terça-feira, 27 de maio de 2014

Manobras entre Rússia e China estabelecem nova correlação de forças no Pacífico

Internacional

Nas próximas horas, a frota inicia o regresso a Xangai, segundo informe do serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Federação Russa. A força naval russa da Frota do Pacífico saiu de Vladivostok em 14 de maio e, em 18 de maio os navios chegaram à China para participar nos exercícios navais conjuntos. 

Por Redação
Agências internacionais de Xangai
Soldado chinês participa das manobras
 realizadas com os russos
A fase ativa das manobras conjuntas da Rússia e da China com o nome de Cooperação Naval 2014terminou, nesta terça-feira, com exercícios de fogo real de artilharia contra alvos flutuantes e aviões-alvo não tripulados. A barragem de artilharia pode ser vista a quilômetros, em uma demonstração inusitada da cooperação militar entre os dois países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em nível estratégico, as manobras deixaram clara a intenção russa de colaborar com os chineses na segurança da região, onde os japoneses têm aumentado o poderio bélico em torno de ilhas em disputa no Pacífico.
Nas próximas horas, a frota inicia o regresso a Xangai, segundo informe do serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Federação Russa. A força naval russa da Frota do Pacífico saiu de Vladivostok em 14 de maio e, em 18 de maio os navios chegaram à China para participar nos exercícios navais conjuntos. Na quinta-feira da semana passada, teve início a fase ativa das manobras.
“As forças principais de ambas as partes estiveram envolvidas em busca, detecção e ataque a um submarino do inimigo convencional”, informa o comunicado.
Depois dos exercícios, os navios de ambos os países prosseguiram para o ancoradouro, onde se procedeu aos abastecimentos e à preparação para a passagem até ao porto de Xangai, informa o serviço de imprensa da marinha russa.

Poder de fogo
Os dirigentes dos dois países, agora, escolhem uma região para realização de futuras manobras. Os resultados destes exercícios serão analisados mas, já hoje está claro que a Rússia e a China irão efetuar doravante operações marítimas de grande porte à margem de ações antipirataria e antiterrorismo ordinárias.
Em uma situação imaginária, foi descoberto um alvo aéreo não identificado que se aproximava de navios de guerra de ambos os países. Para identificá-lo, levantaram voo um avião russo Su-30MK2 e um chinês J-10. Como se apurou, o “infrator” era um drone do “adversário”, capaz de alvejar a esquadra. Mas o sistema antiaéreo russo AK-630, com a capacidade de 6 mil disparos em um minuto, esburacou-o, fazendo dele uma “peneira” e impedindo assim a sua intervenção. De repente, se deteta um sinal de outro perigo, desta vez, de um submersível “alheio”. Este alvo, também detetado a tempo, ficou aniquilado por meio de cargas de profundidade.
Todos os cenários foram treinados com êxito. Tais exercícios se realizam pelo terceiro ano consecutivo. E os cenários se tornam cada vez mais complicados. Antes, era preciso treinar a interação de dois navios. Hoje, para tanto, foi criado um grupo de navios misto. Para participar de manobras no mar de China Oriental a foi envido um destacamento de embarcações da Frota do Oceano Pacífico, incluindo o cruzador lança-mísseis Varyag, um destroyer, um navio de luta antissubmarina, um navio de desembarque e navios de apoio e escolta. Ao todo, da parte russa, das manobras participaram seis navios de superfície e embarcações de apoio, dois helicópteros e uma unidade de fuzileiros navais. A China destacou seis vasos de guerra.

Estratégia de interação
A sua atuação conjunta implicou o cumprimento de missões técnicas complicadas. De notar que os navios chineses se encontravam sob o comando russo e vice-versa. Até a barreira linguística não impediu que os marinheiros cumprissem com sucesso todas as missões incumbidas, constata o comandante do destacamento de navios russos, da Frota do Oceano Pacífico, Serguei Lipilin:
– A fase de preparativos na costa decorreu muito bem. Na fase marítima, os navios russos e chineses vieram demonstrar uma boa interação e os hábitos práticos. Foram executados os tiros sobre alvos marítimos e aéreos – afirmou o comandante.
As manobras foram inauguradas pelos presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping no decurso de uma visita oficial à China do líder russo. Claro que ambos os líderes tinham supervisionado a estratégia da interação russo-chinesa no mar. Mas essa foi a primeira vez em que os chefes dos dois países inauguraram as manobras conjuntas.
O fato de um ato de abertura solene ter sido incluído na agenda das negociações significa a existência de uma nova realidade geopolítica surgida após a crise na Ucrânia. É notório que no espaço aquático do mar de China Oriental se realizam exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul, o que deixa apreensiva a China. Por isso, as manobras russo-chinesas têm sido encaradas como uma resposta adequada às manobras conduzidas por países próximos da OTAN.
No entanto, tanto a Rússia, como a China não confirmam uma intenção de criar uma aliança militar na ausência de premissas e condicionantes reais para isso. Foi salientado o carácter defensivo dos exercícios em que os militares podem treinar ações conjuntas, atendendo aos desafios diversos.
Fonte - Correio do Brasil  27/05/2014

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