quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Lição do nocaute de Luiza Trajano em Diego Mainardi.

Economia

Lição do nocaute de Luiza Trajano em Diego Mainardi. Não fechem os “shoppings”, otários

Fernando Brito

Nunca antes, na história deste blog, dois posts receberam tantas “curtidas” no Facebook e foram feitos tantos acessos quanto ontem, por conta do “nocaute” impiedoso que a empresária Luiza Trajano aplicou ao “dandi” Diego Mainardi.
153 mil acessos e 14 mil “curtidas”, nos dois posts
E porque tanta vibração por uma empresária ter desmontado assim um jornalista.
Os jornalistas de economia e os empresários deveriam pensar sobre isso.
Os empresários, sobretudo, porque ando desistindo de esperar que os jornalistas de economia pensem em alguma coisa, porque só repetem o que “o mercado diz”.
Mas, infelizmente, os empresários otários estão mais preocupados em conseguir liminares e baixar as portas dos shoppings.
Acham o ascético Mainardi um luxo e a gorduchinha Luiza um lixo.
Como assim ela suspende por uns dias a venda no site de seu magazine e promove um “rolezão” presencial nas lojas da sua rede numa liquidação?
Aquele “monte” de gente de classe média baixa se amontoando esperando a loja abrir para comprar uma TV de tela plana, uma lavadora, um tablet?
Vai ver que tinha ali até beneficiário do “Bolsa-Família” que, em vez de comprar comida, estava comprando celular…
E a dona Luiza, nem aí, virou “case” de sucesso empresarial em Harvard.
A subelite empresarial brasileira, essa massa cheirosa de executivos e gerentes que enchem a boca para dar lições de economia a torto e a direito é, no fundo, um bando de gente que pensa a atividade empresarial como o Mainardi.
Bom mesmo é vender a firma para a Amazon.
Ou vender logo o pré-sal para a as multis, porque é dinheiro rápido e aquilo vai dar muito trabalho e exigir investimento demorado.
Ruim é ter que olhar para um mercado de “gente diferenciada”, os jovens da classe C que, como publicou ontem a BBC, “têm um poder de consumo de R$ 129,2 bilhões, montante é superior ao do que consomem os jovens das classes A, B e D somadas, segundo o instituto de pesquisa Data Popular”.
Inclusão, para eles, é um discurso teórico e descolado de uma imensa massa a quem sempre o Brasil baixou as portas.
Afinal, é preciso assegurar, antes de tudo, a liberdade de ir e vir e a tranquilidade dos frequentadores dos brilhantes corredores do mercado financeiro.
Ruim, para eles, é olhar que este país só vai ser grande quando for de seu próprio tamanho, e não de 20 ou 30% de sua gente.
Já escrevi sobre isso e sobre D. Luiza, contando como, um jovem esquerdistas, eu me chocava com as historinhas de Brizola sobre como os australianos amavam seus empresários, por acreditarem e investirem no país.
Pudera, grande parte dos nossos empresários também não tem o menor apreço pelos brasileiros.
Preferem o Mainardi.
Fonte - Do Blog Tijolaço  22/01/2014



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