terça-feira, 27 de maio de 2014

Moradores de Salvador e São Luís sofrem com paralisação de ônibus

Transportes

Em Salvador, enquanto a maioria dos ônibus permanecem nas garagens das empresas de transporte, usuários enfrentam uma longa espera para conseguir entrar em vans lotadas. A paralisação dos rodoviários também foi sentida por quem se desloca de carro.

Alex Rodrigues 
Repórter da Agência Brasil
foto - ilustração
Moradores de Salvador e de São Luís que precisam de ônibus para se locomover enfrentaram uma manhã caótica hoje (27). Em busca de aumentos salariais e de melhores condições de trabalho, rodoviários das duas capitais nordestinas cruzaram os braços e se somaram às paralisações parciais que já vinham ocorrendo nos últimos dias.
Em Salvador, enquanto a maioria dos ônibus permanecem nas garagens das empresas de transporte, usuários enfrentam uma longa espera para conseguir entrar em vans lotadas. A paralisação dos rodoviários também foi sentida por quem se desloca de carro.
De acordo com diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado da Bahia, a adesão da categoria à paralisação é de quase 100%. Segundo o diretor de imprensa da entidade, Aloísio Gomes, uma parte dos rodoviários não ficou satisfeita com o acordo de trabalho que o sindicato assinou com donos das empresas de ônibus, ontem (26), e saíram às ruas para protestar. Ônibus foram estacionados em vias movimentadas e passageiros foram obrigados a descer. Hoje, os rodoviários insatisfeitos voltaram às ruas para convencer outros profissionais a cruzarem os braços.
“Para manter a integridade física de todos, o sindicato decidiu reabrir as negociações. Com isso, o acordo já assinado perdeu a validade”, disse Gomes à Agência Brasil.
Proposto pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego após quase dois meses de negociações, o acordo previa aumento de 9% sobre os salários e sobre o valor do tíquete refeição; jornada de trabalho de 7 horas com intervalos de 20 minutos; manutenção e ampliação da gratificação do carnaval. As empresas também tinham se comprometido a contratar mais mulheres para as áreas operacionais. O acordo valeria para os trabalhadores urbanos, intermunicipais, do fretamento, turismo e metropolitano.
A Agência Brasil fez contato com a prefeitura, com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut) e com a Superintendência de Trânsito e Transportes de Salvador (Transalvador) por meio dos telefones informados nos respectivos sites, mas não conseguiu falar com ninguém.
Em São Luís, o secretário administrativo do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão, Isaías Castelo Branco, garante que, hoje, quase 100% dos rodoviários aderiram à paralisação iniciada na última quinta-feira (22). A informação foi confirmada pela assessoria da prefeitura, que admitiu que o sistema público de transporte foi bastante comprometido pelo movimento.
Uma reunião entre os representantes dos trabalhadores e das empresas de ônibus, acompanhada por representantes da prefeitura, do Ministério Público, Procon e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está marcada para as 16h (horário local) de hoje, na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes.
“A categoria está mobilizada. Vamos aguardar até o fim da reunião desta tarde com a esperança de sairmos de lá com algo que possa ser avaliado em assembleia, amanhã cedo. Agora, se não houver nenhum avanço, vamos continuar parados por tempo indeterminado”, disse Castelo Branco à Agência Brasil.
Os rodoviários de São Luís reivindicam 16% de aumento salarial; tíquete alimentação de R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano odontológico, redução da jornada de trabalho de 7 para 6 horas, seguro de vida no valor de dez vezes o piso – que atualmente é R$ 1.298. Os donos das empresas de ônibus afirmam que só podem conceder aumento salarial aos seus empregados caso a prefeitura autorize o reajuste dos preços das passagens – proposta com a qual a prefeitura não concorda.

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