terça-feira, 18 de março de 2014

Prefeitura de Salvador gasta recursos do Turismo com festas desnecessárias

Opiniâo

Durante os dias da festa o que se vê são carros de turismo vazios e agentes de viagem sem clientes, mas com contas para pagar. Quem ganha dinheiro são transportadores, camarotes, blocos e cervejarias, a maioria parceiros privados da secretaria de Turismo do estado e da própria Prefeitura, através da Saltur.

José Queiroz -TB
foto - ilustração
Festas não atraem turistas! Nem mesmo o Carnaval, evento que prejudica sensivelmente a indústria turística do município, por causa da alta de preços e falta de mobilidade e segurança em toda a cidade. Durante os dias da festa o que se vê são carros de turismo vazios e agentes de viagem sem clientes, mas com contas para pagar. Quem ganha dinheiro são transportadores, camarotes, blocos e cervejarias, a maioria parceiros privados da secretaria de Turismo do estado e da própria Prefeitura, através da Saltur.
O prefeito ACM Neto tem recebido críticas e tem tentado justificar com a alegação de ‘patrocínios’, mas esse dinheiro é deduzido de impostos através das leis de incentivo fiscais, e desfalca as necessidades básicas do contribuinte, sim, que não usufrui do lucro gerado pela generosidade de gestores públicos e seus parceiros. No caso do Turismo, governantes tem usado e abusado da desculpa de que isto atrai visitantes, e não é verdade, ao contrário, além de afastá-los, os recursos gastos ao longo dos últimos anos serviriam para recuperar o Centro da cidade - que é o que o Turismo precisa! - especialmente desde 2013, na gestão de Guilherme Belintani, titular da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, que também é empresário da noite.
O último Reveillon foi uma autêntica demonstração de improbidade administrativa! 4 dias, mais de R$ 6 milhões! Como se o Centro da cidade não tivesse outras necessidades e prioridades, e Salvador tivesse tanto o que comemorar, pois além de ter o próprio Centro arruinado física e socialmente, não tem serviço de praia para baianos e turistas, e é a terceira cidade mais violenta do país. R$ 28 milhões foi o anunciado para os 8 dias de carnaval, mas se for investigado, seguramente, a cifra é bem maior! E o prefeito ACM Neto vai patrocinar para seus parceiros mais um absurdo carnaval em junho! Porém, o que despertou a indignação de boa parte da cidade, e da maior parte da indústria turística - aquela que não é parceira do Estado ou da Prefeitura - especialmente a comunidade do Pelourinho, é a farra com dinheiro público que vai ser feita durante 8 dias, por conta do aniversário da cidade! E ainda haverá mais festa na Páscoa!
O turismo de Salvador precisa do Centro Histórico, serviço de praia e segurança! O prefeito ACM Neto não tem cumprido as promessas que fez ao Pelourinho quando precisou de apoio para eleger-se, não teve coragem, ou seu partido não tem interesse, de concluir a reforma do bairro, rodeado por ruínas de prédios e ruínas humanas que espantaram baianos e turistas. O descaso com o Patrimônio da Humanidade repercutiu até fora do país! E não adianta inventar atrativos, o turista quer o bairro de Jorge Amado, quer curtir praia, quer hotéis bons, mobilidade, serviços profissionais e segurança! O resto é conversa fiada, é mentira oficial, é incompetência, é desvio dos muitos recursos que são gerados ali e outros que o bairro tem direito por diversas vias, nacionais e internacionais. Instituições públicas e civis se beneficiam e se omitem com o que está acontecendo no Pelourinho. A gota d’água para os defensores do Centro Histórico foi o anúncio da venda de mais 300 casarões, que foi feita no último Natal!
Fonte - Tribuna da Bahia  17/03/2014

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