quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Turquia inaugura túnel que liga Europa à Ásia

Ferrovias

Murad Sezer/Reuters
Engenheiro faz uma vistoria em carro do trem turco que atravessará o túnel 

Com 13 quilômetros de extensão e a 62 metros da superfície, o Marmaray é a construção do gênero mais profunda do mundo

Agência Estado
A Turquia inaugurou ontem um túnel que era um sonho de muitos governantes do país desde que um sultão otomano propôs uma passagem sob a água em 1860, ligando o território europeu ao asiático em Istambul como parte de uma aposta para transformar a cidade num centro internacional.
Com 13 quilômetros de extensão, 62 metros abaixo da superfície e investimento de 5,5 bilhões de liras (cerca de R$ 6 bilhões), o projeto Marmaray, que atravessa o Estreito do Bósforo, é o túnel ferroviário submerso mais profundo do mundo, permitindo a travessia de trens de carga e de passageiros, além do metrô.

Governo turco espera alavancar economia
O impulso desenvolvimentista do governo turco gerou um boom na infraestrutura e a construção que ajudou o primeiro-ministro, Recep Erdogan, a triplicar o tamanho da economia da Turquia desde que seu partido assumiu o poder, em 2002.
O premiê turco pretende repetir o feito e elevar o PIB do país para US$ 2 trilhões, transformando a Turquia numa das dez maiores economias do mundo quando a república completar 100 anos, em 2023.
São esperados mais de US$ 400 bilhões em enormes projetos de infraestrutura para ajudar a ancorar o crescimento do PIB da Turquia ao longo da próxima década. As ambições do governo incluem um dos maiores aeroportos do mundo, um canal ao longo do lado europeu da cidade que conecte o Mar Negro ao Mar de Mármara para navegação comercial, três usinas nucleares e um projeto de renovação urbana para proteger a cidade contra terremotos.
Analistas alertam que pressões financeiras e políticas crescentes poderão prejudicar a capacidade do governo financiar tais projetos, com a economia desacelerando e um número cada vez maior de riscos ao cenário.

Artefatos
A ferrovia, que foi atrasada em quatro anos à medida que as escavações encontraram artefatos de 8 mil anos, vai transportar até 1,5 milhão de passageiros por dia entre a Europa e a Ásia numa viagem de apenas quatro minutos, reduzindo o congestionamento crônico no tráfego de Istambul, de acordo com estimativas do governo turco.
O túnel foi construído por um consórcio de empresas japonesas e turcas, liderado pela Taisei e financiado a uma taxa de juros de 0,75% pela Agência de Cooperação Internacional do Japão.
A obra vem sendo saudada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, como a mais recente de uma série de projetos de infraestrutura de larga escala que se tornaram a marca da história de sucesso do governo, há dez anos no poder.

Cunho eleitoral
Ao inaugurar o que chamou de “projeto do século” no 90.º aniversário da República Turca, o governo também apresentou suas credenciais para a campanha eleitoral do próximo ano. Como parte do esforço para estabelecer a Turquia como uma força regional, as autoridades apresentam o túnel como a ligação que conecta Pequim a Londres, tornando a obra crucial não apenas para Istambul como também para a humanidade.


Conquista
“Hoje, com este grande projeto, estamos enriquecendo nossa república e também fornecendo o que uma república democrática pode conquistar com estabilidade, confiança, irmandade e solidariedade. Marmaray está unindo pessoas, nações, países e até mesmo continentes”, disse o primeiro-ministro Erdogan para as autoridades presentes à inauguração e para os milhares de turcos que saudavam o líder local em Uskudar, a primeira parada do túnel no lado asiático
Fonte - Gazeta do Povo 30/10/2013

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