domingo, 1 de setembro de 2013

Transporte público eficiente pode reduzir risco de morte

Mobilidade

Luan Santos
A Tarde
Eduardo Martins | Ag. A TARDE
Veículos que utilizam a calçada para estacionar prejudicam o tráfego de pedestres
Uma rede de transporte público eficiente e de qualidade pode ajudar no combate a problemas de saúde pública como acidentes de trânsito, estresse, sedentarismo e obesidade, que custam milhões de vidas por ano.
Esta foi a conclusão de um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a relação entre mobilidade urbana, saúde e qualidade de vida.
A pesquisa foi coordenada pelo epidemiologista brasileiro Carlos Dora, 58 anos, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, e tomou como base mais de 300 estudos de mobilidade urbana realizados em todo o mundo.
Para Carlos Dora, a explicação é simples: com um sistema de transporte público eficiente, o número de carros nas ruas vai diminuir e, consequentemente, decrescem os índices de acidentes no trânsito e emissão de monóxido de carbono - gás que causa a poluição do ar.
"O número de doenças e mortes pode ser reduzido substancialmente numa cidade que adota um sistema de transportes de alta eficiência [rápidos, limpos, com boa informação para usuários], associados a espaços protegidos para pedestres e ciclistas", defende.
Segundo a pesquisa, quem utiliza ônibus ou metrô anda, em média, entre 8 e 25 minutos a mais por dia, o que é quase o tempo mínimo indicado pela OMS (30 minutos) para gerar melhorias de saúde.
O estudo aponta, ainda, que 30 minutos de atividade física, como andar de bicicleta ou caminhar, pelo menos três vezes por semana, reduz o risco cardiovascular em 30%, além de prevenir cânceres.
Salvador
Pesquisadores locais destacam que os malefícios do trânsito já representam um dos principais problemas de saúde pública da atualidade.
Para eles, no caso específico de Salvador, há uma série de problemas que precisam ser superados para que se chegue ao "ideal" de um transporte público de qualidade.
"A prioridade nos investimentos é sempre o transporte individual e não para o público, além de pouco espaço ser destinado a pedestres e ciclistas", ressalta a coordenadora do Departamento de Transportes da Escola Politécnica da Ufba, Ilce Marília Dantas.
Entre os problemas apontados pela pesquisadora estão a ausência de uma rede de transporte público integrada e a falta de ciclovias e calçadas apropriadas: "Quando não são muito estreitas, as calçadas estão esburacadas e cheias de lixo, além de serem utilizadas como estacionamento em muitos pontos".
Segundo o médico de tráfego Armênio Santos, presidente local da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, as doenças mais comuns relacionadas ao trânsito são os problemas cardíacos e respiratórios, além de estresse, obesidade e sedentarismo.
"Pode-se, por exemplo, criar um sistema em que a pessoa pegue o ônibus, ande cerca de 200 metros e pegue um metrô. Medidas simples como esta podem reduzir em 30% o risco de se ter doenças cardíacas", completa.
Fonte - A Tarde  01/09/2013

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