segunda-feira, 24 de março de 2014

IPHAN vai recuperar os arcos e muralhas da Ladeira da Montanha - Salvador

Salvador

Localizados na Ladeira da Conceição da Praia, chama a atenção seu precário estado de conservação, com destaque para o arruinamento acelerado do revestimento externo e interno, deficiência das instalações elétrica e hidrossanitárias, proliferação de fungos, infestação por insetos xilófagos, trazendo por consequência insalubridade ao seu interior. Há também graves patologias no sistema estrutural de apoio aos pisos dos mezaninos.

TB
Inicialmente abertos, os 23 arcos
 acabaram ocupados pela população
Os arcos e as muralhas da encosta, que integram o conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do Centro Histórico de Salvador, serão restaurados e readequados pelo PAC Cidades Históricas. Com o objetivo de contratar os projetos executivos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico na Bahia (IPHAN-BA) realizará licitação, no dia 15 de abril.
Localizados na Ladeira da Conceição da Praia, chama a atenção seu precário estado de conservação, com destaque para o arruinamento acelerado do revestimento externo e interno, deficiência das instalações elétrica e hidrossanitárias, proliferação de fungos, infestação por insetos xilófagos, trazendo por consequência insalubridade ao seu interior. Há também graves patologias no sistema estrutural de apoio aos pisos dos mezaninos.
“A intervenção na sua estrutura física visa proporcionar melhor atendimento à comunidade e aos turistas no que diz respeito à sua funcionalidade e atrativo turístico, destaca o superintendente do IPHAN na Bahia, Carlos Amorim.
Já as muralhas do Centro Histórico, localizadas nas Ladeiras da Montanha e da Misericórdia, apresentam patologias que ainda não chegam a agravar a sua estrutura como um todo, porém vem progredindo há anos e podem causar futuros colapsos.
Estão previstas uma intervenção de reparo de seu sistema de drenagem, recomposição das brechas causadas pela desagregação e ação do tempo, além de uma repaginação da vegetação presente, através de um projeto paisagístico, bem como a criação de uma iluminação especial de toda a área.

A história
A urbanização das encostas da montanha que separa as Cidades Alta e Baixa, começou nas primeiras décadas do século XIX, visando impedir os sucessivos deslizamentos e desabamentos nas encostas e conter sua ocupação. As obras de contenção foram realizadas entre as décadas de 1850 e 1860, que, dentre outros benefícios, deram forma definitiva às Ladeiras da Conceição e Misericórdia.
Essenciais rotas de ligação entre a praia e a cumeada, as duas ladeiras eram, no entanto, extremamente íngremes tornando árdua a subida de pessoas e animais com carga. Em virtude disso, em 1878, optou-se pela construção de uma ladeira de inclinação mais suave. Assim, o presidente em exercício Barão Homem de Melo contratou os serviços da Empresa de Transportes Urbanos de Antônio de Lacerda que, sobre a Ladeira da Conceição, e construiu os 23 arcos, feitos de pedra, que dão sustentação à Ladeira Barão Homem de Melo - conhecida popularmente como Ladeira da Montanha.
Originalmente abertos, os arcos foram ocupados aos poucos pela população local que instalou ali pequenos comércios de solda, carpintaria, marmoraria, dentre outros e até mesmo algumas moradias, funcionando até os dias de hoje. A última restauração dos edifícios localizados nos Arcos da ladeira aconteceu no ano de 1991.
As muralhas começaram a ser construídas no dia 1º de abril de 1549, todas em taipa de pilão, para defender a cidade de Salvador e proporcionar a segurança de seus novos habitantes. Com o passar dos anos, os paredões foram se desenvolvendo e ruindo em consequência da sua implantação em área sujeita a deslizamentos em razão das abundantes chuvas.
Para reforçar a segurança, os portugueses construíram uma nova muralha, partindo da Misericórdia e se estendendo até a atual Praça Castro Alves. Media aproximadamente 1100 metros, sendo 366 metros para o lado de terra; 366 metros para o lado do mar; 99 metros para o lado do sul, vértice de conformação triangular da cidade, e 269 metros para o lado Norte, sua base.
O constante alargamento da cidade ao norte e ao sul obrigava o Governo a redefinir de quando em quando os limites amuralhados da cidade, e isso vai perdurar até o final do século XVIII, quando da derrubada definitiva das Portas da cidade.
Fonte - Tribuna da Bahia  24/03/2014

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