PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Manifestação para Audiência ANTT - Dia 18 Dezembro - Montes Claros

Ferrovias

Paulo Sérgio Giusti
Membro da ONGtrem

foto - ilustração
As decisões totalmente despropositadas e lesivas da Resolução 4.131 não passam de um crime lesa-pátria, furto de um conluio despudorado entre uma empresa que só enxerga lucro, e uma Agência que ao invés de zelar pelos interesses da Nação como deveria, apenas defende interesses comerciais imediatistas. Falar em devolver linhas pelas quais a FCA não se interessa, até que seria benéfico, se tomada há mais tempo atrás, antes que ela abandonasse à depredação tantos trechos como o fez, e que os tivesse devolvido nas condições em que recebeu. Mas, além de perdoar os milhares de quilômetros abandonados e depredados, a 4.131 ainda inaugura a era da acumulação de créditos em linhas pelas quais não se quer trafegar, créditos estes, tanto mais acumulados, quanto mais tempo se ficar esperando pelas quimeras e meras promessas que são as linhas do PIL. E se alguém ainda achar pouco, lembre-se que a 4.131, ainda manda arrancar todas as linhas nas quais a FCA não enxerga formas de ganhar dinheiro, com as cargas que ela gosta de transportar.
Esta Resolução é uma coleção sem fim de absurdos, difíceis até de acreditar que alguém tenha tido a coragem de redigir e assinar!
Ótimo que a FCA libere milhares de quilômetros pelos quais não se interessa. A questão é saber em que condições tais linhas serão devolvidas?
A ANTT vir agora perguntando pelo destino e pelos projetos alternativos existentes para estas linhas, bem mais parece um destes meros e muito comuns exercícios de retórica e enrolação, onde se pergunta a opinião apenas para se fazer depois o contrário.
Saiba esta Agência, que os 17 anos em que o país viveu sob a ditadura das Concessionárias, foram suficientes para muita coisa, entre elas citando, a completa desvinculação da Sociedade brasileira do transporte ferroviário, a completa desarticulação de todo o sistema de transporte intermodal de encomendas, de pequenas cargas e de cargas regionais que existia, o completo esquecimento pela população brasileira de que trem também serve para transportar gente, a completa transformação das operações ferroviárias urbanas em um transtorno intolerável para os municípios que antes conviviam com elas, o completo retrocesso do país em relação ao resto do mundo, onde a ferrovia atende a Sociedade e não apenas a empresas que exportam aquele tipo de carga que pesa muito e vale pouco, o abandono e a estigmatização negativa de todo o patrimônio arquitetônico ferroviário, e a completa depredação de todo o sistema rodante e das instalações que existiam para o atendimento de passageiros.
Além disso, a devolução que a Resolução patrocina se restringe apenas às linhas. Então, como perguntar por projetos ferroviários alternativos, se não se está devolvendo também o material rodante que circula nestas linhas?
Onde os sonhos e as pretensões existentes encontrarão máquinas, vagões, carros e maquinários para operar e/ou dar manutenção a qualquer coisa que seja?
Ninguém consegue ter projeto algum exequível para apresentar, se já não tiver conseguido equacionar o material rodante.
Mas, cadê o material rodante que rodava aqui?
Será que a FCA o vai deixar junto com as linhas?
Certamente que não deixará. E se deixar, será a sucata em que já transformou muito do que recebeu funcionando, e que deixou se acabar. Será com sucata que a ANTT acha que projetos aparecerão?
Portanto, não há como a sociedade brasileira em tão pouco tempo, e em condições tão desfavoráveis e impeditivas como esta, ter "projetos" prontos e acabados para apresentar à ANTT.
E, então, escutaremos que; como ninguém tem projetos, as linhas serão arrancadas!
A simples menção da possibilidade de arrancamento de uma linha como a de BH-Salvador é de uma insanidade difícil de classificar. Hoje, gastamos nossa energia e nosso tempo, não em discussões de como avançar com o sistema ferroviário, mas, muito ao contrário nosso esforçar vai apenas para não andarmos ainda mais para trás. Não estamos lutando por avanços aqui. Não há avanço algum no que a ANTT propõe. Despendemos nosso esforço apenas para impedir mais depredação e mais desmonte do que já está pronto há dezenas, centenas de anos. Temos de gastar nosso esforço apenas falando o óbvio: o que se quer destruir ainda poderia, e pode, servir muito à Sociedade brasileira. Mas, como a ANTT não representa a Sociedade, e sim representa aos exportadores destas coisas que pesam muito e valem pouco, a ANTT é incapaz de ver tudo isto por si só.
E tem de vir perguntar.
Nossa resposta, ANTT, então é a seguinte: deixe nossas linhas em paz.
Projetos aparecerão. Usos aparecerão. Heróis que conseguirão dar a volta por cima de tantas dificuldades aparecerão. Demandas sempre existiram. Nestes últimos tempos, mesmo reprimidas, elas só aumentaram.
O povo brasileiro e suas cargas foram jogados nas rodovias.
Não nos peça para apresentar agora, de uma hora para a outra, soluções para problemas que Brasília vem criando há décadas!
Se a FCA quer ir embora, que vá, mas, nossas linhas ficam. Elas pertencem ao povo brasileiro, e não a um punhado de burocratas servis que se arvoram detentores de seu destino.
Fonte - CFVV Sul de Minas  18/12/2013

Um comentário:

  1. Esse manifesto foi lido pela durante a audiência da Antt pela senhora Vera Lôpo, empresária e membro da ONG Amigos do Trem Baiano. Depois de lido o manifesto foi entregue a direção do evento.

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