terça-feira, 29 de outubro de 2013

VLT fará trecho entre aeroporto e Cuiabá em 45 minutos

Transportes sobre trilhos

G1 MT
foto - ilustração
Projetado como solução para os atuais entraves do trânsito na região metropolitana de Cuiabá, e como fator de redução no número de veículos particulares em circulação, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) terá capacidade para realizar o trajeto em um de seus eixos - entre a região do bairro CPA, na capital, até o Aeroporto Marechal Rondon, na cidade vizinha de Várzea Grande- em cerca de 45 minutos.
A estimativa para o trecho de 15 quilômetros é do Consórcio VLT, conjunto de empreiteiras que atualmente executa as obras do novo sistema de transporte público, licitado pelo governo do estado com vistas à Copa do Mundo de 2014 por mais de R$ 1,4 bilhão.
O consórcio explicou que este tempo médio estimado de viagem do trem na chamada linha 1 (CPA-Aeroporto) consta do anteprojeto do empreendimento. Para o segundo eixo, a linha Coxipó-Centro, o tempo estimado é de 45 minutos em ida e volta, mas o governador Silval Barbosa (PMDB) já chegou a admitir que o trecho pode não ser concluído para a Copa de 2014, ficando o primeiro eixo como prioridade.
O VLT será movido a energia elétrica e, ao todo, o trajeto entre a região do CPA e o aeroporto será estruturado com dois terminais de integração (um na região do bairro CPA 1 e outro próximo ao Aeroporto) e 22 estações de transbordo. Em cada estação, informou o consórcio, o tempo de permanência da composição deverá ser entre 15 e 40 segundos. Fora estes locais, o trem deverá parar apenas em travessias, cruzamentos e semáforos.
Em movimento, a velocidade do veículo será de, no máximo, 80 km/h. A ideia é que, combinado a uma reformulação nas linhas de ônibus, o VLT seja operado ao longo de 20 horas por dia e atenda não só à demanda de pessoas que já dependem do sistema de transporte coletivo em Cuiabá e Várzea Grande, mas atraia aqueles que utilizam veículos próprios diariamente. Cada composição terá capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.

Trajeto conturbado
Em espaços limitados por máquinas, buracos e interdições, a frota de veículos particulares tem encontrado cada vez mais dificuldades para se deslocar no trajeto onde será implantada a linha 1 do VLT. O caminho incorpora algumas das principais artérias da região metropolitana, como as avenidas do CPA, Prainha, XV de Novembro, João Ponce de Arruda e da FEB.
Na última semana, o G1 percorreu o trajeto da linha 1. Em 48 minutos de viagem - desde a região onde será a primeira estação na Avenida do CPA até o ponto final do Aeroporto de Várzea Grande – a reportagem se deparou com as dificuldades que o motorista atualmente encontra para se deslocar no trecho.
Além das interdições que provocam redução das pistas disponíveis ao longo da viagem, atualmente existem pelo menos quatro desvios que retardam a viagem de quem trafega pelas avenidas do futuro eixo do VLT: no viaduto da Sefaz; no viaduto Dom Orlando Chaves; na avenida da FEB; e na avenida João Ponce de Arruda.

Viaduto da Sefaz
A primeira delas, na visão de quem sai de Cuiabá para a cidade vizinha, é o desvio da construção do viaduto da Sefaz, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA). Parte do conjunto de intervenções para implantação do VLT, a construção ainda não está pronta e, por isso, o trecho da avenida sob o elevado ainda não foi liberado.
A situação obriga os motoristas a sair da Avenida do CPA e realizar um desvio por algumas ruas do Centro Político Administrativo. Como não foram feitas para fluxo intenso, as ruas têm ficado congestionadas nos horários de pico.

Interdições
Diversas outras interdições se seguem ao desvio da Sefaz no atual trajeto da linha 1. São restrições de tráfego marcadas por tapumes ou cones com potencial para gerar engarrafamentos mesmo fora dos horários mais críticos. Na Avenida do CPA, por exemplo, elas estão no trecho de construção da trincheira Luis Felipe (próximo à entrada para o bairro Alvorada) e no canteiro central, nos pontos onde já se iniciaram os trabalhos de preparação para os trilhos do VLT.
O mesmo se passa em alguns trechos da Prainha, onde costumam ser registrados alguns dos piores congestionamentos de Cuiabá. Afetado por máquinas, semaforizado e conturbado pela passagem de ônibus, veículos de grande porte e os demais convencionais, o trecho entre o Morro da Luz e o cruzamento com a Rua Generoso Ponce retarda a viagem do motorista: a reportagem chegou a demorar 12 minutos para vencer o trecho de aproximadamente 700 metros, por volta das 15h20.

Várzea Grande
Passando em seguida pela Avenida XV de Novembro e cruzando a ponte Júlio Müller, o motorista tem na obra do viaduto Dom Orlando Chaves o primeiro grande transtorno do atual trajeto do VLT em Várzea Grande.
Todo o tráfego da avenida da FEB foi transposto para um dos vãos do viaduto em construção. Além de o desvio se reduzir à passagem de um carro por vez em cada sentido, o asfaltamento é precário. A demanda de veículos é alta, pois a área absorve parte significativa do tráfego entre Cuiabá e Várzea Grande.
Em seguida, grande parte da linha reta da avenida da FEB atualmente está interditada até a trincheira da região do Zero Quilômetro.
Com o canteiro central todo demolido para a instalação do VLT, o motorista tem que seguir as placas indicadoras dos desvios. Estes caminhos são ruas de bairros majoritariamente residenciais e estão prejudicadas por buracos abertos pela intensidade do tráfego de agora.

Aeroporto
A partir daí as obras da Copa já não permitem que, atualmente, o motorista de veículo comum execute o trajeto do que será a linha 1 do VLT, pois a avenida João Ponce de Arruda – antes facilmente acessível por meio da FEB - está intrafegável no sentido de quem se dirige ao aeroporto Marechal Rondon.
Os desvios conduzem o motorista por ruas de bairros até chegar à avenida Filinto Müller, esta já de tráfego mais rápido, até o semáforo que marca a entrada do terminal aeroportuário, onde também podem ser vistas obras do centro de operações do VLT, logo ao lado.Para quem chega ao aeroporto, o trecho final não reserva muita dificuldade, e sim para quem sai do terminal com destino a Cuiabá.
Isso porque a avenida João Ponce de Arruda, interditada para quem vai até o terminal, até que permite o sentido inverso, mas apenas em uma pista. O restante está tomado pelas obras dos trilhos do VLT.
O resultado são carros em fila tentando sair dos arredores do Marechal Rondon. Segundo taxistas que trabalham no terminal, nos horários de pico chega-se a demorar 30 minutos só para apanhar o passageiro em frente ao desembarque e ultrapassar o trecho em obras, pelo qual só passa um carro por vez.
Nessas ocasiões, levar um passageiro até Cuiabá e retornar ao ponto - viagem que o consórcio VLT promete fazer em até 90 minutos - pode levar duas horas. A expectativa é de que, até 2030, o novo trem urbano atenda nesta linha cerca de oito mil passageiros por hora.
Fonte - Revista Ferroviária  28/10/2013

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