quarta-feira, 30 de julho de 2014

Rússia: sanções tendem elevar o custo de vida dos europeus

Internacional

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu para os riscos de novas sanções contra o seu país - “Ao partir para uma sequência de sanções, Bruxelas, por sua própria vontade, está criando barreiras para uma maior cooperação com a Rússia em uma esfera tão importante quanto à da energia. Isso é uma medida impensada e irresponsável.


Por Redação
Com agências internacionais - de Moscou

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta quarta-feira que as sanções impostas pela União Europeia ao país por conta da crise na Ucrânia vão “inevitavelmente” elevar ainda mais os preços da energia na Europa.
“Ao partir para uma sequência de sanções, Bruxelas, por sua própria vontade, está criando barreiras para uma maior cooperação com a Rússia em uma esfera tão importante quanto à da energia. Isso é uma medida impensada e irresponsável. Vai inevitavelmente levar a um aumento dos preços no mercado europeu”, disse o ministério em comunicado. Em recente pronunciamento, o presidente russo, Vladimir Putin, já havia alertado para este fato.

Embargo
Logo pela manhã, a Rússia anunciou um embargo à maioria das importações de frutas e vegetais da Polônia e disse que pode estender as restrições ao resto da União Europeia, em sua primeira aparente retaliação pelas sanções do Ocidente impostas no dia anterior por conta da crise na Ucrânia.
Moscou, que compra mais de 2 bilhões de euros de frutas e vegetais da UE por ano, maior mercado de exportação desse tipo de produtos, disse que a proibição se dá por motivos sanitários. Produtores poloneses de frutas disseram que a proibição era política, embora a Rússia tenha negado isso.
A Rússia foi frequentemente acusada no passado de utilizar inspeções sanitárias para restringir o comércio de países com os quais tem disputas políticas. A UE disse estar estudando o anúncio, o qual foi descrito como uma surpresa.
A proibição aconteceu um dia após a União Europeia e os Estados Unidos terem imposto suas primeiras sanções, buscando atingir setores amplos da economia russa, restringindo vendas de equipamentos para os setores de petróleo e defesa e limitando o acesso de bancos estatais a mercados de capitais ocidentais.
Moscou nega as acusações ocidentais de que tenha fornecido armas e apoiado rebeldes que combatem forças da Ucrânia no leste do país. Autoridades russas condenaram as sanções de terça-feira.
A pressão por sanções contra os russos aumentou dramaticamente após 17 de julho, quando um avião da Malásia foi abatido em território rebelde com a utilização, segundo Washington e Bruxelas acreditam, de um míssil fornecido pela Rússia.
De acordo com dados da Comissão Europeia, a UE vendeu á Rússia 1,2 bilhão de euros em frutas e 886 milhões de euros em vegetais em 2011, representando 28 por cento das exportações de frutas do bloco e 21,5 por cento de vegetais. Para alguns países da UE, incluindo a Polônia, esses percentuais são ainda maiores.
Ao impuserem ações como essa primeiramente contra a Polônia, que foi parte do bloco soviético há pouco mais de apenas duas décadas, Moscou atinge um dos mais fervorosos apoiadores de maiores sanções contra a Rússia pelo apoio a rebeldes na Ucrânia.
– Nossas restrições não estão ligadas às sanções da UE, porque esta situação (das importações da Polônia) tem se desenvolvido há um bom tempo – disse o porta-voz da agência de inspeção sanitária russa, Alexei Alekseenko. As restrições serão começadas a partir de 1o de agosto.

Inesperado
Em meio ao conflito diplomático e econômico, a confiança econômica da zona do euro melhorou inesperadamente em julho apesar do aprofundamento da crise entre o Ocidente e a Rússia acerca da Ucrânia, mostraram dados nesta quarta-feira, e as expectativas de inflação entre consumidores e companhias registraram alta.
A confiança de consumidores subiu em três das cinco maiores economias da zona do euro, liderada pela Itália e seguida pela França e Holanda, enquanto o motor de crescimento do bloco, a Alemanha, e a Espanha viram a confiança piorar.
O índice mensal de confiança econômica para os 18 países de moeda única subiu para 102,2 em julho ante um número revisado de 102,1 em junho. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto uma queda para 101,8 em julho.
As expectativas de inflação dos consumidores mostrou uma melhora marginal para 8,7 em julho ante 8,6 em junho, enquanto a perspectiva de companhias para os preços de vendas retornou a território positivo em julho pela primeira vez em sete meses.
Separadamente, o indicador de clima de negócios, que aponta a fase do ciclo de negócios, caiu para 0,17 em julho ante 0,21 em junho, sua pior leitura desde outubro de 2013.
Fonte - Correio do Brasil  30/07/2014

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