sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Recuperação do Forte de São Marcelo vai durar um ano e custar R$ 7,6 mi

Monumentos Históricos

O forte de São Marcelo foi erguido em 1650 sobre um pequeno banco de arrecifes a cerca de 300 metros da costa em frente ao porto de Salvador

TB
Foto: Iphan
A Superintendência do IPHAN na Bahia assinou nesta sexta-feira (17/10) a ordem de serviço para a elaboração dos projetos básico e executivo e a execução da obra para a reconstituição das fundações, estabilização da estrutura, recuperação e conservação dos ambientes no Forte de São Marcelo, um dos principais cartões postais do Estado, localizado na Baía de Todos os Santos.
O projeto será financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas e envolverá um montante de R$ 7,6 milhões.
As obras serão executadas pela empresa Ônix Construções S.A., vencedora da licitação realizada pelo IPHAN em Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), que terá o prazo de 12 meses consecutivos para a execução das obras/serviços, incluída a elaboração de projetos básicos e executivos.
A empresa deve providenciar nos próximos dias a mobilização do canteiro e todo o trabalho será acompanhado pela Coordenação Técnica do IPHAN-BA.
“Fechado desde 2011, o Forte São Marcelo, um dos exemplares mais expressivos das fortificações do Brasil Colônia, necessita urgentemente de socalque nas suas fundações e enrocamento de proteção para continuar testemunhando a nossa memória. Se não receber esses cuidados, o seu anel externo vai ruir e, subsequentemente, o resto”, destaca o superintendente do IPHAN na Bahia, Carlos Amorim.
A proposta de intervenção pretendida caracteriza-se pela preservação da “caixa mural” histórica da construção, composta pelas paredes internas, muralhas externas, terraços e pela recuperação do seu interior.
“A nova construção será efetuada in loco, compostos por elementos contemporâneos e claramente distinguidos da construção histórica”, afirma Amorim.
Um dos dois únicos exemplares em todo o mundo, o Forte São Marcelo encontra-se em precárias condições de conservação e sofre risco de instabilidade, devido à possibilidade de colapso estrutural da muralha que compõe o anel de contenção da edificação do perímetro da fortaleza.
O monumento receberá obras na estrutura, no sistema hidrossanitário com instalação de filtro anaeróbico, além da reconstituição da fundação da fortaleza, que corresponde à muralha periférica.
Os serviços serão subdivididos em zona submersa, zona de influência da maré e zona acima da linha da maré, além da recuperação estrutural das abóbadas (de aresta e de berço) que compõem a cobertura das celas que correspondem ao caminho de ronda do pavimento.
Também serão recuperados os ambientes internos, a pavimentação da praça das armas, o píer de acesso, as passarelas de servidão, o caminho de ronda, restauração das esquadrias, revisão das instalações elétricas e hidrossanitárias.
Espera-se que, com a realização das intervenções até o final de 2015, seja garantida a integridade física da edificação tombada, bem como a segurança do imóvel protegido, possibilitando sua reabertura e seu retorno ao cenário turístico.
A ideia é que o Forte São Marcelo abrigue um restaurante com um espaço multiuso, além de um centro de referência da memória do próprio Forte do Mar, como também é conhecido.

Relevância arquitetônica
O Forte São Marcelo, situado na Baía de Todos os Santos, em Salvador, conta com uma localização privilegiada, tanto do ponto de vista urbano como do ponto de vista geográfico.
É um dos monumentos de maior destaque do ponto de vista panorâmico da Cidade Alta e, conjuntamente com o Mercado Modelo, Rampa do Mercado, Monumento aos Povos, Elevador Lacerda e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia integram o conjunto de monumentos de elevada relevância arquitetônica localizada na Cidade Baixa e adjacentes à zona portuária de Salvador.
A justificativa da sua construção foi aumentar as defesas da cidade ante a ameaça de uma nova invasão holandesa, em 1650. Sua função era impedir a entrada no porto, cruzando fogo com os fortes de São Francisco, São Felipe e São Paulo da Gamboa.
Sua planta, aproximadamente circular, é constituída por um torreão central envolvido por um anel de igual altura formado pelo terrapleno perimetral e quartéis
Sua construção, iniciada pelo engenheiro francês Felipe Guiton e continuada pelo seu conterrâneo o engenheiro Pedro Garcin, é em cantaria de arenito até a linha de água e o restante em alvenaria de pedra irregular. Possui teto em abóboda de berço e, no seu interior, podem ser encontrados bancos embrechados de conchas.
Erguido sobre um pequeno banco de arrecifes a cerca de 300 metros da costa, fronteiro ao Centro Histórico de Salvador, destaca-se por se encontrar dentro das águas, como o Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, e ser o único de planta circular no país, inspirado no Castelo de Santo Ângelo (Itália) e na Torre do Bugio (Portugal). Foi inscrito nos Livros de Belas Artes e Histórico, em 25 de maio de 1938.
Fonte - Tribuna da Bahia  17/10/2014

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