sexta-feira, 6 de junho de 2014

Dilma diz que pretende manter "ambiente favorável"

Economia

"Vai ser necessário implantar novas medidas para potencializar o investimento", anunciou. Ela defendeu a promoção do mercado privado de crédito de longo prazo e o desenvolvimento de instrumentos de garantia a projetos de grande vulto. Citou, por exemplo, o modelo pelo qual o próprio investimento seja considerado uma garantia, em estudo no Ministério da Fazenda.

Valor Econômico
foto - ilustração
Em sua fala ao pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que durou 55 minutos,
a presidente Dilma Rousseff fez um extenso arrazoado para afirmar que não se investia em planejamento e grandes obras de infraestrutura nos governos anteriores ao seu e ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Falando em "olhar para o futuro", Dilma apontou diretrizes que considera relevantes para o país. "Pretendemos continuar criando ambiente favorável para os investimentos, para aumentar a competitividade do país, o país precisa disso", afirmou.
"Vai ser necessário implantar novas medidas para potencializar o investimento", anunciou. Ela defendeu a promoção do mercado privado de crédito de longo prazo e o desenvolvimento de instrumentos de garantia a projetos de grande vulto. Citou, por exemplo, o modelo pelo qual o próprio investimento seja considerado uma garantia, em estudo no Ministério da Fazenda.
Na área de logística, Dilma afirmou que será preciso regularizar o marco regulatório da cabotagem e ampliar investimentos nos modais ferroviário e hidroviário. Ainda nesta seara, afirmou que é preciso continuar investindo em rodovias. Ela citou que seu governo redefiniu o modelo de concessão de rodovias, que agora exige investimento em duplicação, em melhoria integral, redefinição de percurso e modernização. Disse que em seu governo foram concedidos 5.348 km de rodovias.
Na área de energia, a presidente defendeu que é preciso ampliar os investimentos em geração e transmissão "para garantir a segurança do abastecimento e a modicidade tarifária". Na modalidade urbana, sustentou o foco em metrôs, Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) e BRTs, os ônibus articulados.
Ela admitiu que é necessário "aumentar a cobertura de saneamento do Brasil", reconhecendo que a área coberta atualmente é pequena. Ainda na área de infraestrutura, Dilma afirmou que é preciso aproveitar as duas grandes bacias hidrográficas brasileiras, para fazer dos rios "as nossas estradas".
A presidente defendeu que no setor de petróleo e gás, é preciso olhá-lo como uma grande cadeia e não apenas só exploração. "Uma das coisas importantes que fizemos foi a ressurreição da indústria naval, passamos a ser a quarta indústria naval do mundo, construíamos 18 estaleiros", enumerou.
Na área de educação e ensino técnico, Dilma anunciou que na próxima semana o ministro da Educação, José Henrique Paim, divulgará as diretrizes do Pronatec 2.0, continuação do programa atual de cursos gratuitos de qualificação técnica e uma nova etapa do "Ciência sem Fronteiras", que distribui bolsas no exterior.
Dilma também afirmou que lançará a terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, com meta de contratar 3 milhões de moradias. Sugeriu que esse número pode chegar a 4 milhões - "um milhão por ano" - se repetir o ritmo da etapa atual do programa, que contratou 2,750 milhões de casas. Ressalvou que a meta "realista" são 3 milhões. Seu adversário, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), prometeu manter o programa e contratar 4 milhões de moradias.
Dilma fez um longo arrazoado para afirmar que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2, somados ao programa de investimentos em logística, permitiram um "acúmulo de experiências e conhecimento" para construção de grandes obras estruturantes no Brasil. Destacou que, desde os anos 80 e 90, com a crise da dívida e a dívida fiscal, não se fazia grandes investimentos nem se planejava grandes projetos no país. "Retomamos o planejamento em 2007 com o PAC e começamos a fazer investimentos no país num quadro de carências", afirmou.
A presidente concluiu o discurso citando o economista francês Thomas Piketty, que afirmou que a desigualdade social cresceu em todo o mundo a partir da década de 70. Segundo Dilma, o Brasil não se enquadra nesse estudo, porque reduziu a desigualdade social nos últimos anos. "Estamos na contracorrente", afirmou.
Ela defendeu que o caminho para o Brasil ingressar na sociedade do conhecimento é ampliar os investimentos em educação, em infraestrutura e no combate à pobreza.
Sobre as manifestações violentas ocorridas em São Paulo nesta quinta-feira em consequência da greve no Metrô, a presidente disse ser "lamentável".
Fonte - Revista Ferroviária  05/06/2014

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