sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Peixes-bois sobrevivem a encalhe no litoral leste do Ceará

Meio Ambiente

Possivelmente gêmeos, os dois animais encontrados na praia Pontal do Maceió são considerados saudáveis - Os filhotes devem ficar no centro de reabilitação até que a mãe seja encontrada. Se isso não acontecer, eles terão de permanecer no local por dois anos

Diário do Nordeste

O grande índice de encalhe de filhotes de peixe-boi são ocasionados pela falta de lugares adequados para o parto, devido à degradação ambiental. Esta é principal hipótese para o encalhe dos dois peixes-bois resgatados, na praia de Pontal do Maceió, no município de Fortim, litoral leste cearense, na última quarta-feira (15). Conforme a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que fez o resgate dos animais, eles ainda estavam com os cordões umbilicais e, por isso, possivelmente são gêmeos.
Segundo Vítor Luz, veterinário da Aquasis, este é o resultado dos partos que acontecem no mar. "Como as mães não têm mais locais adequados para parir, como regiões de estuários, bocas de rios ou praias mais abrigadas, as correntezas marítimas terminam separando as mães dos filhos. Por isso, os filhotes encalham", explica.
Conforme a associação, se confirmada a suposição, este se tratará do primeiro caso de gêmeos da espécie resgatados de encalhe com vida. Serão feitos testes de DNA nos mamíferos. A probabilidade de duas fêmeas darem à luz e perderem os filhotes no mesmo local é mínima, assegura a Aquasis.

Desidratação
Ao chegar à beira-mar, a equipe de resgate detectou uma intensa desidratação nos animais pela grande exposição ao sol. Os filhotes, apelidados de Tico e Teco, foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos da Aquasis, onde foram examinados e colocados juntos dentro de um tanque. Os pequenos medem aproximadamente 1,30m cada um.
Tico e Teco foram novamente examinados, ontem, pelos veterinários. Constataram que estão saudáveis. Ao ser informada do resgate dos animais, uma equipe do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UFRN), se deslocou até a área onde os mamíferos foram encontrados e iniciou uma expedição para tentar encontrar a mãe. A busca ainda não teve sucesso.
O indicado é que os pequenos permaneçam no centro de reabilitação até que a mãe seja achada. Caso isso não aconteça, eles continuarão no local por dois anos, quando poderão iniciar o processo de readaptação à natureza. O Ceará e o Rio Grande do Norte são os estados com maior número de encalhes de peixes-bois. "Temos uma média de dois ou três encalhes por ano aqui. A maioria acontece entre Beberibe e Icapuí", afirma Luz.
Fonte - Diário do Nordeste  17/10/2014



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