terça-feira, 12 de novembro de 2013

Haddad destampou o esgoto. Agora não pode recuar - Bob Fernandes





A 14 de Maio de 2012 perguntamos aqui: "Como um assessor acumula R$ 50 milhões e Kassab não desconfia?" À época, flagrado o assessor, Aref Saab, o comentário abordava a vasta corrupção na prefeitura.
Pergunta feita há um ano e meio: "O prefeito Kassab não ouve murmúrios de empresários, de comerciantes, sobre o que se passa em algumas subprefeituras? Ninguém ainda mandou uma carta anônima?"
Ainda perguntas, há um ano e meio: "O prefeito, sua assessoria, ao longo de sete anos, não desconfiaram de nada? Não desconfiaram nem diante das numerosas, óbvias, escandalosas agressões imobiliárias à cidade? "
Um ano e meio depois outro escândalo, esse de agora, o do meio bilhão. Ronilson Rodrigues era o Subsecretário da Receita de São Paulo. Em telefonema gravado ele acusa: "Kassab mandou arquivar denúncia contra mim".
Em outro telefonema Ronilson cobra: "Chamem o secretário e o prefeito, eles sabiam de tudo".
O prefeito ao qual Ronilson se refere é Kassab. O secretário é Mauro Ricardo, que trabalhou com Serra também no governo do estado. E que hoje está com ACM Neto na prefeitura de Salvador.
Um telefonema é prova? Não, não é. É um indício a ser apurado. Nessa e em qualquer outra investigação.
Foi Haddad quem criou a Controladoria e iniciou essa devassa nos esgotos da Prefeitura. Não há manchete Mandrake ou guerra de marketing que possam contestar esse fato.
Por isso mesmo seu secretário de governo, Antonio Donato, já deveria ter sido afastado. Nesta terça Donato, enfim, pediu afastamento. Donato é citado como alguém que teria recebido R$ 200 mil para campanha.
Não há prova, mas há citação em telefonemas e em conexões. E se telefonemas valem para os auditores acusados, se valem as citações a Kassab e a Mauro Ricardo, telefonemas devem valer também como indício no caso de Donato.
Haddad abriu a tampa dos esgotos e do propinoduto de meio bilhão em São Paulo. Já vieram e virão as pressões. Uma delas, a ameaça de rompimento da aliança com o PSD de Kassab para 2014. Outra, o peso dos corruptores. Ou seja, das construtoras.
Os esgotos e o propinoduto estavam ai, a céu aberto. Não viu quem não quis ver. A política à brasileira exige cautela...mas, espera-se que Haddad não seja mais um a recuar, mais um a entregar a rapadura
Publicado em 12/11/2013

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