PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Cresce no País número de domésticas que estão cursando o ensino superior

Educação

Rivânia Nascimento
TB
foto - ilustração
Aquele velho perfil da doméstica, com baixa escolaridade e renda inferior a um salário mínimo por mês, está perdendo espaço para um novo perfil de profissional com mulheres mais estudadas e conscientes do seu valor profissional. Uma pesquisa divulgada este mês pelo IBGE nacional mostra que o número de trabalhadoras domésticas que estão na faculdade cresceu 10% nos últimos três anos.
A pesquisa apontou que o salário delas também subiu 8% em 12 meses. Entretanto, os percentuais de trabalhadoras que começaram a trabalhar com carteira assinada caíram de 6,5% para 5,9%. Embora o IBGE-BA não tenha nenhuma pesquisa específica contendo o número de trabalhadoras domésticas cursando a faculdade na capital e interior, o órgão confirmou que na Região Metropolitana do Estado houve sim uma redução no número de pessoas ocupadas, comparado com 2012.
Segundo a pesquisa mensal de empregos do IBGE 2012-2013, a estimativa de pessoas trabalhando em outubro deste ano era de 133 mil pessoas enquanto no ano passado eram de 149 mil. Ou seja, em outubro de 2012 esse grupamento era de 8% e este ano, no mesmo período, caiu para 7,02%. Com isso, a taxa de desemprego subiu de 7% para 9,1% este ano, representando uma redução na taxa de desocupação nessa região, considerada pelo IBGE, uma das mais expressivas, de 2,02%.
A pesquisa aponta que o bom momento da economia de 2012 com perspectivas e ampliações dos direitos da categoria dos profissionais domésticos com a aprovação da PEC das Domésticas, como foi apelidada a medida que garante 16 direitos trabalhistas para babás, faxineiros e cozinheiros, além de outros trabalhadores de residências fomentou a procura de trabalhadoras pela atividade. Em contra partida, em 2013 as famílias ficaram mais resistentes na contratação, temendo os altos encargos trabalhistas.
Um novo perfil de profissional
O IBGE aponta também que muitas dessas profissionais têm buscado estudar visando migrar para outras áreas que ofereceram maior estabilidade financeira. O Brasil é o país com mais trabalhadores domésticos no mundo. São 7,2 milhões de brasileiros na categoria, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com garantias trabalhistas asseguradas, essas mulheres têm alçado voos cada vez maiores.
Um exemplo disso é da babá Silvana do Nascimento, de 40 anos, que, com determinação, orgulho da profissão e o apoio incondicional da patroa, transformou o sonho de cursar a faculdade de psicologia em realidade. Ela conta que há seis anos saiu do município de Irará, interior da Bahia, determinada a se tornar a primeira universitária da família. Com a ajuda da patroa, a engenheira química Aline Camilo Fonseca, conclui o ensino médio e prestou vestibular, mas não foi aprovada. Persistente, fez mais uma vez, sendo aprovada, e agora, cursando terceiro semestre da faculdade de psicologia, já faz novos planos para sua vida no futuro.
“Não vou dizer que não enfrento preconceito. Ele existe sim. Tanto dos colegas de sala como dos professores, mas isso não me desanima em nada, muito pelo contrário. Quando me perguntam em público qual a minha profissão, falo com orgulho: babá. Os meus planos agora é de comprar um carro e depois de concluir a faculdade montar meu consultório e continuar cuidando de crianças, que é o que mais amo fazer”, comemorou.
A engenheira Aline Camilo conta que sempre incentivou os estudos da babá e que até abriu mão da academia que fazia à noite para que ela pudesse ir para a faculdade.
“Como viajo muito, em épocas de prova dela eu deixo minha filha com minha mãe ou com o pai. Somos apenas nós duas e contamos uma com a outra sempre. Eu incentivo seus estudos porque quero uma pessoa instruída trabalhando ao meu lado. Não acho que o fato de termos posições sociais distintas nos torne diferente ou melhor, uma da outra. Quero que ela cresça e que minha filha assista com orgulho à sua formatura”, disse.
Fonte - Tribuna da Bahia  10/12/2013

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