quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ferrovia é aposta do Porto para o crescimento do complexo santista

Infraestrutura

Em 13 meses, a concessionária América Latina Logística (ALL) concluirá a duplicação de sua malha paulista.De 114 milhões de toneladas movimentadas no Porto de Santos 23%) foi transportado em ferrovias,esse índice de participação não agrada a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)...

A Tribuna de Santos
foto - ilustração
Das mais de 114 milhões de toneladas movimentadas no Porto de Santos no último ano, menos de um quarto (23%) foi transportado em ferrovias. O modal, considerado estratégico para o crescimento do complexo santista, ainda pena para atrair clientes. Como resultado, a migração das cargas até cresce, mas em um ritmo lento.
Esse índice de participação não agrada a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Administração Portuária. Sua atual direção gostaria de pelo menos dobrá-lo até 2024, ano em que o cais santista deve movimentar 240 milhões de toneladas, mais do que duas vezes o resultado de 2013, segundo estudos da estatal. Para que isso aconteça, a Docas aposta nas ferrovias e quer implantar “tudo o que está planejado” para o meio de transporte.
A intenção, de acordo com o diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Codesp, Luis Montenegro, é “criar possibilidades” junto ao Governo Federal e até mesmo com a iniciativa privada, dentro dos quadros de concessões, para viabilizar cada vez mais a utilização das ferrovias, ao invés dos rodovias.
“A decisão sobre o melhor acesso ferroviário ao Porto de Santos é uma matéria em que a gente vai se debruçar muito forte, principalmente no que diz respeito à multimodalidade”, garantiu. Montenegro explicou ainda que a ideia é cada vez mais provar que o modal é uma alternativa válida e, financeiramente, vantajosa para as empresas que querem escoar a produção nacional ou, então, importar cargas.

Confiabilidade
Dar “confiabilidade” ao sistema ferroviário é justamente o que defende o ex-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e especialista no setor Rodrigo Vilaça, ao ressaltar o potencial do modal para o Porto de Santos. Segundo ele, as empresas que atuam no cais estão cada vez mais investindo estruturalmente para atrair mercado e anteder à demanda.
“Temos que destravar os acessos terrestres. Nós temos que resolver todos os impactos logísticos, além de toda a questão burocrática, que, muitas vezes, acaba trabalhando como um impeditivo”, comenta. A ideia é, progressivamente, reduzir os entraves.
Na região de Santos, Vilaça destaca os investimentos realizados pelas duas concessionárias que atendem o complexo santista, a América Latina Logística (ALL) e a MRS Logística, para retirar famílias que moram na faixa de domínio da própria ferrovia nas proximidades do Porto, em Guarujá. “Isso parece que não interfere, mas é um condicionante para o crescimento e o transporte de cargas”.

Segundo o especialista, a intenção do setor é que, até 2025 (próximo à meta da Codesp), a participação da ferrovia no transporte de cargas no Brasil passe de 4,8% para mais de 32%. “É uma meta possível de ser alcançada e se baseia num planejamento da atual realidade”, afirmou Rodrigo Vilaça.

ALL duplicará malha até 2015
Em 13 meses, a concessionária América Latina Logística (ALL) concluirá a duplicação de sua malha paulista. Serão mais 246 quilômetros de ferrovias entre Campinas e o Porto de Santos. Segundo a empresa, o investimento, que ultrapassa os R$ 600 milhões, servirá para solucionar parte dos gargalos logísticos no cais santista.
O empreendimento, previsto inicialmente para ser concluído neste ano, estava suspenso devido a uma disputa sobre uma área indígena preservada, por onde passará a malha duplicada. O impasse já foi solucionado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), possibilitando a continuidade dos trabalhos.
Com essa ampliação, a capacidade de tráfego das linhas paulistas da ALL passará de 15 para 40 pares de trens por dia, contribuindo para a competitividade da exportação do produto brasileiro. Além disso, a eliminação de pátios de manobra ao longo do caminho (uma vez que não será preciso aguardar a passagem da composição contrária) reduzirá o tempo de viagem.
Segundo a concessionária, o projeto também contribuirá com a mobilidade urbana nas principais rodovias paulistas, pois será possível retirar das estradas cerca de 30 mil caminhões por mês.
A ALL ainda prevê melhorias na malha interna do Porto de Santos ainda neste ano. A companhia planeja investimentos de R$ 33 milhões para aumentar a capacidade e eliminar gargalos operacionais, conforme anunciado para A Tribuna em janeiro passado. Entre as ações que serão realizadas, estão a ampliação de linhas, a construção de ramais férreos ao lado dos armazéns e a expansão de pátios.

Manutenção
A ALL também realiza investimentos em equipamentos. Devem entrar em operação, até o próximo mês, suas duas novas locomotivas esmerilhadoras, que vão atuar nos ramais ferroviários do Porto de Santos. As máquinas, importadas dos Estados Unidos, são usadas na manutenção da via, contribuindo diretamente para a conversação dos trilhos.
Cada uma dessas locomotivas – que, entre outras funções, mantêm adequado o ponto de contato entre o trilho e as rodas do trem – pesa 80 toneladas, mede 22 metros de comprimento e tem mais de 4 metros de altura.
A empresa comprou, ao todo, 20 máquinas dessas, ao custo de R$ 82 milhões, para atuar em São Paulo, Paraná e Mato Grosso.
Fonte - STEFZS   28/05/2014

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