quarta-feira, 23 de abril de 2014

Crise do neoliberalismo poderá durar mais de dez anos, diz economista

Economia

Crise do neoliberalismo poderá durar mais de dez anos, diz economista
Em livro, Gérard Duménil retrata os efeitos do período da 'Grande Contração' da economia, que durou de 2007 a 2010. Autor estará em São Paulo para debate nesta quinta-feira (24)


Redação RBA 
Gérard Duménil
Duménil: "A segunda fase da crise não será a última.
 O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas"
São Paulo – A crise do neoliberalismo, iniciada em 2008 devido à fragilidade das práticas desenfreadas de financeirização e de globalização dos Estados Unidos e da Europa, chega à segunda fase e pode durar mais de dez anos, de acordo com estudo do pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Gérard Duménil, para quem o declínio do sistema liberal se manterá devido ao aumento da dívida pública dos países essencialmente capitalistas.
O economista francês estará em São Paulo nesta quinta-feira (24) para o lançamento do livro A crise do neoliberalismo. O debate com o autor ocorrerá às 19 horas, na Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade. Duménil também passará por Foz do Iguaçu (PR) no dia 5 de maio e por Porto Alegre (RS) no dia 8 de maio para um ciclo de palestras gratuito.
Em A crise do neoliberalismo, escrito em parceria com o pesquisador Dominique Lévy, o autor retrata os efeitos do período da “Grande Contração” da economia, que durou de 2007 a 2010. Segundo Duménil, a globalização adotada a partir dos anos 1980 pelos Estados Unidos fez com que apenas 5% dos norte-americanos mais ricos prosperassem com o modelo capitalista. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no entanto, caiu de 40% para 10% em menos de 30 anos.
O economista destaca que o declínio do modelo neoliberal levou esses países a adotarem medidas intervencionistas na economia interna e protecionistas com relação ao mercado internacional. Entretanto, ele reforça que tanto os norte-americanos quanto os países europeus permanecem distantes de um modelo de gestão econômica à esquerda.
“A direita se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode, senão, provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará de novas políticas”, explicou Duménil, em entrevista ao cientista político Armando Boito Júnior para o Jornal da Unicamp.
Fonte - Rede Brasil Atual  23/04/2014

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