômetros por hora. Foi comprado no primeiro semestre do ano. Em junho chegou ao porto de Vila Velha, no Espírito Santo. Desde então, percorreu 39 quilômetros de linha-férrea no Centro-Oeste mineiro.
Com o investimento, a companhia pretende diminuir as interdições por fraturas de trilhos e aumentar a disponibilidade das vias para a circulação dos trens. "Os trabalhos com essa esmerilhadora também acarretam redução no consumo de combustível das locomotivas porque trilhos devidamente esmerilhados diminuem o atrito com as rodas e o motor pode fazer menos força para o deslocamento", explicou o gerente de engenharia ferroviária da VLI, João Silva Júnior.
Dos 1.200 funcionários da empresa em Divinópolis, apenas sete foram selecionados para operar a esmerilhadora. Dimas Fernandes Maciel é um deles. Quando a máquina está em funcionamento ele fica do lado de fora orientando quem está na cabine. "Observo as condições do trilho e verifico se o equipamento está esmerilhando de acordo com o padrão escolhido", contou.
Quando estão em operação, os esmeris ficam escondidos por uma camada de borracha instalada nas laterais do vagão esmerilhador. "Sai muita faísca e essa proteção impede o lançamento de fagulhas", explicou.
Do lado de dentro a locomotiva é equipada com ar condicionado, televisão e até uma cozinha, onde as equipes fazem refeições. No vagão principal fica o "cérebro" da máquina. Tudo é digital. Monitores mostram o mapa da ferrovia. O software de operação oferece 25 padrões de trabalho, escolhidos a partir do uso de sensores que fazem leituras dos trilhos. Câmeras instaladas na frente e na traseira do trem mostram ao maquinista tudo o que se passa na linha.
De acordo com Dimas, esmerilhar mil metros de trilhos demora, em média, 40 minutos. A máquina é a mais moderna da categoria a operar no Brasil. "Foi fabricada este ano e entrou em operação poucos meses depois. Trata-se de um equipamento com alta tecnologia embarcada, onde é possível gerenciar, por exemplo, a pressão exercida pela locomotiva sobre os trilhos", explicou.
A previsão da empresa é esmerilhar 600 quilômetros de linha férrea em 2015. A partir de outubro do mesmo ano, a máquina deverá operar com 100% da capacidade.
Fonte - STEFZS  17/11/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua visita, ajude-nos na divulgação desse Blog
Cidadania não é só um estado de direito é também um estado de espírito