sábado, 18 de janeiro de 2014

Novos caminhos para o progresso

Editorial

Diário do Comércio
foto - ilustração
Os frutos dos investimentos realizados na modernização dos portos brasileiros, estimados em R$ 30 bilhões nos últimos três anos, somando recursos públicos e privados, já começam a ser colhidos. Segundo informações recentemente divulgadas entre os meses de janeiro e setembro do ano passado, a navegação de cabotagem teve um incremento de 7,7%, com destaque para a movimentação de cargas de maior valor agregado, transportada por contêineres, que cresceu 28% no mesmo período. Vale ressaltar que a partir dos anos 70 do século passado o setor ficou praticamente restrito ao transporte de derivados de petróleo e, em escala mínima, de grãos e minérios.
Para especialistas a cabotagem começa a ser redescoberta no país, o que resulta de imediato em queda de pelo menos 15% no custo de fretes. À falta da alternativa ferroviária e diante da saturação e dos riscos representados pelo transporte rodoviário, seja pela condição das estradas, pela falta de segurança e custo de pedágios o transporte costeiro pode ser imbatível em distâncias iguais ou superiores a 1,5 mil quilômetros. Isto significa que, mantidos os investimentos na expansão e readequação do sistema portuário, o crescimento pode ser ainda maior, contribuindo em muito para a desobstrução dos gargalos logísticos no país. E também propiciando uma integração de modais mais racional, com o transporte rodoviário voltando-se para pequenas e médias distâncias, na ligação entre os portos e os clientes e na entrega porta a porta.
Uma mudança em que só existem ganhadores. Pela redução de custos que se traduz em competitividade, pela descompressão da malha rodoviária, facilitando e tornando mais seguros os deslocamentos, pelo início de um processo de integração que se completaria com a recuperação e expansão da malha ferroviária e com a criação de condições para que também a extensa malha representada pelos grandes rios seja igualmente melhor aproveitada. Um esforço que a longo prazo poderá favorecer em muito a plena ocupação do território nacional, com a conseqüente descompressão das áreas urbanas e a interiorização do desenvolvimento. Cabe lembrar que ainda hoje 70% da população brasileira vivem a até 100 quilômetros da costa.
Os resultados apresentados que, pela rapidez da resposta chegam a surpreender, são o melhor convite à intensificação de investimentos visando devolver racionalidade à infraestrutura de transportes no país. Até porque não faz nenhum sentido que os resultados obtidos nas novas fronteiras agrícolas do país sejam comprometidos pelas limitações logísticas e, muito menos, que caminhões continuem sendo carregados em Porto Alegre tendo como destino final Belém, no Pará.
Fonte - Abifer 17/01/2014

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