quinta-feira, 29 de maio de 2014

Começa a 3ª Bienal de Salvador

Arte & Cultura

Quase meio século depois de sua última edição, interrompida bruscamente pela ditadura em 1968, a Bienal da Bahia volta a acontecer em novo formato, múltiplas linguagens e propondo maneiras alternativas de diálogo com o público, com atividades ao longo de três meses, de junho a setembro. 

TB
foto - ilustração
A abertura oficial da 3ª Bienal da Bahia acontece nesta quinta-feira (29/5), às 18h, no pátio do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), na Avenida Contorno, com a batida de 33 alabês acompanhados pelo canto de Inaicyra Falcão, filha do artista Mestre Didi, e pelo violão do músico Maurício Lourenço. Este ano, o projeto curatorial propõe discussões artísticas a partir de uma temática central: ‘É tudo Nordeste?’. Em torno desse tema, a bienal transcorrerá como um processo vivo, que durará 100 dias, com exibições de filmes, performances, atividades educacionais e encontros/interações com artistas da Bahia, do Brasil e de diversos países. A programação completa está disponível no site www.bienaldabahia2014.com.br
Quase meio século depois de sua última edição, interrompida bruscamente pela "ditadura em 1968", a Bienal da Bahia volta a acontecer em novo formato, múltiplas linguagens e propondo maneiras alternativas de diálogo com o público, com atividades ao longo de três meses, de junho a setembro. “É uma abordagem na qual qualquer expressão cultural e artística deve ser considerada em diversas perspectivas, para além dos muros dos espaços institucionalizados. A Bienal propõe o resgate de sua história e memória, sem deixar de lado a necessidade de atualizar as intenções originais das primeiras edições do evento”, explica o diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e curador-chefe da 3ª Bienal da Bahia, Marcelo Rezende.
Para a abertura do evento nesta quinta-feira, está programada projeção em tempo contínuo (loop) do filme Mitos e contramitos da família pernambucano baiana (1974), de Jomard Muniz de Britto, com duração de sete minutos. Nesse mesmo espaço, serão exibidas cerca de 20 obras da exposição itinerante No Litoral é Assim, que vai circular por quatro cidades do interior baiano (Juazeiro, Alagoinhas, Feira de Santana, Vitória da Conquista) durante todo o período da Bienal, até o dia 7 de setembro.
Após essa cerimônia, a artista portuguesa Luisa Mota encabeça um cortejo-performance, com a participação de cerca de 70 voluntários, fazendo o elo entre as ações programadas no Conjunto do Unhão e aquelas previstas para o Passeio Público. Assim, em fluxo, o grupo de performers parte do MAM, segue para o Largo 2 de Julho, passa pela avenida Carlos Gomes e pela avenida 7 de Setembro até chegar ao Passeio Público, onde a multidão se dispersa. A partida do cortejo está prevista para às 19h.
No Passeio Público, quem chegar será recebido pelo grupo da Universidade Livre de Teatro Vila Velha. Diversas ações estarão acontecendo, espalhadas pelo jardim de árvores centenárias: performance-instalação da artista baiana Ieda Oliveira; apresentação da banda de forró Ceguêra de Nó, da qual faz parte o artista Zé de Rocha; performance de artistas transformistas atuantes em Salvador. Durante toda a noite, o Passeio Público também abrigará um grupo de dança de salão, cujos membros convidam os presentes à festa, que termina com o samba do bloco de rua carnavalesco De Hoje a Oito, formado por artistas e amigos do bairro do Santo Antônio, em Salvador.
Ainda no casarão, a partir das 18h, será lançado o livro Cultura dos Sertões, coletânea de artigos originados do encontro de estudos II Celebração da Cultura do Sertão, realizado em 2013.

Atividades Culturais
No dia seguinte (30), a 3ª Bienal da Bahia abarcará também a 50ª edição do Projeto Terra, encabeçado pelo artista Juraci Dórea na ocupação artística da Fazenda Fonte Nova, no sopé da serra de São José das Itapororocas, e a Expedição Terra – de Feira de Santana até Cocorobó. Já no dia 31/5, às 19h, chega à vez de revelar as atividades de Reencenação, que vão trazer à tona, por meio de objetos e documentos, a memória das 1ª e 2ª bienais da Bahia, de 1966 e 1968. Sob curadoria de Fernando Oliva, a Reencenação consiste na ocupação do Mosteiro de São Bento com o objetivo de recriar nas condições possíveis projetos executados no passado que não tiveram seu potencial plenamente realizado.
No dia 2 de junho, haverá um encontro na Reitoria da Universidade Federal da Bahia, com o tema “Arte, educação e os modos de desaprender”, sendo assuntos transversais a ditadura e a arte. Em seguida, às 20h, a Esteio Galeria de Arte abrirá com a caminhada dos presentes para a Escola de Belas Artes da UFBA, que fica a cinco minutos do local. As três casas que abrigarão as exposições de artistas convidados por Maxim Malhado foram construídas na técnica da “taipa de sopapo” por construtores trazidos da Vila de Sítio Novo, município de Catu, a 90 km de Salvador, onde funcionou a Esteio Galeria de Arte entre 1994 e 2006.
Ao longo dos 100 dias da Bienal, a Esteio será movimentada pela realização de encontros com artistas e curadores, e pelas aberturas de seis diferentes exposições em duas das casas, além da exposição permanente do Memorial da Esteio, com documentação e obras do período em que a galeria funcionou em Sítio Novo. No dia 2 de junho serão abertas, além da exposição permanente, as exposições de Teco Ribeiro, na Casa das Artes Visuais, e de Tuti Minervino, na Casa da Palavra.
Fonte - Tribuna da Bahia  29/05/2014

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